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25/03/2002 - 12h38

Espelho meu, existe alguém mais gorda do que eu?

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da Folha de S.Paulo

A maneira como você vê sua imagem refletida no espelho pode não ser fiel à realidade. E a culpa disso não é do espelho, mas de seus próprios olhos. Uma pesquisa realizada pela Brock University, em Ontário, no Canadá, divulgou em janeiro deste ano que uma em cada três pessoas com peso adequado ao seu tamanho tem uma imagem deturpada de si mesma.

O estudo, realizado com 813 pessoas entre 19 e 39 anos, concluiu que 31% das mulheres com seu peso ideal se acham mais gordas do que deveriam. Entre os homens, a situação se inverte: 25% daqueles que têm um peso adequado ao seu tamanho se vêem mais magros do que deveriam.

O professor de psicologia Stanley Sadava, 60, coordenador do estudo canadense, diz que essa deturpação do olhar entre as mulheres é ainda maior entre as adolescentes.

Segundo ele, uma das causas do fenômeno é o assédio da mídia e da moda, que firmam padrões estéticos muitas vezes fora do alcance de um corpo normal e saudável.

"As mulheres estão mais suscetíveis que os homens a enxergar seus corpos como gordos quando eles estão, na verdade, com a massa corpórea ideal, longe de qualquer sinal de obesidade.

Emagrecer torna-se, então, uma obsessão, o que significa que essas mulheres não conseguem deixar de se preocupar com sua forma física", afirma.

"Uma revista feminina norte-americana realizou uma pesquisa simples em que pedia que as leitoras escolhessem entre uma das seguintes realizações: um encontro romântico com o homem dos seus sonhos, uma noite divertida com um amigo querido que elas não encontravam há tempos ou emagrecer 10 kg. E a maioria delas escolheu a terceira opção."

Segundo Sadava, o valor que essas mulheres dão a uma forma física idealizada é fruto do que ele chama de teoria da comparação social, uma tendência a buscar um padrão estético naquilo que é admirado em nossa sociedade.

"Basta olhar as atrizes da década de 50, como Marilyn Monroe, e as de hoje. Os padrões culturais de hoje são cruéis com a variedade de tipos físicos comuns. Os adolescentes, que são mais vulneráveis a esse assédio, sofrem mais."

Para Sadava, sua pesquisa é uma indicação indireta de uma das causas que têm levado a um aumento no índice de jovens com disfunções alimentares, como a anorexia e a bulimia.

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