Folha Online 
Cotidiano

Em cima da hora

Brasil

Mundo

Dinheiro

Cotidiano

Esporte

Ilustrada

Informática

Ciência

Educação

Galeria

Manchetes

Especiais

Erramos

BUSCA


CANAIS

Ambiente

Bate-papo

Blogs

Equilíbrio

Folhainvest em Ação

FolhaNews

Fovest

Horóscopo

Novelas

Pensata

Turismo

SERVIÇOS

Arquivos Folha

Assine Folha

Classificados

Fale com a gente

FolhaShop

Loterias

Sobre o site

Tempo

JORNAIS E REVISTAS

Folha de S.Paulo

Revista da Folha

Guia da Folha

Agora SP

Alô Negócios

Casa Sustentável
27/11/2005

Terra sai do chão e vai para a parede

Prensado em fôrmas ou como tijolo, barro dá bom conforto termoacústico

Material não é queimado, por isso não polui o ar como blocos e tijolos cozidos

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Thaís Parolin/Folha Imagem
A técnica usada para erguer a casa acima foi a taipa de pilão
A técnica usada para erguer a casa acima foi a taipa de pilão
A matéria-prima não é nova: a terra vem sendo usada para fazer moradias desde a Pré-História. Mesmo assim, até hoje não há material mais saudável para erguer uma parede.

A terra crua leva a vantagem de não ser poluente, não consumir energia na produção e ter baixo custo, enquanto tijolos cozidos e blocos cerâmicos e de concreto demandam bastante energia para serem produzidos e poluem o ar com emissões de gás carbônico.

Os especialistas apontam outras vantagens consideráveis na construção com terra: o bom isolamento térmico e acústico do ambiente, o caráter de não-propagação do fogo e a alta resistência.

A crise energética e as discussões sobre os efeitos da poluição do ar vêm estimulando estudos sobre novas técnicas para a aplicação do barro na construção civil. Mas, no Brasil, a técnica não reconquistou a popularidade dos tempos coloniais.

"É uma questão cultural. No atual contexto de consumismo, todos sonham em poder comprar produtos comercializados nas lojas", opina Akemi Ino, coordenadora do Habis (Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade), da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP).

Técnicas de construção

Ao contrário do que muitos pensam, é possível construir uma casa de terra com as mesmas qualidade e aparência das que utilizaram tijolos ou blocos.

"As pessoas partem do princípio de que o objetivo de construir com terra é economizar. Isso está errado. A maior motivação é ser sustentável", diz o arquiteto Paulo Montoro, entusiasta da técnica e dono de um sobrado construído em taipa de pilão (terra socada com pilão dentro de fôrmas).

Entre as técnicas mais utilizadas na construção com terra, estão o adobe (veja como é feito no quadro acima), a taipa de pilão, o tijolo prensado e a taipa de mão.

Na taipa de pilão, uma mistura de terra é apiloada em camadas em uma fôrma tipo sanduíche, tornando-se um bloco monolítico, que será a parede. Na taipa de mão, o barro é estruturado em armações de bambu.

Para fazer tijolo prensado, a terra é compactada em uma prensa (manual ou não) e colocada para secar na sombra.

Custo

Segundo Montoro, o preço da construção depende do sistema utilizado. "Pouca gente conhece as técnicas, é preciso encontrar o tipo de terra certo, há muitas variáveis. Isso tudo pode até encarecer a obra", alerta o arquiteto.

"A terra é de graça. Dependendo do método e com mutirão na construção, o custo pode ser zero", defende o engenheiro Edmilson Federzoni, embora ele admita que a mão-de-obra é fator encarecedor. "É rara em São Paulo."

Outra coisa que encarece esse tipo de construção é a indisponibilidade de terra de qualidade. Isso obrigaria o empreiteiro a "importá-la" (e gastar com o transporte) ou incrementá-la com aditivos, como cal, areia e até soro de leite.

Federzoni está capitaneando o projeto da Ecovila Clareando, na cidade de Piracaia (90 km de São Paulo), que prevê a construção de 80 a 85 residências que deverão seguir as diretrizes de sustentabilidade da Agenda 21 mundial (usar materiais ecologicamente corretos, de preferência produzidos nas redondezas).

O local deverá comportar casas de vários padrões, afirma. "Estamos montando uma equipe que veio de uma cidade do interior da Bahia, onde todas as casas são de adobe, para fazer os tijolos para nós. Então, o custo será somente o da mão-de-obra nesse quesito", conta Federzoni.

Os preços finais vão variar de projeto para projeto, mas, de maneira geral, ele acredita que acabarão ficando inferiores aos das casas convencionais. "Os materiais que realmente influenciam o custo final de uma obra são os acabamentos. Tentaremos fazer uma otimização desses itens."


     

Assine a Folha

Classificados Folha

CURSOS ON-LINE

Aprenda Inglês

Aprenda Alemão


Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).