Equilíbrio

SEXO

04/10/2000 - 18h14

Preconceito e desinformação barram sexualidade do deficiente

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da Folha Online

Nos dias 1º e 2 de setembro deste ano, pela primeira vez o Brasil viu a discussão da sexualidade dos deficientes físicos na TV.

O Teleton 2000, organizado pela AACD (Associação de Assistência à Criança Defeituosa) para arrecadar fundos, transmitiu uma versão do "MTV Erótica" especial para os portadores de deficiências.

Na fase de produção, Flávia Cintra, tetraplégica, produtora do Teleton e coordenadora do CIVI (Centro de Informação para a Vida Independente), sugeriu para a revista "Trip" um ensaio com Mara Gabrilli, também tetraplégica, dona de um corpo invejável e que viria a ser a primeira brasileira nessas condições a posar nua e falar abertamente de sexo para uma publicação do gênero.

Por outro lado, Fabiano Puhlmann, psicólogo especialista em sexualidade humana, também deficiente, lança agora o livro "Revolução Sexual Sobre Rodas", cujo título diz tudo.

Está lançada a questão: por que a sexualidade do deficiente está tão longe das pautas e do nosso dia-a-dia? A resposta está na ponta da língua dos especialistas consultados pela Folha Online: o Brasil ainda engatinha quando o assunto é deficiência, e o preconceito isola os portadores das possibilidades de levar a dita "vida normal".

Daí um número reduzido de terapeutas que se enveredam por esse campo e uma curiosidade: a grande maioria dos estudiosos entrevistados são deficientes e optaram por entrar nesse campo, tão pouco explorado, por acharem que o conhecimento deve ser compartilhado.

O contraponto, segundo eles, é que tetraplégicos e paraplégicos não são assexuados e podem, sim, desenvolver a vida sexual, mesmo que de forma alternativa. Até as dificuldades de ereção e ejaculação podem, em grande parte dos casos, ser tratadas.

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