20/02/2005
Rigor e falta de verba dificultam criação de cursos
Colaboração para a Folha
Responsável por 33% do PIB (Produto Interno Bruto) e por 42% das exportações brasileiras, os agronegócios são também uma fábrica de postos de trabalho: 37% dos empregos do país estão relacionados ao setor. O mercado é atraente, mas paradoxalmente são poucas as universidades paulistas que oferecem pós-graduação stricto sensu em agrárias.
Além das tradicionalíssimas USP, Unesp e Unicamp, apenas outras duas instituições oferecem programas na área: IAC, núcleo de pós-graduação do Instituto Agronômico, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e Unip (Universidade Paulista). O primeiro tem foco em agricultura tropical e subtropical; o segundo, em medicina veterinária.
"Os critérios para a abertura de cursos stricto sensu são muito rigorosos. A instituição precisa, por exemplo, de laboratórios bem-equipados, o que poucas entidades privadas têm", analisa o presidente da comissão de ensino do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Dias de Oliveira Filho, 51.
O investimento inicial para a abertura de novos programas na área é alto. Além dos laboratórios, a instituição deve contar com corpo docente especializado. E o retorno não é imediato.
Uma das formas de captação de recursos são as agências financiadoras da educação. "A competição por verba é enorme. Como as instituições públicas contam com um corpo docente com dedicação exclusiva e, por isso, têm mais produção acadêmica, levam vantagem na disputa", avalia o representante da área de ciências agrárias da Capes na última avaliação de cursos, Fernando Irajá Félix de Carvalho, 66.
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