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Conflito Rússia-Tchetchênia
25/10/2002

O fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

da Folha Online

Os acontecimentos que levaram ao fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) começaram em 1985, quando Mikhail Gorbatchov se tornou presidente. Ele foi o sexto líder a ocupar a presidência do país comunista desde 1922, quando a URSS foi criada.

Na época em que Gorbatchov assumiu o poder, a URSS passava por dificuldades econômicas e políticas. O modelo de planificação estatal era ineficiente. A corrupção no aparelho do Estado e nas fileiras do PCUS (Partido Comunista da União Soviética) também era um problema.

Perestroika e Glasnost
Gorbatchov pretendia, com seu projeto de reformas, fazer uma transformação profunda na economia da URSS, introduzindo elementos da economia de mercado. A perestroika (reestruturação), iniciada em 1986, tinha como metas aumentar a produtividade e melhorar a eficiência do trabalho.

Em uma conferência especial realizada em 1988, o Partido Comunista decidiu abrir o mercado para a iniciativa privada.

Enquanto isso, Gorbatchov enfrentou nacionalistas no Cazaquistão, Armênia, Azerbaijão e nos países bálticos.

Em 1989, tropas soviéticas abandonam o Afeganistão e protestos nacionalistas são registrados na Geórgia. O Partido Comunista da Lituânia declara sua autonomia em relação ao Partido Comunista soviético e são realizadas as primeiras eleições diretas para membros do parlamento.

Um das metas do governo era quebrar a hegemonia do PCUS, constituindo novas instâncias de poder provenientes da sociedade civil. Era esse o objetivo da abertura política (glasnost), dirigida para a criação de uma base social capaz de sustentar as reformas.

Em 1990, tropas soviéticas são enviadas ao Azerbaijão após o registro de mortes em conflitos entre azeris e armênios. O Partido Comunista determina o fim do regime de partido único no país.

Golpe
Em agosto de 1991, a linha-dura comunista se lançou numa tentativa desesperada de salvar a União Soviética, tentando tomar o poder à força. Membros do alto escalão do governo - entre eles o ministro da Defesa Dmitry Yazov, o vice-presidente Gennady Yanayev e o diretor da KGB - detiveram Gorbachov em sua casa de veraneio na Criméia.

A tentativa de golpe, porém, termina em três dias, com os líderes golpistas sendo presos. Boris Ieltsin, então presidente da Rússia (na época, uma das repúblicas soviéticas), comandou a resistência ao golpe.

CEI
Com a reação da população, o golpe fracassou e Gorbatchov retornou a Moscou. Em setembro de 1991, o parlamento vota pela dissolução da União Soviética.

No dia 8 de dezembro os presidentes da Ucrânia, Rússia e Belarus se reúnem e decidem acabar com a União Soviética, criando a CEI (Comunidade de Estados Independentes). Grande parte das demais repúblicas soviéticas passou a integrar a organização.

Os Estados Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) - os primeiros a demonstrar desejo de independência - não integraram a nova organização. O Kremlin reconhece formalmente a independência das três repúblicas em 6 de setembro de 1991.

Ucrânia, Armênia, Geórgia e Moldávia estão entre as primeiras repúblicas a iniciar o processo de independência com relação à URSS.

O fim
Em 25 de dezembro, Mikhail Gorbachov renuncia ao cargo de presidente da URSS. Os Estados Unidos reconhecem a independência do restante das ex-repúblicas soviéticas que até então não haviam sido reconhecidas.

No dia 26 de dezembro, o governo russo passa a ocupar os prédios que eram usados pelos funcionários do governo da União Soviética.

Enquanto isso, começavam os movimentos de insurgência das ex-repúblicas soviéticas contra Moscou. Uma delas é a Tchetchênia.

Com agências internacionais

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