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Festival de Cannes
13/05/2003

Quatro brasileiros vão a Cannes

da Folha Online

Quatro filmes brasileiros serão apresentados em Cannes. Além de "Carandiru", de Hector Babenco, que está na competição oficial de longa-metragens, o curta "Castanho", de Eduardo Valente, foi anunciado para a seleção da Quinzena dos Realizadores do festival.

"Castanho" concorre em meio a outros 29 longas e 18 curtas na Quinzena dos Realizadores. O curta é seu segundo trabalho no mesmo estilo. No ano passado, Valente ganhou o prêmio principal da mostra Cinéfondation -também do festival de Cannes- com o curta "Um Sol Alaranjado".

Além do filme de Valente, "Filme de Amor", de Julio Bressane, já havia sido confirmado na principal mostra paralela do festival.

Participa ainda de Cannes 2003 o curta "A Janela Aberta", de Philippe Barcinski.

Conheça os brasileiros que vão a Cannes:

"Carandiru"

Veja página especial sobre o filme de Hector Babenco.

"Janela Aberta"

De Philippe Barcinski, o filme trata do "transtorno obsessivo compulsivo", uma síndrome em que a pessoa é perseguida por pensamentos, dúvidas e suposições que a obriga a criar rituais para conviver com o problema.

A história começa como uma situação corriqueira: um homem, deitado na cama tenta se lembrar se fechou a janela da sala. Seguimos seu fluxo de pensamentos que nunca consegue chegar a uma conclusão.

O que começa leve, fazendo com que o espectador se identifique um pouco, logo se revela uma situação angustiada. Isso sem deixar de ter uma boa dose de humor.

O filme foi produzido pela O2 Filmes, de Fernando Meirelles, diretor de "Cidade de Deus".

"Castanho"

Definido pelo próprio diretor Eduardo Valente como um "quase musical", o filme não tem falas e a condução da narrativa é feita pela música da banda Los Hermanos.

Baseado em uma crônica de Mário Prata, "Castanho" conta a história da ligação de uma mulher com um gorila de pelúcia.

O filme tem duração de 10 minutos. Valente ganhou o prêmio Cinefondation do Festival de Cannes do ano passado por "Um Sol Alaranjado".

"Filme de Amor"

O filme de Julio Bressane terminou de ser rodado em agosto do ano passado e teve um orçamento de R$ 1,3 milhão. 37º da carreira de Bressane, o filme contextualiza e atualiza o mito da origem do sentimento amoroso

Rodado em três semanas em um casarão no bairro de Santa Tereza, no Rio, os ensaios com os atores Fernando Eiras, Bel Garcia e Josie Antello duraram quatro meses.

O filme é uma fábula popular, suburbana, de três pessoas comuns, de vida pobre e de cotidiano e existência miseráveis, que se encontram periodicamente em um cortiço no centro da cidade, nos fins de semana. Lá, com o estímulo da embriaguez, do prazer sexual e do espiritismo, eles revivem aspectos do mito das três graças.

As três graças são descritas pela mitologia grega como filhas de Zeus e Eurínome. Bressane tornou-se estudioso do mito a partir do final dos anos 80 e prefere a descrição do poeta Angelo Policiano, contemporâneo de Botticelli (1445-1510), na qual Tália, Eufrosina e Abigail (variação de Aglaia) representam a beleza, o prazer e o amor, e surgiram da emoção sentida por Vênus ao desembarcar numa ilha.

Com fotografia de Walter Carvalho, o filme tem produção do Grupo Novo de Cinema e apoio da Riofilme e Labocine.

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