Equilíbrio

SEXO

21/11/2000 - 19h21

Falta de desejo sexual também é coisa de mulher

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ADRIANA RESENDE
da Folha Online

"Ai, amor, hoje não, eu tô com dor de cabeça." Se esse motivo "forte" está se tornando frequente no relacionamento a dois, fique atenta. Você pode estar passando por uma disfunção sexual: a perda do desejo.

Na maioria dos casos, a origem desse problema é psicológica. Inúmeras razões podem provocar o desinteresse - das tensões profissionais à insatisfação com atitudes de familiares e até o comportamento do parceiro, que ora descarrega suas próprias ansiedades na mulher ora se mostra desinteressado ou agressivo.

A falta de desejo se torna frequente em mulheres casadas ou com vida sexual ativa. Isso não representa, necessariamente, uma disfunção orgânica. Pode acontecer devido ao desgaste no relacionamento, resultado da rotina do casal.

Em outros casos, é resultado de uma educação repressora que essas mulheres tenham recebido dos pais ou de crenças religiosas. A mulher era educada para ser submissa ao homem não apenas na cama, mas em qualquer situação da vida diária. Hoje, esse comportamento submisso já não é tão comum, por isso o estresse dos relacionamentos tem apresentado causas mais cotidianas.

O tratamento requer acompanhamento médico, se a causa for orgânica, ou terapia sexual, que pode ser aplicada à mulher ou ao casal, dependendo do caso. Os resultados aparecem em três ou quatro meses, em 80% dos casos.

Existem grupos de estudos e pesquisas sobre o tema. O Hospital das Clínicas, ligado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, criou, em 1993, o ProSex (Projeto Sexualidade). O grupo é formado por psiquiatras, urologistas, ginecologistas e psicólogos e atende gratuitamente pacientes com disfunções sexuais. O trabalho se destina também ao ensino, à pesquisa e à prevenção dos transtornos da sexualidade.

Também em São Paulo, o Instituto Paulista de Sexualidade realiza estudos periodicamente. Na pesquisa mais recente, de maio deste ano, a perda do desejo ficou entre os problemas sexuais mais frequentes entre mulheres, com 36,36%, atrás apenas da anorgasmia ou ausência de orgasmo, com 81,82%.

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