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18/04/2005

Comunismo e paz são temas freqüentes para cardeal tcheco Miloslav Vlk

da Folha Online

AP
Miloslav Vlk: arcebispo de Praga, é líder da igreja nos países do Leste Europeu desde o fim do comunismo
Miloslav Vlk: arcebispo de Praga, é líder da igreja nos países do Leste Europeu desde o fim do comunismo
A história do cardeal Miloslav Vlk, arcebispo de Praga, se parece com a do papa João Paulo 2º em pelo menos um aspecto: os dois eslavos tiveram contato estreito com o comunismo.

Enquanto muitos historiadores consideram o último sumo pontífice importante para a queda dos regimes comunistas da Europa Oriental, Miloslav Vlk teve de trabalhar como limpador de janelas, pois o regime o impediu de ocupar o posto de padre na República Tcheca.

Por isso, seus discursos geralmente contêm alguma menção ao comunismo, e sobre como esse tipo de governo dificultava o envolvimento das pessoas com a religião.

"Os comunistas foram contra a espiritualidade, e prejudicaram a estrutura das igrejas. A Igreja Católica, no entanto, seguiu em frente, porque sua estrutura é muito forte. As pessoas a procuram voluntariamente, mesmo com condições desfavoráveis", afirma Vlk, que teve o apoio de João Paulo 2º durante sua ascensão.

O candidato ao papado é do movimento católico ecumênico, que procura desfazer obstáculos à reunião dos cristãos separados. A idéia é unir a todos, eliminando barreiras históricas que separam as diversas vertentes da religião.

"As fés religiosas são diferentes, por natureza. Mas isso não deve servir como motivo para a separação ou o ódio. Freqüentemente, vemos líderes religiosos pregando a violência e a morte, mas precisamos ir para um caminho de tolerância e paz‘, disse, em um de seus discursos.

As falas do atual cardeal não são polêmicas, pois ele evita assuntos condenados pela Igreja Católica, como clonagem, casamento gay e aborto.

Seu foco são temas relacionados à paz --tanto que acompanhou o conflito de Kosovo, em 1999, e denunciou a expulsão dos albaneses do sul da Iugoslávia.

Fontes da Igreja Católica dizem que ele fala diversas línguas, mas não especificam quantas. Além do tcheco, sabe-se que ele se comunica com fluência em italiano e esperanto.

Infância

Nascido na cidade de Lísnice, na República Tcheca, em 17 de maio de 1932, Miloslav Vlk passou a infância em Chysky, onde ia para a escola e ajudava os pais, que trabalhavam no campo.

Aos 11 anos começou a pensar no sacerdócio, quando viu um pôster na paróquia que freqüentava, com os dizeres: ‘Você não gostaria de tornar-se um padre?‘. A República Tcheca tem uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, entre os quais predomina o catolicismo.

Em 20 de junho de 1952, aos 20 anos, ele concluiu seus estudos na escola Jirsfk, na cidade de Ceské Budejovice. Nessa época marcada pelo comunismo, estudar teologia era praticamente impossível e, por isso, ele trabalhou em uma fábrica de automóveis chamada Motor Union entre 1952 e 1953. Neste ano ele saiu da empresa, pois iria para serviço militar, em Karlovy Vary, onde ficou até 1955.

Apesar da situação política, Vlk iniciou um curso de ciências na faculdade de artes da Charles University, em Praga. Ele se formou em 1960 e trabalhou como funcionário de arquivos com informações sobre as cidades da República Tcheca até 1964. Durante esse período em que trabalhou, publicou diversos artigos científicos.

Igreja

Em 1964, Vlk decidiu que deveria voltar a estudar e ingressou em uma faculdade de teologia em Litomerice, onde ficou até 1968. Em 23 de junho deste ano, ele foi ordenado padre [aos 36 anos] e indicado a auxiliar o bispo Josef Hlouch, de Ceské Budejovice.

Preocupadas com a influência que Vlk tinha na atividade pastoral, autoridades do Estado forçaram o padre a deixar a cidade e o mandaram para o distrito de Prachatitz, isolado nas montanhas da Boêmia.

Entre 1972 e 1978, ele rezou missas em Rozmitál pod Tremsinem, Bohutín e Drahenice. Sua atividade foi interrompida quando novamente os comunistas anularam a autorização que o atual cardeal tinha para ocupar a posição de padre.

Miloslav Vlk foi então forçado a deixar essa região, e foi para Praga trabalhar como limpador de janela até 1986. Nesse período, ele secretamente continuou com a atividade pastoral, fazendo reuniões com grupos de operários. De 1986 a 1988 ele cuidou de arquivos no banco Czechoslovak State, em Praga.

Ascensão

O primeiro dia do ano de 1989, avalia o site oficial do Vaticano, foi o ‘momento da virada‘ para o tcheco, pois ele recebeu autorização para exercer o papel da padre por um ano.

Ele ficou responsável por uma paróquia em Zihobce até setembro daquele ano, quando passou a atuar em algumas regiões, como Cachrov, Javorná, Zelesná Ruda e Besiny.

Com a Revolução de Veludo --movimento que encerrou em novembro de 1989 um período de 41 anos de comunismo na República Tcheca-- a história do atual arcebisbo mudou completamente. No dia 14 de fevereiro de 1990 o papa João Paulo 2º o indicou como bispo de Ceské Budejovice, posto que ocupou a partir de 31 de março.

Depois de um ano no posto, ele foi novamente indicado pelo então sumo pontífice e tornou-se arcebispo de Praga em junho de 1991. Em 1992, foi eleito líder do Conselho da Conferência Episcopal Europeu, cargo até então ocupado pelo ex-arcebispo de Milão Carlo Maria Martini.

Entre 1992 e 1993, ele recebeu três diplomas: um da Illinois Benedictine College, outro da University of St Thomas, nos Estados Unidos, e o terceiro --um doutorado em teologia-- da Faculty of Passau.

     

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