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19/11/1999
Picasso (escultor) aporta agora no Rio
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio
Para fechar o ano em que o Brasil recebeu duas grandes exposições de Pablo Picasso --"Anos de Guerra" e as gravuras da Suíte Vollard--, chega ao país no dia 7 de dezembro a mostra "Cerâmicas de Picasso", na Casa França Brasil, no centro do Rio.
O evento apresenta os trabalhos de Picasso (1881-1973) no pós-guerra. Em 1947, o artista foi morar no sul da França e descobriu a cerâmica. São trabalhos que refletem uma fase feliz, em nada parecidos com as expressões sofridas de obras como "Guernica".
As 116 peças --80 cerâmicas, nove gravuras e 27 fotografias do artista moldando suas obras-- são da coleção pessoal de Bernard Ruiz Picasso, neto do artista e curador da exposição.
"Não foi um movimento coordenado, mas, de certa forma, sem querer, as exposições realizadas este ano por entidades diferentes ajudaram a desconstruir o pensamento de um dos maiores artistas deste século", afirma a presidente da Fundação Casa França Brasil, Ana Lúcia Magalhães Pinto.
Ela assumiu a presidência da fundação em fevereiro deste ano e decidiu trazer essa exposição em tempo recorde.
Em junho deste ano, as obras estiveram no Metropolitan Museum of Art, de Nova York. A Casa França Brasil será a única na América Latina a expor as cerâmicas de Picasso.
"O prazo de execução de uma exposição como essa é sempre de mais de um ano. O consulado da França nos auxiliou na empreitada de trazer a mostra ao Brasil", diz Ana Lúcia.
Para receber a coleção, a Casa França Brasil está gastando R$ 790 mil. O dinheiro --que vem de parte de um patrocínio da Telemar de R$ 2 milhões para uma reforma global da casa-- está sendo gasto na remodelagem do interior, recuperando a arquitetura original do espaço.
A meta é adequar o local às mais de 30 páginas de exigências que o curador fez para trazer a exposição ao país. Assim, entre outras mudanças, as janelas ganharam filmes especiais para diminuir a luminosidade, a temperatura não pode exceder os 20 C, serão instaladas oito câmeras de circuito interno de TV e a segurança será reforçada.
O resto do dinheiro do patrocínio será usado para, após a exposição, transformar o espaço em ponto de encontro cultural, com um café, uma livraria e um cinema.
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