Folha Online 
Educação

Em cima da hora

Brasil

Mundo

Dinheiro

Cotidiano

Esporte

Ilustrada

Informática

Ciência

Educação

Galeria

Manchetes

Especiais

Erramos

BUSCA


CANAIS

Ambiente

Bate-papo

Blogs

Equilíbrio

Folhainvest em Ação

FolhaNews

Fovest

Horóscopo

Novelas

Pensata

Turismo

SERVIÇOS

Arquivos Folha

Assine Folha

Classificados

Fale com a gente

FolhaShop

Loterias

Sobre o site

Tempo

JORNAIS E REVISTAS

Folha de S.Paulo

Revista da Folha

Guia da Folha

Agora SP

Alô Negócios

Guia de Pós-Graduação
20/02/2005

Ciências exatas e da terra: Mercado restrito provoca intercâmbio

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
Colaboração para a Folha

Na área de ciências exatas e da Terra, sobra campo de trabalho para uns e falta espaço para outros. Os meteorologistas têm, cada vez mais, visto seus horizontes se expandir, com a mecanização e a modernização tecnológica.

Para os matemáticos e físicos, o destino natural seria a carreira universitária, que, no entanto, não comporta o contingente de cérebros formado todos os anos. Mas o quadro já começa a mudar para os matemáticos, segundo César Camacho, diretor do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada).

"Nos últimos anos, tem havido falta de matemáticos nos concursos das universidades federais, e os físicos vêm se apresentando para o posto", diz. Com uma abertura maior do mercado, muitos profissionais estão enveredando para a iniciativa privada, de acordo com ele. "Recebemos vários consultores [de RH] interessados em contratar doutores em matemática", afirma. Os nichos que mais procuram esse profissional são os de energia, finanças e computação gráfica. "Para os cursos de pós, não tem havido demanda muito grande, faltam mestres e doutores em matemática no país", ressalta.

Já no caso dos físicos, a história muda um pouco de figura. A classe reclama de um excesso de doutores para uma demanda ainda incipiente. "O mercado está muito competitivo. Na Coréia, por exemplo, cerca de 85% dos físicos trabalham em indústrias, e 15% nas universidades. No Brasil, a proporção é inversa. E a academia não está conseguindo absorver todo mundo", diz Rogério Rosenfeld, vice-diretor do Instituto de Física Teórica da Unesp.

Por isso, já se tornam vitais iniciativas como a da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que lançou, há sete anos, o Pipe (Programa de Inovação Tecnológica em Pequena Empresa).

Voltado para egressos da pós, seu objetivo é que o estudante tenha um projeto de pesquisa que redunde necessariamente em alguma inovação tecnológica de valor comercial. A idéia é estimular a criação de pequenas empresas de base tecnológica e fomentar uma cultura que valorize a atividade de pesquisa em ambientes empresariais, o que resultaria em uma melhora na área de atuação dos pesquisadores.

"Temos hoje 350 pequenas empresas que receberam financiamento do projeto", afirma o físico e diretor-científico da Fapesp, José Fernando Perez.

Uma delas é a de Jarbas Castro, 51, físico e professor titular da USP. Ele conta que chegou a um ponto em sua carreira em que não tinha mais espaço na universidade. "Resolvi montar a empresa. A universidade é muito travada."

Hoje ele tem mais de 200 funcionários na Opto Eletrônica S.A., que produz equipamentos óticos, como lasers para cirurgia ocular, no pólo tecnológico de São Carlos. "Empregamos muita gente que sai da universidade. A iniciativa privada é que vai fazer a diferença para a carreira", profetiza.

Os químicos, por sua vez, já viveram sua época de fartura. Até a década de 90, formar-se em um curso de química era garantia não só de emprego mas também de bons salários na iniciativa privada. "Depois da abertura econômica, a situação se inverteu", conta Waldemar Avritscher, presidente do Sindicato dos Profissionais da Química do Estado de São Paulo.

"Os projetos pararam, e o Brasil perdeu muito terreno na química fina para a China e outros países", afirma. "Agora o mercado está começando a melhorar", diz ele, que ressalta a importância da pós na carreira. "É uma exigência."

Outro "golpe" para a categoria, segundo o sindicato, foi a resolução do Conselho Federal de Farmácia nº 387, de dezembro de 2002, que restringe a atuação dos químicos na indústria farmacêutica. "O químico não pode ser responsável por nenhuma atividade que diga respeito a medicamentos. Temos conseguido que as indústrias contratem farmacêuticos para isso", diz Thaís Adriana do Carmo, diretora do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

Raio-x

As ciências exatas e da Terra contam 194 programas de pós em todo o Brasil, 86 deles de alto nível (33 em São Paulo) e 16 com nota máxima (7). As melhores escolas também estão em São Paulo: USP, Unicamp e UFSCar respondem pelas nove notas 7 concedidas pela Capes ao Estado.

Assine a Folha

Classificados Folha

CURSOS ON-LINE

Aprenda Inglês

Aprenda Alemão


Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).