20/02/2005
Pressa aumenta a concorrência em economia
Colaboração para a Folha
A procura pela pós em economia aumentou quase 45% nos últimos cinco anos. Passou de 847, em 2000, para 1.228, este ano, de acordo com a Anpec (Associação Nacional de Centros de Pós-Graduação em Economia).
A entidade realiza, anualmente, o exame Anpec, constituído de provas de inglês, português, macro e microeconomia, economia brasileira, matemática e estatística. É pré-requisito para ingresso no mestrado e em alguns doutorados de 24 instituições, entre elas USP, Unicamp e PUC-SP.
Estatísticas do Anpec 2005 mostram que 69,7% dos candidatos são homens, 62,2% graduados por instituições públicas, e 60% não passaram dos 26 anos.
O coordenador do departamento de Economia, Administração e Sociologia da USP-Esalq (Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz, em Piracicaba), Ricardo Shirota, explica que os alunos são mais jovens a cada ano. E pondera: "[A redução da média de idade] reflete a concorrência do mercado de trabalho. Os economistas procuram se diferenciar, buscando formação além da graduação."
O leque de opções para o mestre vai das clássicas docência e pesquisa ao setor público e ONGs. No segmento de consultoria, o valor do mestrado é consenso: "O profissional é mais ou menos bem-sucedido pelas novas idéias que traz ao mercado e, na academia, ele estará em contato com as novidades, as tendências", considera Paulo Celso de Toledo Jr, sócio da consultoria Konsult.
No mercado financeiro, os títulos chegam a ter mais importância que a experiência profissional.
A analista de mercados da Tendências Consultoria Integrada Rachel Fleury, 32, investiu no mestrado em economia um ano após a graduação, em 1994. Em 2000, abandonou o curso, seduzida pela área financeira. Mesmo sem prática na área, seu ingresso no mercado de trabalho foi rápido. O sucesso da empreitada é creditado a dois fatores. "Consegui o emprego graças ao mestrado, ainda que inacabado, e à facilidade de adaptação ao mundo corporativo", descreve.
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