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29/11/2004

Risco: Investimento em fundos exige precaução

Prejuízos de clientes do Banco Santos aquecem o debate sobre uma maior transparência na composição das carteiras

PEDRO CORRÊA
Free lance para a Folha

A quebra do Banco Santos, em que pairam suspeitas sobre a saúde das carteiras dos fundos administrados pela instituição, coloca em destaque aspectos dos fundos de investimento desconhecidos para a maioria dos investidores.

Os principais questionamentos se referem à maneira como realmente são compostas as carteiras -mesmo estando adequadas às regras gerais determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)-, além da capacidade dos gestores de fundos.

Algumas questões atormentam a cabeça dos investidores, na maioria desacostumados com as sutilezas que envolvem esses produtos: qual a segurança e as garantias desse tipo de aplicação? Como ter a certeza de que a independência entre a administração do fundo e o banco patrocinador, o chamado "chinese wall", não é apenas uma miragem?

Na avaliação de Marcelo Giufrida, vice-presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), o caso dos fundos do Banco Santos é isolado e pouco significativo diante do volume movimentado pelos fundos existentes no País - cerca de R$ 600 bilhões, equivalentes a 39% do PIB (Produto Interno Bruto).

Problemas estruturais

Os problemas nos fundos ocorrem por falha de operação ou por defeito estrutural, segundo especialistas. As falhas de operação são detectadas pela CVM, que acompanha as carteiras e avisa os cotistas quando, por exemplo, o fundo perdeu o enquadramento em relação às regras do jogo.

O defeito estrutural envolve a maneira como é composta a carteira. A estruturação dos portfólios dos fundos segue algumas regras determinadas pela autoridade monetária, como no caso dos fundos de renda fixa.

Neles, o limite para aplicações em CDBs é de 20% (incluindo os do próprio banco). Os outros 80% devem ser aplicados em títulos públicos ou privados (estes limitados a 10% por empresa).

É justamente na transparência quanto ao portfólio das carteiras que reside uma das principais discussões no mercado. Atualmente, somente os fundos de ações (FIAs) são obrigados a mostrar onde aplicam, com defasagem de 90 dias.

A Instrução Normativa 409, recém-implantada pela CVM, amplia a regra também para os fundos de renda fixa, que terão de informar mensalmente ao mercado onde investem e com defasagem de 10 dias.

Embora a Instrução 409 esteja em vigor há uma semana, os gestores terão um prazo maior (inicialmente até 31 de dezembro) para se adequarem à nova regulamentação.

Sérgio Garibian, diretor de Serviços Financeiros para a América Latina da agência de classificação de riscos Standard & Poor's, afirma que hoje os maiores riscos estão nas aplicações em derivativos e renda fixa (leia texto abaixo).

FRASES
"Não basta apenas revelar o patrimônio dos fundos e seu desempenho, mas também é preciso facilitar o acesso à composição das carteiras"
HENRIQUE GARCIA SPINOSA NETTO
diretor de Análise e Produtos da Thomson Financial Brasil
"A classificação dos fundos com base nos riscos que seus ativos embutem é fundamental para aumentar a segurança para o investidor"
SÉRGIO GARIBIAN
diretor da Standard & Poors Financial Services Rankings e Ratings
No primeiro caso, o risco é explicado pela própria característica desses fundos, que operam com instrumentos financeiros mais sofisticados que derivam de ativos (como ações), com base em projeções futuras, e por isso embutem naturalmente maior risco.

Transparência

Em relação à renda fixa, diz Garibian, como os gestores não abrem o portfólio dos fundos, não é possível avaliar o risco de crédito dos papéis que compõem a carteira. Com isso, abre-se a possibilidade para a entrada de títulos podres (por exemplo, a aquisição de títulos de empresas com endividamento expressivo com o banco patrocinador do fundo, que também aplica em CDBs da própria instituição).

Para Henrique Garcia Spinosa Netto, diretor de análise e produtos da Thomson Financial Brasil, a abertura das carteiras e sua disponibilidade ao público são fundamentais para o aperfeiçoamento do mercado e da segurança dos fundos de investimento.

"Não basta apenas revelar o patrimônio dos fundos e seu desempenho, mas também é preciso facilitar o acesso à composição das carteiras, para que o investidor tenha mais segurança", afirma. A Thomson, empresa canadense, é especializada em análise e fornecimento de informações financeiras ao mercado.

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