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02/01/2010 - 13h27

Técnica pode evitar repetição de cirurgia para troca de válvula pulmonar em crianças

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FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo

Um estudo brasileiro em andamento avalia uma nova técnica de cirurgia cardiovascular em crianças que, se der certo, pode evitar que os pacientes precisem ser reoperados à medida que crescem --que é o que acontece atualmente.

O procedimento é indicado para cirurgias de troca da válvula pulmonar, realizadas no caso de diversas cardiopatias congênitas, e está sendo testado no hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo.

Normalmente, essa cirurgia é feita com um enxerto retirado do pericárdio (tecido que reveste o coração) bovino, que, com o tempo, sofre rejeição e calcifica, além de não crescer com a criança -daí a necessidade de fazer outras cirurgias, em geral a cada cinco anos, até que o paciente entre na adolescência ou na vida adulta.

A nova técnica usa um enxerto de porco, que recebe um tratamento especial, criado em conjunto por médicos que moram em Belo Horizonte e nos EUA, para que o organismo não rejeite esse tecido, o que pode impedir a calcificação.

"As reoperações são sempre ruins, pois aumentam os riscos e os custos. Ainda estamos engatinhando no desenvolvimento de uma prótese eficaz em crianças, e diversos grupos buscam um enxerto melhor", diz Gláucio Furlanetto, cirurgião cardíaco pediátrico responsável pela pesquisa.

Ele afirma que, em cirurgias com carneiros, os resultados foram animadores: a prótese cresceu junto com eles e não houve calcificação. Há cerca de um ano e meio, 36 crianças receberam o novo enxerto. Os resultados ainda não são conclusivos, pois são necessários ao menos cinco anos de seguimento para avaliar se haverá efeitos positivos em humanos.

A prótese foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Furlanetto estima que 23 mil crianças precisem passar por cirurgias cardíacas anualmente no Brasil e que aproximadamente 15% delas tenham comprometimento da válvula pulmonar.

 

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