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Petrobras 50 anos 03/10/2003

Ambiente: Acidentes e vazamentos de óleo mancham imagem da empresa

Petrobras chegou a ser a maior poluidora do país, mas investimento em programa de prevenção reduziu danos

MARIANA VIVEIROS
da Folha de S.Paulo

A. Gaudério/F.Imagem
Dezoito de janeiro de 2000 entrou para a história da Petrobras como o dia em que a empresa percebeu que seu sistema de controle operacional e seu plano de emergência contra acidentes ambientais ainda deixavam muito a desejar, embora fossem alvo de atenção e investimentos desde 1997. E a constatação foi feita da pior maneira possível.

Divulgação
Naquela manhã, a baía de Guanabara (RJ) virou uma grande mancha negra, com 1,4 milhão de litros de óleo que vazaram da Reduc (Refinaria Duque de Caxias). A Petrobras levou nove horas para iniciar a contenção do material.

O óleo sujou praias, matou animais e abalou a imagem da companhia. Um abalo que ganhou força em 2001, quando acidentes seguidos deram à empresa o posto de maior poluidora do país.

As multas ambientais somam centenas de milhões de reais (só no Paraná, são R$ 340,5 milhões), e a empresa é ré em pelo menos três ações indenizatórias: pelo derramamento de 4 milhões de litros de óleo cru no rio Iguaçu (PR), em 2000; pelo vazamento de 57 mil litros de diesel na serra do Mar paranaense, em 2001; e pelo acidente da baía de Guanabara.

"A questão ambiental já era nossa preocupação, mas aprendemos que sempre há algo a ser melhorado. Decidimos, então, fazer do limão uma limonada", diz Cláudio Fontes Nunes, gerente-executivo de segurança, ambiente e saúde da Petrobras.

A "limonada" atende pelo nome de Pegaso (Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Operacional), que consumiu, em três anos, R$ 3,8 bilhões e reduziu em 97% o volume total de vazamentos. Em 2000, os derramamentos somaram 5,8 milhões de litros; em 2001, foram da ordem de 2,6 milhões de litros; em 2002, o volume foi de 197 mil litros; e, até julho, de 176 mil litros.

Resultado, em grande parte, do maior controle sobre os dutos, por meio da automação de 7.000 km de tubulações (para detecção imediata de problemas) e do investimento em equipamentos.

Embora a Petrobras diga não ter uma análise das causas dos acidentes do início da década, o Sindicato dos Petroleiros sustenta que o período coincidiu com o vencimento da "validade" dos dutos, que já deveriam, então, ter passado por manutenções.

Foram ainda instalados pelo país nove Centros de Defesa Ambiental, que auxiliam no combate a derramamentos. Cada um tem cerca de 20 funcionários e apetrechos como lanchas, balsas e barreiras de absorção.

Os ganhos são comemorados, mas a questão que nem mesmo a Petrobras conseguiu responder é se o investimento limpou a sua imagem. "Talvez precisemos divulgar mais as melhorias porque a mídia dá muita importância a questões como um vazamento pequeno, de 20 litros", diz Nunes.

Para Isaura Fraga, presidente da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, do Rio), a recuperação é uma questão de tempo e de a empresa se manter no caminho certo.

"A Petrobras sempre foi o coração do carioca. Com o vazamento, as pessoas se sentiram agredidas por um processo produtivo do qual se orgulhavam. A empresa perdeu o afeto da população."

Já os ambientalistas, embora reconheçam melhorias, ainda são críticos. "Dois anos depois do acidente no rio Iguaçu, a Petrobras fez uma propaganda dizendo que ele já estava totalmente recuperado. É tecnicamente impossível solucionar tudo em dois anos, e nenhum relatório sobre a qualidade da fauna e da flora do rio foi divulgado", diz Clóvis Borges, presidente da Sociedade de Proteção à Vida Selvagem, ONG do Paraná.

O Greenpeace, por sua vez, faz um "convite" para o futuro. "Sabe o que faria todo brasileiro ter orgulho da Petrobras? Se ela fizesse investimentos sérios na pesquisa e na viabilização de fontes de energia alternativas ao petróleo e ao gás.

É a verdadeira prevenção porque, por mais que invista em controle, o setor petrolífero sempre será poluidor", diz Jonh Butcher, coordenador da ONG.

A Petrobras diz que pretende gastar, por ano, US$ 26 milhões (ou 1,5% do faturamento líquido do primeiro semestre) em projetos de fontes renováveis.

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