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História - 1992 - Itamar Franco

Anões do orçamento manchou a "gestão transparente"

Reprodução
A modelo Lilian Ramos e o presidente Itamar, no sambódromo no Rio de Janeiro
O sétimo vice a assumir o cargo na história brasileira, Itamar Franco, tinha como meta uma gestão transparente, cobrada pelos diversos setores com o movimento pela ética na política, e que fizessse uma transição tranqüila para seu sucessor.

Contando com um ambiente politicamente favorável e otimista, Itamar tentou sustentar seu governo de pouco mais de dois anos em uma base partidária ampla. Buscou apoio de partidos mais à esquerda, como o PSDB e o PT _que recusou participação no governo.

Nome:
Itamar Augusto Cautiero Franco
Natural de:
Bahia
Gestão:
02.out.1992 a 1º.jan.1995
Vice-presidente eleito 1989, assumiu a Presidência depois da renúncia forçada de Fernando Collor. Formou-se engenheiro e foi duas vezes prefeito de Juiz de Fora (MG) pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Também foi senador por Minas Gerais em 1974 e em 1982 e governador desse Estado em 1998.
Visando uma transição sem turbulências, o presidente ainda tinha o desafio de controlar a inflação, aumentar a produção e finalizar o processo de abertura econômica iniciado por seu antecessor.

Em 1993, seu governo esteve diante de mais um escândalo envolvendo políticos. O Congresso Nacional abriu nova CPI para investigar os chamados "anões do orçamento", que constatou a existência de deputados responsáveis pela elaboração do Orçamento da União utilizando-se de emendas para enriquecimento ilícito.

Foi no governo Itamar que se elaborou o mais bem-sucedido plano de controle inflacionário da Nova República. Nomeado ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso montou com uma equipe de economistas o Plano Real.

A lógica do plano era criar uma unidade real de valor (URV) para todos os produtos, desvinculada da moeda vigente, o Cruzeiro Real. Estabeleceu-se que cada URV correspondia a US$ 1 e deixou-se que o Cruzeiro Real se desvalorizasse em relação ao dólar e à URV. Com data determinada para acabar, a URV passou a virar referência de cálculo para preços e contratos firmados desde sua criação. Paulatinamente, o Cruzeiro Real deixava de ser referência, e foi perdendo o caráter de moeda.

Em junho de 1994, extinguiu-se o Cruzeiro Real, a URV e passou a vigorar a nova moeda brasileira, denominada Real, também na relação de um para um com a URV. Havia uma tabela de conversão da antiga moeda para a URV, agora ajustada para o Real. O plano valorizou a moeda brasileira em relação ao dólar e assistimos ao aumento do poder de compra da população, principalmente de supérfluos. Com uma referência de valor, a economia também se desvencilhava do fantasma da inflação.

Com o sucesso do plano, em junho de 1994, o governo Itamar lançou o ministro Fernando Henrique Cardoso como candidato, e elegeu-o no primeiro turno, vencendo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O governo de Itamar Franco foi marcado também por dois episódios de impacto na opinião pública. O primeiro foi protagonizado pelo próprio presidente, flagrado por fotógrafos em um desfile de escola de samba no Carnaval carioca ao lado da modelo Lilian Ramos. Detalhe: Itamar estava abraçado à modelo, que estava sem calcinha.

O segundo episódio, ocorrido durante a campanha para a sucessão de Itamar, foi a gravação dos bastidores de uma entrevista do então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, que não tinha conhecimento de que as imagens estavam sendo captadas via satélite. Ricupero foi flagrado dizendo ao jornalista: "O que é bom, a gente fatura. O que é ruim, esconde".

A frase custou a Ricupero seu cargo no Ministério, sendo substituído por Ciro Gomes, mas não arranhou a candidatura presidencial de FHC.


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