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20/02/2005

Tecnologia impulsiona pesquisa na área médica

Colaboração para a Folha

Um dos principais argumentos dos defensores dos cursos de pós-graduação stricto sensu na área de ciências da saúde é a inovação tecnológica. Ela impulsiona a indústria da saúde e obriga o profissional a estar sempre sintonizado com as pesquisas de ponta.

E o melhor lugar para isso é a universidade. "É na pós-graduação que mais se desenvolve a pesquisa", diz Dulcineia Saes Parra Abdala, integrante do comitê assessor de farmácia no CNPq (Conselho Nacional de Desenvol vimento Científico e Tecnológico).

O hospital Albert Einstein, por exemplo, tem parceria com vários centros de medicina e universidades, entre elas a USP e a Unifesp, para seus programas de pesquisa.

Seus médicos são orientadores de tese nesses programas. "Quase metade de nosso corpo clínico tem mestrado ou doutorado", afirma Carlos Alberto Moreira Filho, diretor-superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.

Uma das linhas de pesquisa do instituto é centrada nas trajetórias científico-tecnológicas da biomé­dica contemporânea: a genética genômica (descrição e análise dos genomas), a biologia celular de células-tronco e a tecnologia de imagem molecular.

Esses serão, segundo Moreira Filho, os principais nichos de trabalho e pesquisa em tecnologia médica na próxima década, os quais estarão ligados principalmente à oncologia, à cardiologia e ao tratamento de doenças vasculares-cerebrais e neurodegenerativas. USP, Unifesp e Unicamp têm grande poderio científico nessas áreas.

Mas, para que o profissional fique "sintonizado", só a pós não ésuficiente, defende ele. "A medici­na e a pesquisa biomédica progridem rapidamente. A área saiu de um estágio em que as terapias eram empíricas para uma fase em que os tratamentos são mais baseados no mecanismo das doen­ças e na prevenção. Por isso, é preciso haver um treinamento continuado dos profissionais."

Em diversas áreas, o lato sensu será até melhor opção, prevê. "Quem procura o CTI [Centro de Terapia Intensiva] do Einstein, por exemplo, vem para um treinamento prático, não para fazer pesquisa. E essa é uma das áreas do hospital que mais usam tecnologia nos tratamentos", diz. "É importante ter os dois tipos de profissional: geradores de conhecimento e ‘treinadores’."

Por isso, o Einstein está instituindo uma prática que já é comum nos Estados Unidos: a revalidação do título de especialista. A diferença é que, ao contrário do que acontece lá, aqui ela não é obrigatória. Desde 2003, o hospital começou a conferir pontos às especialidades, que só podem ser atingidos através de atualização.

Apesar de não ser compulsório, o programa conta com participação em massa. "Em 2003, 780 mé­dicos atingiram ou superaram a pontuação necessária. Em 2004, foram 1.186, entre contratados [380] e corpo clínico aberto."

Excelência

Estudos de alta tecnologia são caros. Para estar apto a participar de um deles, o programa tem de ser de excelência. Uma das exigências que ele precisa cumprir é que a maioria de seus orientadores tenha produção científica qualificada (80% devem ter, pelo menos, seis publicações em periódicos internacionais no triênio da avaliação, para obter conceito 7).

Foi o que aconteceu com o curso de neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, que publicou 10,5 trabalhos por docente no triênio. Resultado: o grupo de investigação em epilepsia do programa de neurologia da FMRP, associado à Unicamp e à Unifesp, acaba de ter um projeto aprovado pela Fapesp, o Synapse, que implicará aquisição de equipamentos de ressonância magnética chamados de 3 Tesla, aos quais poucos centros internacionais têm acesso.

"Obviamente que a excelência da produção científica da epileptologia da FMRP tem a ver com a aprovação do projeto", afirma Amilton Antunes Barreira, presidente da comissão de pós-graduação da FMRP. Segundo ele, um dos fatores decisivos para que o programa atingisse a pontuação foi sua abertura para não-médicos. "Foi estimulador para mais neurocientistas se agregarem ao corpo de orientadores do programa." Profissionais da farmácia, da física e de outros setores também começam a se juntar aos médicos na pós-graduação.

Ainda há, porém, carências importantes no que se refere ao desenvolvimento tecnológico no

Brasil. Não existe suporte adequado para as atividades de proteção à propriedade intelectual e de reconhecimento de patentes.

"Existe uma defasagem entre pesquisa e inovação tecnológica [transferência do conhecimento gerado para o setor produtivo]", diz Dulcineia Abdala, do CNPq. "Especialmente na área de farmácia, não há tradição nas indústrias com relação ao desenvolvimento de produtos e tecnologias."

Avaliação

Outra crítica é feita pela própria coordenação de apoio à pesquisa e desenvolvimento de tecnologia do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde. "Existe uma lacuna na área de avaliação de tecnologia em saúde. O avanço tecnológico é muito rápido, e não existem programas de pós para acompanhá-lo", afirma Leonor Maria Pacheco Santos, coordenadora do órgão.

Segundo ela, é essencial que se avalie o fundamento da incorporação de novos equipamentos ou medicamentos. "Há diversas tecnologias médicas surgindo e não há tempo de avaliação suficiente. Isso só acontece para valer depois que elas já estão no mercado, sendo usadas", concorda Isabella Vasconcellos de Oliveira, consultora técnica do ministério.

Um dos poucos grupos que têm essa preocupação está na Unifesp. Seu mestrado em efetividade em saúde baseada em evidências prepara o profissional para criticar e decidir que avanços tecnológicos são melhores para aplicar na prática. "A medicina está progredindo violentamente, por isso a necessidade de saber avaliar", afirma Álvaro Atallah, diretor do centro Cóchrane do Brasil e professor titular de medicina de urgência na Unifesp.

O curso funciona dentro do Cóchrane, um centro cuja função é mapear o conhecimento tecnológico na área de saúde. "Todas as tecnologias do mundo são avaliadas no centro, que tem uma rede de colaboradores em 90 países", explica Atallah.

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