Esporte
Copa
22/03/2006

História

ANDRÉ LUÍS NERY
da Folha Online

2002 1998 1994 1990 1986 1982 1978 1974 1970
1966 1962 1958 1954 1950 1938 1934 1930  

1954 - Suíça

Classificação

Alemanha Oc.
Hungria
Áustria
Uruguai

Artilheiros

11 gols - Sandor Kocsis (HUN/atacante)
6 gols - Erich Probst (AUT/atacante)
6 gols - Max Morloch (ALE/atacante)

Veja todos os jogos

Folha Imagem

Fritz Walter segura o troféu após a vitória contra a Hungria

Na Copa-1954, novamente o regulamento foi alterado. As 16 seleções foram divididas em quatro grupos de quatro, mas cada chave contava com duas seleções como cabeças-de-chave, que enfrentavam as outras duas. Os dois cabeças não se enfrentavam na primeira fase. Dessa forma, dois grupos precisaram de um jogo-extra para definir um dos classificados.

A sensação da Copa foi a seleção húngara, que era liderada pelo meia Ferenc Puskas. A Hungria atropelou seus rivais, incluindo o Brasil nas quartas-de-final, em seu caminho até a final, quando acabou surpreendida pela frieza alemã. Os húngaros marcaram 27 gols no Mundial, média de 5,4 por jogo.

Nas semifinais, os húngaros bateram o Uruguai por 4 a 2. Na outra semifinal, a Alemanha Ocidental massacrou a Áustria por 6 a 1. Na primeira fase, Hungria e Alemanha haviam se enfrentado, e os húngaros venceram com facilidade por 8 a 3. Na decisão, tudo levava a quer que a Hungria fosse repetir o feito e conquistar o título.

Logo no início do primeiro tempo, a equipe de Puskas já vencia por 2 a 0. Os alemães, no entanto, não se entregaram e conseguiram o que parecia impossível: virar o placar. A derrota também pôs fim à invencibilidade da Hungria, que não perdia desde maio de 1950, tendo conquistado no período a medalha de ouro na Olimpíada de Helsinque-1952.

BRASIL

A equipe estreou com uma goleada de 5 a 0 sobre o México. Na segunda rodada, empatou por 1 a 1 com os iugoslavos. Com o resultado, as duas seleções se classificaram. Nas quartas, o adversário foi forte seleção húngara, que na primeira fase tinha marcado 17 gols em dois jogos. O Brasil até que tentou fazer frente à equipe de Puskas, Kocsis e Czibor, mas caiu por 4 a 2. Derrotados na bola, os brasileiros partiram para a briga. Até dirigentes e jornalistas se envolveram na confusão, que ficou conhecida como "Batalha de Berna".

DESTAQUE

A Hungria do técnico Gusztav Sebes chegou à Suíça carregando uma invencibilidade de quatro anos. Venceu seus jogos com larga margem de gols até a final, quando foi derrotada pela Alemanha. Depois da Copa, ficou outros dois anos invicta, até fevereiro de 1956. Os grandes destaques do time eram Puskas e Kocsis, artilheiro da Copa com 11 gols. Puskas, o maior ídolo da história do futebol húngaro, fez 85 gols em 84 jogos por sua seleção. O craque, porém, atuou na final contra os alemães sem estar em suas melhores condições.

CURIOSIDADES

Em 26 partidas, foram marcados 140 gols, média de 5,38. O Mundial viu ainda o jogo com mais gols da história do torneio --a Áustria venceu a Suíça por 7 a 5. Os estádios receberam 943 mil espectadores, média de 36.269 torcedores por jogo.

A desorganização brasileira era tanta que os jogadores não sabiam que o empate frente aos iugoslavos classificava os dois times. Após o 1 a 1, alguns atletas chegaram a chorar no ônibus antes de saber que estavam nas quartas-de-final.

O Brasil usou pela primeira vez a hoje tradicional camisa amarela. Até então, o uniforme principal da seleção tinha camisas brancas. Depois da derrota em 1950, a CBD promoveu um concurso para trocar o uniforme e deixar o trauma para trás.

Vice-campeã, a Hungria revolucionou não só no esquema tático, em que os atacantes não tinham posição fixa, mas também em sua preparação. Antes das partidas, os húngaros faziam aquecimento, prática inusual na época.

Os jogadores da Coréia do Sul não falavam uma palavra em idiomas europeus e sempre se perdiam, sendo recolhidos ao hotel por policiais. No campo, também não se encontravam: tomaram nove gols da Hungria e sete da Turquia.

FolhaShop

Digite produto
ou marca