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Saúde da mulher
27/04/2003

TPM: Angústia e fúria

Não existe uma única causa para explicar a TPM. Fatores hereditários, alterações hormonais e situações tensas costumam desencadear a síndrome. "A TPM em intensidade forte é muito comum em mulheres que fazem dupla jornada", afirma Mara Diegoli, coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com TPM do HC.

Nem todo mau humor porém é culpa do ciclo. Para descobrir, Mara aconselha que a mulher anote, durante dois meses, todos os sintomas e a intensidade deles nos 15 dias que antecedem as regras. Se eles desaparecerem junto ou logo depois que a menstruação descer, é TPM. Se não, são problemas que nada têm a ver com o ciclo menstrual.

Os sintomas mais comuns são: tensão, irritabilidade, ansiedade, agressividade, aumento de peso, dor nas pernas, dor nas mamas, inchaço no abdômen, depressão, choro fácil, falta de iniciativa, falta de concentração, esquecimento, dores de cabeça, tontura, taquicardia, aumento de apetite, compulsão por chocolates e doces, cólicas, enjôos, dores lombares e aparecimento de espinhas.

Por não ter uma causa definida, o tratamento dependerá do diagnóstico de cada paciente, já que os sintomas mais comuns são tratados separadamente. A medicação depende do mal predominante. Analgésicos, implantes hormonais e até antidepressivos têm sido usados. "Embora a TPM não seja considerada uma doença, o tratamento melhora muito a qualidade de vida da pessoa e de quem convive com ela", diz Mara. (CC)



brasileiras e TPM

Não sofrem - 36%
TPM leve - 29%
TPM moderada - 27%
TPM intensa - 8%

Fonte: "Vencendo a Tensão Pré-Menstrual", de Mara Diegoli, Angela da Fonseca e Carlos Diegoli





Trate-se

POR LAURA KNAPP

Movimentos de yôga podem ajudar a amenizar a TPM, atuando como relaxantes em dias de fúria ou estimulantes quando o problema é a sensação de moleza. Para os dois casos, a professora Maria Renée Janikian, da Fórmula Academia, sugere a sequência de 12 posturas da saudação ao sol (surya namaskar). O resultado varia conforme o jeito de respirar e o tempo usado no movimento

Para estimular execute cada postura na sequência, sem tempo de permanência em nenhuma delas; a ênfase é colocada na inspiração

Para RELAXAR vale a mesma sequência, mas com pequena permanência em cada postura (alguns segundos), respirando naturalmente algumas vezes



Se o 'seu tempo' muda...

... Mude a alimentação.
As alterações hormonais trazidas pelo ciclo menstrual modificam também a absorção de nutrientes, acarretando algumas necessidades e vontades que devem ser atendidas. Flávia Abdallah, médica esportiva do Hospital das Clínicas e nutricionista da academia Bio Ritmo, sugere um consumo extra de alguns alimentos que podem ajudar a combater os efeitos dos hormônios. Ela alerta, porém, que é preciso ter paciência e esperar pelo menos três meses antes de perceber os benefícios da mudança -sem esquecer que a reação depende de variáveis individuais. Se a pessoa fuma, por exemplo, a resposta pode ser mais lenta


Vitamina B6 Chamada "vitamina do bom humor", ajuda a combater a falta de disposição. Está presente em cereais integrais (arroz integral, farelo de aveia e granola), castanha-do-pará, nozes, batata, banana, melão, abacate, abacaxi e carnes

Ômega 3 Ácidos graxos essenciais que regulam a irritabilidade e ajudam a diminuir a produção de prostaglandina, hormônio responsável pela cólica. Castanhas e peixes como atum e salmão são as melhores fontes

Magnésio Controla os níveis de aldosterona, hormônio que provoca a retenção de sódio e inchaço. Alimentos indicados: castanhas, amêndoas, nozes, gérmen de trigo, lentilhas, feijão, grão-de-bico, soja (incluindo tofu e missoshiro, queijo e caldo japoneses), além de folhas verde-escuras, como espinafre, agrião, rúcula e couve. O consumo extra deve ocorrer dez dias antes da menstruação, com pelo menos cinco porções por dia

Cálcio Presente no leite e seus derivados, é outro componente que atua contra a retenção de líquidos

Chocolate & carboidratos O desejo de comer doce é maior na menstruação e se explica pela deficiência de ferro, eliminado na perda do sangue. Aumenta também a necessidade de carboidratos, que lidam com a serotonina e provocam sensação de bem-estar e saciedade (LK)


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