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28/06/2004

Seguro no divã - Medo da morte encolhe carteira de vida

Mercado oferece opção de resgate do investimento em caso de sobrevivência após um prazo determinado; mas custo é elevado

SANDRA BALBI
Da reportagem local

O mercado financeiro descobriu uma forma de lidar com a negação da morte --que breca a expansão das carteiras de seguro de vida-- longe dos divãs dos analistas. Na contramão de outros ramos do mercado, as receitas dessa carteira caíram 33% no ano passado, em relação a 2002.

"As pessoas negam sua mortalidade, por isso é difícil a venda dos seguros tradicionais que cobrem o risco de vida", diz Ronan Rezende, gerente de produtos da Metlife. Para quem se recusa a encarar a própria finitude, algumas seguradoras oferecem a opção de devolver parte dos valores aplicados se o cliente sobreviver após um prazo determinado.

São os seguros resgatáveis, contratados por períodos fixos que variam de cinco a 30 anos. Na maioria dos casos, entretanto, o prazo máximo para resgate existente no mercado é de 10 anos.

Nesses seguros, uma parte do dinheiro aplicado mensalmente é reservada para cobrir o risco de morte (mais invalidez e outras coberturas adicionais contratadas). O restante vai para um fundo de investimento e será capitalizado.

Parte da reserva do fundo é resgatada no fim do contrato pelo segurado --o montante devolvido varia segundo a seguradora. Consultores financeiros, entretanto, não recomendam o produto.

É que, se fica caro cobrir o risco de morte, como fazem os seguros de vida tradicionais, dar garantias à sobrevivência por um prazo longo fica mais caro ainda. "É muito mais barato fazer um seguro de vida simples, de preferência em grupo, e complementar com um plano de previdência privada", diz o planejador financeiro Louis Frankenberg, da Personal Financial Planning.

Custos altos

Por falta de renda e de uma cultura de prevenção, o mercado brasileiro ainda sofre pela escala reduzida, o que encarece os seguros de vida --tanto os tradicionais como os resgatáveis.

"Os seguros tradicionais, aqueles que a pessoa paga a vida toda para que a família receba uma indenização em caso de morte do titular, são 30% mais caros no Brasil do que nos EUA", diz Walter Hime, diretor da Aon Consulting, uma das cinco maiores consultorias em benefícios e recursos humanos do mundo.

Esses seguros são contratados por tempo indeterminado: as apólices são renovadas e corrigidas pela inflação anualmente. Se a pessoa quiser desistir, terá de pedir o cancelamento da apólice. Nesse caso, tudo que aplicou fica com a seguradora.

Há duas formas de contratação: em grupo (funcionários de uma empresa, categoria profissional e "clubes" formados por algumas seguradoras) ou individual.

O valor a ser pago mensalmente depende da idade da pessoa e da indenização contratada. No modelo tradicional, quanto mais jovem for o segurado, menor será o valor da aplicação mensal. O problema é que de cinco em cinco anos ocorre o reenquadramento por faixa etária e o valor da mensalidade dá um salto.

"À medida que a pessoa envelhece, aumentam o risco de morte e o valor das mensalidades. Muitos acabam "expulsos" do seguro, pois não conseguem mais pagar", diz Marcos Antonio Simões Peres, coordenador da área de vida e previdência do departamento técnico e atuarial da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Já os seguros resgatáveis são contratados individualmente por prazo determinado e têm prestações constantes, mas pecam pelos valores altos dos aportes. Parte dos recursos aplicados formará uma reserva que será corrigida pela inflação e renderá juros. Além do valor da indenização contratada e da idade da pessoa, o preço é definido pelo percentual de resgate da reserva financeira que cada seguradora garante.

Transparência

Outro problema dos seguros de vida resgatáveis é a pouca transparência, segundo o consultor Silvio Paixão, sócio do site Financenter. "O investidor não sabe qual é a taxa que a seguradora cobra, na parcela dos recursos que vai compor a reserva para o seguro, e na que vai para investimentos", observa.

Peres, da Susep, diz que todos os seguros de vida têm taxa de carregamento que pode chegar a 30%, de acordo com as normas do órgão regulador. "A diferença é que, nos seguros resgatáveis, a taxa é explícita e nos tradicionais é implícita", diz ele. Essa taxa incide sobre cada aporte mensal.

Assim, quem aplicar R$ 100 por mês em um seguro de vida tradicional ou resgatável, poderá deixar até R$ 30 para cobrir os custos de corretagem e administrativos mais o lucro da seguradora. Além disso, pagará mais 7% de IOF. Nos seguros contratados em grupo não há limite para a taxa de carregamento. "As normas são de 1992 e estão defasadas", diz Peres.

Frase

O seguro de vida permite nossa travessia da juventude para a maturidade, quando os filhos, já crescidos, não precisarão mais de amparo

LOUIS FRANKENBERG
Planejador financeiro

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