Esporte
Copa
22/03/2006

História

ANDRÉ LUÍS NERY
da Folha Online

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1978 - Argentina

Classificação

Argentina
Holanda
Brasil
Itália

Artilheiros

6 gols - Mario Kempes (ARG/atacante)
5 gols - Rob Rensenbrink (HOL/atacante)
5 gols - Teofilo Cubillas (PER/atacante)

Veja todos os jogos

Folha Imagem

O atacante argentino Mario Kempes tenta jogada na final contra a Holanda em 1978

O regulamento de 1974 foi mantido para a Copa do Mundo-1978, na Argentina. Na primeira fase, as 16 seleções eram divididas em quatro grupos de quatro e os dois primeiros colocados de cada chave se classificavam. Na segunda fase, os oito classificados eram divididos em dois grupos, e o campeão de cada chave avançava à decisão da competição, enquanto os dois segundos colocados disputavam o terceiro lugar.

Como na Itália, em 1934, quando Benito Mussolini transformou a Copa em meio de propaganda de seu regime fascista, o Mundial argentino serviu para encobrir arbitrariedades da ditadura militar, instaurada no país dois anos antes. Era quase uma questão de honra conquistar o título em casa, tanto que o técnico Cezar Luiz Menotti fizera um promessa: "Não vamos deixar nenhum europeu levar esse título da América do Sul".

A conquista da Argentina, porém, foi uma das mais sem brilho da história. Na primeira fase, a seleção de Menotti ganhou de Hungria e França, mas perdeu o último jogo para a Itália, ficando em segundo no Grupo 1. O resultado deixou os argentinos no mesmo grupo do Brasil, segundo colocado no Grupo 3, na segunda fase, que também contava com Peru e Polônia, que tinham ficado em primeiro em suas chaves.

Na segunda fase, o time brasileiro começou com uma vitória sobre o Peru por 3 a 0, e a Argentina bateu a Polônia por 2 a 0. Na segunda rodada, brasileiros e argentinos empataram em 0 a 0, o que deixou a definição da vaga para a última rodada. O Brasil ganhou da Polônia por 3 a 1, o que obrigava a Argentina a vencer o Peru por uma diferença superior a três gols. Pelo o que vinha apresentando, até aquele momento, os peruanos dificilmente perderiam por uma diferença tão grande. Mas, para surpresa brasileira, a Argentina obteve um placar ainda mais elástico: 6 a 0.

A goleada classificou a Argentina para a final, já que superou o Brasil no saldo de gols (8 contra 5). Já o time de Cláudio Coutinho teve que disputar a decisão do terceiro lugar --bateu a Itália por 2 a 1. Os argentinos, por sua vez, chegaram ao título inédito ao superar a Holanda por 3 a 1 na prorrogação após empate por 1 a 1 no tempo normal.

BRASIL

A seleção brasileira fez um campanha com altos e baixos. Na primeira fase, não passou de dois empates (1 a 1 com Suécia e 0 a 0 com a Espanha) e uma vitória (1 a 0 sobre a Áustria), finalizando em segundo lugar em seu grupo, atrás da Áustria. Com isso, o time caiu na chave da anfitriã Argentina na segunda fase. Após o pífio desempenho na primeira fase, quando marcou apenas dois gols, o Brasil melhorou na etapa seguinte, ficando de fora da final por causa do saldo de gols. Devido às suspeitas sobre o jogo entre Argentina e Peru, o técnico Cláudio Coutinho proclamou o Brasil "campeão moral".

DESTAQUE

O atacante argentino Mário Kempes se tornou o mais novo atleta a ser o artilheiro de uma Copa do Mundo ao marcar seis gols na campanha do título de sua seleção, com apenas 23 anos. Na final, contra a Holanda, Kempes abriu o placar e voltou a marcar na prorrogação, na vitória da Argentina sobre a Holanda por 3 a 1. O atacante foi vendido muito jovem, aos 21 anos, pelo Rosario ao Valencia, da Espanha, onde foi artilheiro do Espanhol em duas oportunidades: nas temporadas 1976/77 e 1977/78. Depois, voltou à Argentina para jogar no River Plate, mas não teve tanto sucesso.

CURIOSIDADES

Em 38 partidas, foram marcados 102 gols, média de 2,68 por partida, superior à que havia sido registrada quatro anos antes, na Alemanha Ocidental. Os estádios argentinos receberam 1.610.215 torcedores, média de 42.374 por jogo.

A seleção brasileira foi o time que mais teve que se deslocar na Copa do Mundo da Argentina. A equipe do técnico Cláudio Coutinho viajou, no total, 4.659 km. A anfitriã Argentina teve que viajar apenas 608 km durante o torneio.

Apenas quatro jogadores disputaram todos os jogos inteiros pelo Brasil: o goleiro Emerson Leão, os zagueiros Oscar e Amaral e o meio-campista Batista. No total, 17 jogadores foram utilizados pelo treinador Cláudio Coutinho nas sete partidas.

O atacante holandês Bob Resenbrick marcou o milésimo gol da história dos Mundiais na Argentina-1978. O jogador, porém, não evitou a derrota de sua seleção para a Escócia por 3 a 2, em partida válida pela última rodada do Grupo 4.

A ditadura chegou inclusive a derrubar o presidente da AFA, Davis Bracutto, e arranjar a eleição de Alfredo Cantillo. Mesmo com a pressão para que a Copa não acontecesse na Argentina, João Havelange, presidente da Fifa, confirmou o torneio.

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