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25/04/2004

Até o pescoço

Disfunções da glândula tireóide podem estar por trás dos sintomas de depressão e cansaço exagerado no pós-parto

MARJORIE UMEDA
da Revista da Folha

Tireóide - Glândula situada no pescoço que atua em todo o organismo e, entre outras funções, é responsável pelo controle do metabolismo, por batimentos cardíacos, atividade cerebral, tônus muscular e temperatura corporal. A incidência de problemas na tireóide é predominantemente feminina em adultos acima de 30 anos, na proporção de sete mulheres para cada homem

O bebê nasceu e, embora tudo tenha corrido muito bem, a mãe embarca em uma fase de tristeza e desânimo aparentemente sem sentido. A família se assusta, pensa no fantasma da depressão pós-parto. Calma, rebatem alguns especialistas. A causa pode ter uma origem muito mais prosaica, a glândula tireóide.

Um estudo realizado pelo Departamento de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP revela que cerca de 13% das parturientes da cidade de São Paulo contraem tireoidite pós-parto, uma disfunção na glândula tireóide que provoca sintomas depressivos.

"O ideal é que o médico peça um exame de função da tireóide sempre que desconfiar de depressão pós-parto. A informação é o melhor remédio para que o sintoma não seja tratado como a doença real, mascarando o verdadeiro problema", alerta o professor de endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP Geraldo Medeiros, orientador da pesquisa.

A disfunção ocorre porque, durante a gravidez, o sistema imunitário materno tem sua atividade reduzida. "O organismo da mulher silencia parcialmente sua capacidade de produzir anticorpos. Depois do nascimento, vem o fenômeno de rebote, ou seja, o sistema imunológico volta a produzir anticorpos com grande intensidade e agride a tireóide", explica Medeiros.

Além da depressão, a tireoidite pode provocar queda de cabelo, pele seca, unhas quebradiças, aleitamento de curta duração e demora na volta da menstruação, além de dificultar a perda do peso ganho na gestação.

"A mulher que tinha disfunção tireoidiana há uns 30 anos, quando não eram comuns testes de dosagem hormonal (T3, T4 e TSH, o hormônio estimulador da tireóide), estava perdida. Ela ficava cansada, desanimada, engordava e as pessoas pensavam: 'Coitada, o parto acabou com ela!' Que nada, era um hipotireoidismo pós-parto", explica Antonio Roberto Chacra, chefe da disciplina de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo. É preciso verificar as doses hormonais da mãe, diz ele, para que esse abatimento não seja erroneamente catalogado como resultado das noites em claro.

Antes de chegar ao chamado hipotireoidismo (quando a produção da glândula é menor do que o a que o organismo necessita), é comum que a doença evolua para um hipertireoidismo transitório, fabricando hormônios em excesso e provocando nervosismo, irritabilidade, transpiração excessiva, afinamento da pele e dores musculares.

Na pesquisa coordenada por Medeiros, porém, isso aconteceu menos do que se imaginava. "No nosso estudo, predominou o aparecimento de hipofunção da tireóide desde o primeiro trimestre pós-parto e 50% dessas mulheres mantiveram o hipotireoidismo de forma permanente."

Apenas uma parte das mulheres que desenvolvem o hipotireoidismo tem regressão da doença, por razões que os médicos ainda não conseguiram descobrir. A maioria vai mesmo necessitar de medicação permanente, a tiroxina, um hormônio sintético idêntico ao que o organismo deixou de produzir e que não traz nenhum efeito colateral.

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