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27/04/2003
Ciclo
Problemas relacionados ao ciclo menstrual estão entre as principais queixas que levam mulheres ao ginecologista.
Cerca de 75% das adolescentes sofrem de cólicas menstruais e cerca de um terço delas chega a ficar de cama durante os dois primeiros dias de sangramento. A tensão pré-menstrual também tira de sua rotina normal perto de 35% das mulheres que ainda não entraram na menopausa.
Desconforto à prestação
Problemas relacionados à menstruação são as maiores queixas que levam pacientes aos ginecologistas. A experiência de consultório revela que pelo menos metade das reclamações se refere a irregularidades nos intervalos do ciclo (curtos ou longos demais), muitas vezes acompanhados de cólicas fortes.
As alterações no ciclo menstrual são mais comuns entre adolescentes que começam a menstruar e entre mulheres que estão entrando na menopausa, segundo Mara Diegoli, ginecologista e obstetra do Hospital das Clínicas.
No primeiro caso, é comum que essas alterações, provocadas pela imaturidade da glândula reguladora dos hormônios da menstruação, ocorram até 2,5 anos após a menarca, suspendendo as regras por dois, três meses ou provocando mais de uma por mês.
Nos anos do climatério, período que precede a menopausa (última menstruação), as alterações voltam a ocorrer, com aumento ou redução dos intervalos menstruais e da intensidade dos sangramentos.
Fora desses períodos, um ciclo regular deve ter intervalo de 22 a 35 dias entre o primeiro dia de sangramento e a próxima menstruação. Essa variação depende do nível hormonal de cada uma e a mesma mulher pode ter frequências diferentes em vários períodos da vida.
Um ciclo normal dura de três a cinco dias e seu volume de fluxo consome, no máximo, seis absorventes por dia. "Períodos e fluxos superiores a isso podem ser indícios de problemas mais graves e devem ser pesquisados", adverte Mara Diegoli (veja quadro ao lado).
A ginecologista Ceci Mendes Carvalho Lopes, da USP, explica que ciclos irregulares geralmente correspondem a uma falha na ovulação, que pode ser causada pela baixa produção do hormônio feminino progesterona e ser uma das causas da infertilidade.
Geralmente, uma ultra-sonografia para detectar algum problema no útero e se a mulher está ou não ovulando é suficiente para um bom diagnóstico. Exames de sangue também podem detectar o nível hormonal da paciente com ciclo irregular e definir o melhor tratamento. (CC)
Problemas que alteram o ciclo
Alterações hormonais Problemas com a tireóide podem alterar os ciclos menstruais
Cisto no ovário Se for grande, também influencia o ciclo: pode provocar dor forte, mas geralmente não interfere nos pêlos nem na pele
Miomas Tumores benignos do útero, popularmente conhecidos como quistos, também levam a aumento do fluxo menstrual e cólicas
Medicamentos Alguns remédios, especialmente os antidepressivos, podem alterar a menstruação
Ovários morcopolicísticos Pequenos cistos alteram a ação dos hormônios: a mulher pode ficar muito tempo sem menstruar e enfrentar aumento de peso, de pêlos e acne; algumas têm ciclo inferior a 22 dias
Higiene na menstruação
O aumento da temperatura e da umidade na região genital durante a menstruação aumentam o risco de infecções durante os dias de sangramento. Alguns cuidados simples podem reduzir esses riscos
1. Troque o absorvente pelo menos três vezes ao dia. Se estiver muito quente, essa troca pode ser maior, porque o abafamento da vagina aliado ao calor aumenta a incidência de assaduras, irritações e infecções
2. Absorventes internos devem ser trocados a cada quatro horas no máximo; é arriscado manter junto ao corpo o sangue expelido da cavidade interna da vagina
3. Não use roupas justas e prefira calcinhas de algodão: as sintéticas esquentam a pele e aumentam a umidade vaginal, favorecendo o aparecimento de fungos que provocam corrimentos
4. Lave-se bem, mas evite as duchas vaginais, que tiram a proteção natural
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