Folha Online 
Mundo

Em cima da hora

Brasil

Mundo

Dinheiro

Cotidiano

Esporte

Ilustrada

Informática

Ciência

Educação

Galeria

Manchetes

Especiais

Erramos

BUSCA


CANAIS

Ambiente

Bate-papo

Blogs

Equilíbrio

Folhainvest em Ação

FolhaNews

Fovest

Horóscopo

Novelas

Pensata

Turismo

SERVIÇOS

Arquivos Folha

Assine Folha

Classificados

Fale com a gente

FolhaShop

Loterias

Sobre o site

Tempo

JORNAIS E REVISTAS

Folha de S.Paulo

Revista da Folha

Guia da Folha

Agora SP

Alô Negócios

Sucessão no Vaticano
14/04/2005

Próximo de João Paulo 2º, Re foi uma espécie de gerente do Vaticano

da Folha Online

Max Rossi/Reuters
Giovanni Battista: Cardeal italiano, prefeito da Congregação para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para América Latina
Giovanni Battista: Cardeal italiano, prefeito da Congregação para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para América Latina
Homem de extrema confiança do papa João Paulo 2º, o cardeal italiano Giovanni Battista Re ocupou as mais importantes funções dentro do Vaticano, onde fez carreira e conheceu como poucos a dinâmica interna da Santa Sé.

Aos 71 anos, Re pode ser considerado uma espécie de "gerente" das operações do Vaticano, cuidando do dia-a-dia da instituição. Nos últimos anos, sua gama de tarefas envolveu desde a solução de problemas mais simples, como a organização das viagens internacionais do papa João Paulo 2º, até trabalhos árduos, como a elaboração de estratégias para evitar que os escândalos sexuais envolvendo padres e bispos divulgados nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos, manchassem a imagem da Igreja Católica.

Re era considerado um dos cardeais com maior influência sobre João Paulo 2º. Em 1998, o papa chegou a interromper suas férias e deslocou-se de helicóptero para a cidade natal de Re --Borno, encravada no pé dos Alpes-- para que os dois pudessem conversar, quando o normal seria que o então arcebispo atendesse a um chamado de João Paulo 2º.

Outra mostra de sua proximidade de João Paulo 2º: Re foi o primeiro membro do alto escalão da igreja a admitir publicamente que o papa sofria de mal de Parkinson. Também sempre coube a ele desmentir enfaticamente todas as versões de que o papa poderia renunciar devido à doença.

Fluente em inglês e espanhol --além da língua nativa, o italiano--, Re é visto como um aficionado pelo trabalho. Na Cúria, manteve contato com diversos cardeais e formou uma extensa rede de conexões não apenas dentro da igreja --ele também costuma ser visto em eventos da alta sociedade romana. Tido como amigável, tornou-se um dos cardeais italianos mais populares.

Re também é conhecido por seu poder de influência e por ser considerado um dos poucos capazes de reparar rupturas internas e de reformar a Cúria.

Ele defende a tradição, mas também é considerado um moderado, porque, entre outras coisas, já mostrou-se favorável à descentralização da Igreja Católica e à maior autonomia das paróquias locais.

Pelos críticos, no entanto, o cardeal foi taxado de "inativo" devido à estagnação do número de católicos latino-americanos durante o século 21 --ele ocupa desde 2000 a chefia da Comissão Pontifícia para a América Latina, continente importante para a Igreja Católica por reunir quase a metade de seus fiéis.

Além disso, também recebeu críticas por não conseguir evitar que os escândalos sexuais envolvendo padres e bispos nos últimos anos abalassem a imagem da Igreja Católica.

Por último, Re tem como ponto fraco a pouca experiência pastoral --já que passou as últimas décadas imerso na burocracia do Vaticano-- e a falta de carisma quando comparado a João Paulo 2º.

Currículo

Re nasceu em 30 de janeiro de 1934 na cidade de Borno, na região de Brescia. Em 1957, ordenou-se padre de Brescia após estudar como seminarista.

Fez doutorado em direito canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana e depois estudou na escola de diplomacia do Vaticano. Em 1963, começou a trabalhar no serviço diplomático da Santa Sé, primeiro no Panamá (até 1967) e depois no Irã (até 1971).

Chamado de volta ao Vaticano, passou a ocupar cargos burocráticos na Cúria até ser promovido a bispo e depois arcebispo durante o ano de 1987.

Giovanni Battista Re --cujo sobrenome significa "rei" em italiano-- exerceu depois o cargo de vice-secretário de Estado do Vaticano, abaixo apenas do secretário Angelo Sodano, considerado o número 2 na hierarquia da igreja.

Além disso, de 2000 até a morte de João Paulo 2º, Re ocupou a chefia da Congregação de Bispos, departamento do Vaticano que escolhe os bispos no mundo todo. O cargo foi herdado do arcebispo brasileiro d. Lucas Moreira Neves, que morreu em 2002.

Reconhecido como bom administrador, continuou a galgar cargos dentro do Vaticano até tornar-se cardeal em 2001.

     

Assine a Folha

Classificados Folha

CURSOS ON-LINE

Aprenda Inglês

Aprenda Alemão


Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).