Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/12/2009 - 07h21

Içami Tiba fala sobre as dificuldades na escolha da profissão em livro; leia trecho

Publicidade

da Folha Online

Escolher a profissão não é fácil. Esta fase cheia de dúvidas vem, geralmente, acompanhada da pressão dos pais e dos cursinhos para passar no vestibular.

No livro "Seja Feliz, Meu Filho", o psiquiatra Içami Tiba aborta exemplos clássicos de adolescentes que só veem o lado bom das profissões, sem imaginar as possíveis dificuldades que vão encontrar nos cursos de graduação, e acabam desistindo da faculdade logo no primeiro ano.

O psiquiatra também discute como os pais podem influenciar as formas dos filhos tomarem decisões ao longo da vida.

Veja abaixo trecho do livro.

*

Divulgação/Divulgação
Içami Tiba discute expectativas dos pais e escolha da faculdade em livro
Içami Tiba discute expectativas dos pais e escolha da faculdade

A difícil opção profissional

Ainda no colegial, os estudantes começam a enfrentar uma "barra", que é a decisão de que faculdade fazer, e se perguntam: Qual é a minha vocação? Quais as opções profissionais que tenho? Para as famílias mais estruturadas, de diálogo aberto, as escolhas são estudadas em conjunto. Não as afetivas, pois delas os pais têm pouca possibilidade de participação. Refiro-me à decisão quanto ao futuro profissional, que faz parte da convivência diária. Em geral, nessas famílias bem organizadas, os filhos já crescem bem mais orientados e os pais acabam aceitando tranquilamente as decisões deles. Quando os pais não complicam, dificilmente os filhos fazem escolhas atrapalhadas.

Tais escolhas surgem quando os jovens supõem que poderão exercer uma atividade do jeito que eles imaginam, sem conferir na prática. Dois exemplos clássicos: houve um tempo em que se inscreviam na faculdade de Oceanografia surfistas e outras pessoas que queriam apenas curtir o mar. Ao se depararem com as matérias e todas as exigências curriculares, abandonavam o curso. Também há casos de guitarristas que optam pela faculdade de Música porque gostam de tocar determinado instrumento à sua maneira. Podem até ter talento, mas nenhuma metodologia. Ao entrar na faculdade, abandonam o gosto, porque a metodologia exige estudo, uma coisa que eles não querem encarar.

Quando os jovens confundem gosto com sobrevivência, isto é, querem só curtir os benefícios, sem arcar com os custos, as escolhas tendem a ser atrapalhadas.

É como se estivessem diante de um mosaico de cores, mas o enxergassem apenas parcialmente. Desejam só uma cor, esquecendo-se das outras. Vista apenas de um ângulo, o do benefício, a escolha parece perfeita. Mas não é. Em geral, os jovens que só querem o benefício foram acostumados a esse esquema desde a infância: não fecharam o que abriram, não apagaram o que acenderam, nem consertaram o que quebraram. Nunca arrumaram as próprias bagunças.

A hora da decisão pode coincidir com o início do cursinho. Alguns incluem orientação profissional, ajudando o jovem a fazer uma escolha que ele já deveria ter feito. A propósito, a postura do aluno modifica-se completamente nesta fase. Se ele está cursando o 3º ano colegial ao mesmo que o cursinho, é comum estudar em dois esquemas diferentes: para a escola, no sistema aprovativo; para o cursinho, no sistema competitivo. Alguns, inclusive, mudam para uma escola mais fraca no último ano do colégio, estudando o suficiente apenas para passar de ano, pegar o certificado e, assim, cumprir uma exigência burocrática sem a qual não poderão entrar na faculdade.

Nessa época do cursinho, até parece que os pais estão assistindo às aulas, participando dos simulados e sofrendo junto com o filho. É como se jogassem todas as fichas no vestibular. Se passar, o filho terá um "futuro garantido". O que os pais jamais esperam é que ele abandone a faculdade no 1º ano e retorne ao cursinho. Se isso acontece, entram em crise. Coitados dos pais? Coitado também do filho que entrou na faculdade.

"Seja Feliz, Meu Filho"
Autor: Içami Tiba
Editora: Integrare
Páginas: 200
Quanto: R$ 31,90
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página