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23/04/2003
Cronologia da crise argentina
da Folha Online
1998
A economia argentina entra em recessão no final do governo de Carlos Menem
1999
A Suprema Corte veta a candidatura de Menem para um terceiro mandato consecutivo. Em meio à dificuldades econômicas, o candidato Fernando de la Rúa, da Aliança, é eleito, vencendo o peronista Eduardo Duhalde, governador da província de Buenos Aires, por 48,5% contra 38,05% dos votos
2000
De la Rúa anuncia pacote de medidas de austeridade econômica. FMI (Fundo Monetário Internacional) aprova empréstimo de US$ 40 bilhões. A modificação da política trabalhista proposta pelo novo governo altera o regime sindical, e o país vive um período de greves
2001
Março - Em três semanas, três trocas no
da Economia. O último é Domingo Cavallo, ex-ministro do governo Carlos Menem, responsável pelo processo de privatização das empresas do país na década anterior
Julho - Congresso aprova novo programa de austeridade. Paralelamente, o ex-presidente Menem é indiciado por suposto comércio ilegal de armas com Equador e Croácia
Outubro - O PJ (Partido Justicialista, peronista) vence as eleições legislativas e obtém maioria no Senado
Novembro - Risco país ultrapassa 3.000 pontos. De la Rúa anuncia oitavo pacote econômico, com o intuito de derrubar a taxa de juros de 11% para 7%
Dezembro - O cenário é de convulsão social, com saques e confrontos nas ruas. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, deixa o cargo no dia 18. Dois dias depois, Fernando De la Rúa também renuncia. O presidente do Senado, Ramón Puerta, assume a Presidência interinamente
Calote - Na sequência, o Congresso elege o peronista Adolfo Rodríguez Saá e aprova novas eleições em 3 de março de 2002. Empossado, Saá anuncia calote histórico com moratória da dívida externa de US$ 132 bilhões. Sem o apoio de seu partido, deixa o cargo uma semana depois
2002
Janeiro - O Congresso conduz Eduardo Duhalde, candidato derrotado nas eleições, no poder. Ele escolhe Jorge Remes Lenicov para a pasta da Economia e anuncia que vai desvalorizar a moeda após uma década de paridade cambial com o dólar -desvalorização é de 30%. No dia 23, o “corralito” bloqueia parcialmente os depósitos bancários
Fevereiro - Tem início um embate entre o governo Duhalde e a Justiça. A Suprema Corte da Argentina derruba parte das medidas que limitam os saques de depósitos bancários. Em resposta, o governo promove a pesificação total. Milhares de pessoas foram filas para comprar dólares que, no mês seguinte, custaria 4 pesos. FMI nega ajuda e indústria registra queda recorde
Março - Domingo Cavallo é preso por suposto contrabando de armas. BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) disponibiliza US$ 694 milhões. Nova onda de saques na grande Buenos Aires
Abril - O peso segue desvalorizando. Os bancos decretam feriado por uma semana. Na sequência, Lenicov deixa o Ministério da Economia e Roberto Lavagna assume o posto. Duhalde admite a possibilidade de renunciar se não tiver apoio. Missão do FMI chega ao país
Junho - Mario Blejer renuncia à presidência do Banco Central e é sucedido por Aldo Pignanelli. Os protestos seguem violentos nas ruas. No início do próximo mês, Duhalde convoca eleições para março de 2003
Novembro - Depois de muitas discussões, o FMI posterga o pagamento de parte da dívida de US$ 140 milhões. Paralelamente, o governo diz que não pagaria parcela da dívida com o Banco
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