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15/11/1889
Doença de Deodoro quase atrasa a proclamação da República

da Folha Online


O marechal Deodoro, exaltado por todos os republicanos e pelos militares como o grande líder do movimento que derrubou a monarquia em nosso país, ficou gravemente enfermo na madrugada do dia 15 de novembro, fato que quase obrigou os militares a adiarem a tomada do poder.

Deodoro, que já havia estado de cama no início do mês, passou a noite reclamando de uma forte crise de dispnéia, popularmente conhecida como "dificuldade de respiração". Amigos próximos contam que o marechal quase não conseguiu pregar os olhos e não se mostrava animado a deixar a cama para derrubar a monarquia.

Deodoro, no entanto, foi vigorosamente estimulado a colocar a farda e sair às ruas pelo tenente Benjamin Constant e por Quintino Bocayuva. Por volta das 6h desta sexta-feira, os dois republicanos foram á casa de Deodoro dizendo que já não era possível adiar a tomada de decisões. O marechal, sabedor dos deveres que tinha assumido, decidiu levantar-se, apesar da falta de fôlego.

Na ocasião, o novo líder do governo também reclamou de fortes dores no ventre. Como não houve tempo para ser examinado por um médico, o marechal foi obrigado a partir rumo ao Campo de Santana, onde proclamaria a República, sem levar sua espada à cintura. Foi a maneira encontrada para diminuir seu desconforto.

Médicos que atenderam Deodoro após a intensa agitação do período matutino, quando foi proclamada a República, afirmaram que o novo presidente do Brasil já está recuperado e com a respiração absolutamente normalizada. Ele deverá, no entanto, passar o fim-de-semana em repouso em sua casa, aos cuidados de sua mulher, dona Marianinha.

Leia mais no especial sobre a Proclamação da República

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