SEXO
04/10/2000
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18h17
da Folha Online
"Depois dessa olhada, eu tinha que vir te conhecer." Não foi uma só vez que a psicóloga Mara Gabrilli, 32 anos, ouviu tal frase de um homem e comprovou que o seu olhar havia se tornado mais "poderoso", como ela mesma define.
Mara é tetraplégica desde agosto de 1994, quando sofreu um acidente de carro junto com o namorado. Teve lesão na quarta e quinta vértebras e lesão medular por consequência. Namorou por mais dois anos _o que, admite, talvez a tenha ajudado a enfrentar as primeiras barreiras.
Mudou, como é natural, toda a forma de se relacionar com o próprio corpo, mas para melhor. Teve que passar a dar mais atenção à alimentação, à pele, parou de fumar e entrou numa rotina de exercícios específicos.
Mara fala sem medo sobre sexo e já admitiu para si mesma que é ela quem tem que saber como fazer, e não o parceiro que deve ser um super-homem.
Com as dificuldades de mobilidade decorrentes do acidente, aprendeu a seduzir com os olhos e com a exuberância de suas expressões faciais.
Este ano, foi além e aceitou mostrar seu maior orgulho _o corpo_ num ensaio feito pelo fotógrafo Bob Wolfenson. Foi a primeira deficiente brasileira a posar nua para uma revista. (Em 1987, a americana Ellen Stohl, que havia ficado paraplégica aos 18 anos, posou para a "Playboy".)
Orgulhosa, conta que, depois do feito, outras mulheres nas mesmas condições passaram a se arrumar melhor e buscar orientações para deixar o corpo mais bonito.
Não contente e convicta de que qualquer pessoa pode ter o corpo bonito e bem-cuidado, tem como projeto pessoal montar um centro de reabilitação parecido com uma academia de ginástica, com música, cores e tudo o que normalmente não existe nos centros convencionais brasileiros.
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"Depois dessa olhada, eu tinha que vir te conhecer." Não foi uma só vez que a psicóloga Mara Gabrilli, 32 anos, ouviu tal frase de um homem e comprovou que o seu olhar havia se tornado mais "poderoso", como ela mesma define.
Mara é tetraplégica desde agosto de 1994, quando sofreu um acidente de carro junto com o namorado. Teve lesão na quarta e quinta vértebras e lesão medular por consequência. Namorou por mais dois anos _o que, admite, talvez a tenha ajudado a enfrentar as primeiras barreiras.
Mudou, como é natural, toda a forma de se relacionar com o próprio corpo, mas para melhor. Teve que passar a dar mais atenção à alimentação, à pele, parou de fumar e entrou numa rotina de exercícios específicos.
Mara fala sem medo sobre sexo e já admitiu para si mesma que é ela quem tem que saber como fazer, e não o parceiro que deve ser um super-homem.
Com as dificuldades de mobilidade decorrentes do acidente, aprendeu a seduzir com os olhos e com a exuberância de suas expressões faciais.
Este ano, foi além e aceitou mostrar seu maior orgulho _o corpo_ num ensaio feito pelo fotógrafo Bob Wolfenson. Foi a primeira deficiente brasileira a posar nua para uma revista. (Em 1987, a americana Ellen Stohl, que havia ficado paraplégica aos 18 anos, posou para a "Playboy".)
Orgulhosa, conta que, depois do feito, outras mulheres nas mesmas condições passaram a se arrumar melhor e buscar orientações para deixar o corpo mais bonito.
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