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Sucessão no Vaticano
18/04/2005

Cardeal francês usou diplomacia para intervir em conflitos

da Folha Online

AP
Roger Etchegaray: cardeal francês, foi arcebispo de Marseilles entre 1970 e 1984
Roger Etchegaray: cardeal francês, foi arcebispo de Marseilles entre 1970 e 1984
Ao longo dos seus 82 anos de vida, o cardeal francês Roger Etchegaray dedicou sua carreira eclesiástica em favor dos direitos humanos e da paz no mundo, atuando como intermediário do Vaticano em focos de conflitos internacionais e defendendo a reforma agrária.

À frente do Pontifício Conselho para Justiça e Paz, que presidiu de 1984 a 1998, o ex-arcebispo de Marselha posicionou-se favoravelmente à redistribuição de terras nos países em desenvolvimento e defendeu que as invasões podem ser ‘legítimas‘ em ‘casos extremos‘.

Como parte dos esforços diplomáticos empreendidos pelo Vaticano pela paz, Etchegaray se reuniu durante 90 minutos com o então presidente do Iraque Saddam Hussein, em Bagdá, em fevereiro de 2003 --nas vésperas da invasão anglo-americana ao país.

Nascido em 25 de setembro de 1922, na diocese de Bayonne, em Espelette (França), o cardeal Roger Etchegaray cursou o seminário de Ustaritz e deu continuidade a seus estudos religiosos na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde obteve licenciatura em teologia e doutorado em direito canônico. Filho de um mecânico, Etchegaray tornou-se padre com 25 anos, em 13 de julho de 1947.

Depois de cumprir várias obrigações pastorais e de fundar o Escritório Nacional para Atividades Pastorais em Paris, ele foi nomeado vice-diretor da Conferência Francesa dos Bispos em 1961 e secretário-geral desta mesma instituição entre 1966 e 1970.

Em 27 de maio de 1969, o papa Paulo 6º decretou sua ordenação como bispo titular de Gemelle di Numidia e bispo auxiliar de Paris. O religioso participou da 1ª Assembléia Extraordinária do Sínodo Mundial dos Bispos, na Cidade do Vaticano, em outubro de 1969.

Em dezembro de 1970, Etchegaray foi promovido a arcebispo de Marselha, cargo em que se manteve até 1984. Entre 1971 e 1979, foi também o primeiro presidente da Conferência Episcopal Européia e, entre 1975 e 1982, serviu como prelado da Missão da França.

Em 1979, ele foi eleito presidente da Conferência Francesa dos Bispos, posição que ele deteve por dois anos.

O ano de 1979 foi essencial para Etchegaray, ao ser nomeado cardeal no primeiro consistório realizado pelo papa João Paulo 2º, em 30 de junho. Confiando no grande potencial de Etchegaray, o sumo pontífice o indicou para várias tarefas a partir de 1984.

Sua primeira nomeação foi para a presidência do Pontifício Conselho ‘Cor Unum‘, posto em que ele se manteve até 1995. Em seguida, o papa o indicou para presidente do Pontifício Conselho para Justiça e Paz, um dos braços da igreja que cuida dos direitos humanos, no qual teve grande destaque.

Em 15 de novembro de 1994, o papa escolheu Etchegaray para liderar o recém organizado Comitê Central para o Jubileu do Ano 2000, cargo de extremo prestígio que compreendia grandes responsabilidades e preocupações logísticas. Etchegaray teve um papel crucial no primeiro evento litúrgico oficial do jubileu, quando promoveu uma celebração ao lado do patriarca latino de Jerusalém, na igreja da Anunciação, em Nazaré.

Em janeiro de 1998, durante a divulgação do documento ‘Para uma Melhor Distribuição da Terra - Desafio para a Reforma Agrária‘, Etchegaray afirmou que as invasões de terras podem ser ‘legítimas‘ em ‘casos extremos‘.

Preparado pelo Pontifício Conselho para Justiça e Paz --presidido por Etchegaray--, o relatório defendeu que a reforma agrária é ‘a única resposta concretamente eficaz e possível‘ para as invasões.

Ao preparar o documento, o cardeal declarou que o conselho ‘obviamente manteve em mente a situação de países como o Brasil‘.

Em junho de 1998, se tornou responsável pela sé de Porto-Santa Rufina, uma diocese no subúrbio de Roma. Além de cumprir suas obrigações do Jubileu de 2000, ele foi membro da cúria da Congregação das Igrejas Orientais, da Congregação para a Evangelização dos Povos, da Congregação para Educação Católica, do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade Cristã, do Pontifício Conselho para Diálogo Interreligioso e do Pontifício Conselho para Comunicações Sociais, entre outros.

Na abertura do consistório extraordinário, convocado pelo papa João Paulo 2º para discutir o futuro da Igreja Católica em maio de 2001, Etchegaray apresentou um balanço do ano do Jubileu, ocorrido em 2000, e disse que um dos grandes desafios da igreja deve ser a evangelização da Ásia --onde os católicos são minoria. ‘Só uma igreja mais pobre pode se tornar missionária‘, disse o cardeal Etchegaray.

Em sua carreira eclesiástica, o cardeal destaca-se na busca de intermediação de várias crises internacionais. Etchegaray já foi indicado pelo papa João Paulo 2º como enviado especial para missões de paz em focos de tensão como Cuba, Sarajevo, Moçambique, Israel e Iraque.

     

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