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25/10/2004

Foco: Fundos "éticos" ganham mais espaço

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Cresce no Brasil a procura por carteira de empresas socialmente responsáveis

Quando o ABN lançou seu fundo Ethical FIA, em 1º de novembro de 2001, não faltaram comentários negativos no mercado. Dizia-se que se tratava de uma liberalidade com o objetivo de melhorar a imagem do banco.

"Foi um erro de avaliação, que escondia um preconceito", comenta Pedro Villani, gestor do fundo. Hoje muitas outras instituições estão seguindo essa tendência, e as empresas que fazem parte dessas carteiras têm apresentado retorno financeiro interessante.

Já são cerca de 4.000 cotistas com recursos investidos nos dois produtos, o fundo Ethical FIA, dirigido ao varejo, e o Ethical FIA II, destinado ao investidor institucional e privado, com o patrimônio dividido quase igualmente entre os dois.

Em dois anos e dez meses, o fundo Ethical FIA apresentou uma rentabilidade de 122,51%, superior aos 105,75% de rentabilidade do Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) no período, com volatilidade (oscilação de cotas) menor que a média do mercado. O Ethical FIA II, criado em 6 de novembro de 2001, acumulou uma rentabilidade de 117,8%, contra 89,4% do Ibovespa no mesmo período.

O produto encontra-se entre os maiores fundos de renda variável. Partiu com um patrimônio de R$ 3,1 milhões em dezembro de 2001, chegou a R$ 14,7 milhões em dezembro de 2002 e a R$ 33 milhões no ano passado. Atualmente, os dois produtos já somam R$ 41,4 milhões.

Pode-se investir no fundo Ethical FIA com um capital mínimo de R$ 100. O Ethical FIA II exige um investimento inicial bem maior: R$ 100 mil.

Valor social

Segundo Villani, a proposta inicial não era só buscar retorno mas também introduzir, no Brasil, a idéia do investidor responsável. "O investidor responsável agrega valor social ao seu capital. Olhamos para o investidor vendo também o impacto de sua ação na sociedade", diz.

Com o segmento atraindo outros bancos, o ABN Amro ainda vê grande potencial de crescimento. "Nosso objetivo agora é estimular o investidor institucional, porque, através dele, vamos conseguir mais rapidamente mudar a cultura do mercado", afirma o executivo.

Bruno Erbiste, analista do ABN, comenta que, ao avaliar os números em prazos mais longos, os investidores se convenceram de que a sustentabilidade traz vantagem competitiva às empresas que praticam a responsabilidade social e ambiental.

"Hoje se sabe que ecoeficiência significa retorno financeiro de curto prazo e fácil de gerenciar e que as práticas voltadas para a sustentabilidade também reduzem custos e geram maior valor para o acionista", observa.

"Os fundos socialmente responsáveis rendem bem porque as empresas cujas ações são escolhidas têm melhores times de executivos e há um vínculo lógico entre sustentabilidade e a existência de estratégias sólidas", afirma Erbiste.

Também se pode notar, na opinião do executivo, que essas carteiras oscilam menos. "Ao analisar os aspectos que vão influenciar decisivamente o desempenho da empresa, o investidor vai perceber, por essa lógica, a ética como elemento essencial do negócio", acrescenta.

Carteira

A carteira dos fundos Ethical são compostas por ações de 25 empresas diferentes, selecionadas por um questionário que contém 94 indicadores, basicamente analisando padrões de gestão, gerenciamento de riscos, oportunidades ambientais e indicadores de desempenho.

Entre os itens analisados estão gestão e segurança no trabalho, atração, desenvolvimento e retenção de talentos, direitos do trabalho e direitos humanos, relacionamento com partes interessadas -fornecedores, clientes, comunidade e governo-, governança corporativa transparente e equânime entre os acionistas e prestação de contas.

Os fundos Ethical reproduzem as ações mais importantes da Bovespa, com uma coincidência de 60%. Entre as 25 empresas listadas, encontram-se Belgo Mineira, Comgás, CST, Natura, Klabin, Weg, Vale do Rio Doce, Itaú, Bradesco, Telesp, Telemar, Tele Centro Oeste, Randon, Marcopolo e CCR. O critério, segundo Villani, é diversificar a carteira, com as melhores do setor, excluídos os setores de alto risco, como bebidas, cigarros e armas.

Tendência

Lançado em setembro deste ano, o Itaú Excelência Social FIA é um dos mais recentes produtos na linha iniciada pelo ABN Amro. É um fundo de investimento em ações de empresas selecionadas por atributos como grau de transparência e segurança na divulgação de informações sobre a gestão e a responsabilidade dos acionistas controladores perante os minoritários, práticas socialmente responsáveis com respeito aos empregados, consumidores, fornecedores e comunidade -além de políticas de preservação do ambiente.

Petrobrás, Vale do Rio Doce, Itaú, Bradesco, Gerdau, Sadia, Marcopolo, CPFL, Natura e Klabin são as empresas cujas ações formam essa carteira. O valor inicial para aplicação é de R$ 1.000, e o saldo mínimo para manutenção do investimento é de R$ 500.

Metade da taxa de administração do fundo, de 3%, é destinada a projetos de entidades sociais, indicadas por um conselho consultivo, que inclui, além de diretores do Itaú, lideranças do terceiro setor, empresários com boa reputação e especialistas do mercado.

Outras instituições financeiras do país também estão nesse nicho, como o banco Santos, que criou o Fundo Social Pró-Amem, um fundo de renda fixa conservador que repassa uma fatia do rendimento para a Associação de Amigos do Menor para o Esporte Maior e doa a taxa de administração (1,5% ao ano).

HSBC, com o FAC DI Ação Social, Caixa Econômica Federal, com o Caixa FIF Fome Zero, e Unibanco, com o Fundo Private Bank de Investimento Social, também engrossam a lista.

Nos Estados Unidos, o primeiro fundo de ações especializado em empresas consideradas socialmente responsáveis e respeitadoras do ambiente foi criado em 1982 pela consultora Hazel Henderson, do Calvert Group. Hoje, esse fundo contabiliza US$ 9 bilhões de patrimônio. (LMC)

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