19/04/2005
Nos países pobres, igreja deve insistir na defesa pela justiça social
da
Folha Online
O envolvimento das pastorais e a importância das realidades regionais devem ser levadas em conta nos trabalhos com as comunidades de base.
No caso do Brasil, o teólogo e ouvidor da PUC-SP, Altemeyer Júnior, acredita que existem dois grandes desafios. O primeiro é político-social, que é a desigualdade, ou seja, a igreja vai continuar defendendo a Justiça. "O Brasil é o país dos miseráveis e isso fere o princípio da fraternidade, que é a base do cristianismo. A igreja vai continuar pedindo reforma agrária, reforma urbana, casa, comida, dignidade para o povo pobre."
O segundo desafio, de acordo com o teólogo, é mais espiritual. "Falar para as pessoas que vivem em grandes cidades que o cristianismo tem ainda algo a dizer a elas. Para que elas não abondem a fé e não vão para outras igrejas."
Ao tratar das realidades de cada país, a discussão sobre a descentralização do poder da igreja volta á tona. "Desde o momento em que a Igreja Católica se tornou essa instituição internacional, vive sempre no pêndulo. Ela precisa centralizar, recolher o maior número de dados e recolher em um foco único, que no caso é a Cúria de Roma, mas por outro lado precisa abrir-se para as várias realidades internacionais, as várias culturas. Mantendo os dogmas, reafirma seu poder e descentralizando, ela corre o risco de ser ameaçada", analisou o professor do Instituto de Filosofia e Ciências da Unicamp, Roberto Romano.
Especial
Veja o que já foi publicado as posições da Igreja Católica em relação à justiça social