22/03/2006
da Folha Online
Em 1994, o Brasil pôs fim ao jejum de 24 anos sem conquistar o título mundial. O grande destaque da conquista foi o atacante Romário, que balançou as redes cinco vezes e foi escolhido o melhor jogador do Mundial. O Brasil estreou na Copa vencendo a Rússia por 2 a 0. Depois, ganhou de Camarões por 3 a 0 e, na última rodada, empatou em 1 a 1 com a Suécia.
Nas oitavas-de-final, contra os EUA, o escrete canarinho só conseguiu chegar ao gol da vitória, através de Bebeto, na metade do segundo tempo. Nas quartas-de-final, num dos melhores jogos do torneio, superou a Holanda por 3 a 2. Na semifinal, o Brasil voltou a encontrar a Suécia, mas, dessa vez, ganhou por 1 a 0, com um gol do artilheiro Romário.
Como em 1970, o adversário na decisão foi a Itália, que teve altos e baixos na Copa. Após ganhar apenas um jogo na primeira fase, a Azzurra eliminou Nigéria (oitavas), Espanha (quartas) e Bulgária (semifinal). A decisão, que foi marcada pelo equilíbrio, terminou 0 a 0, e, pela primeira vez, o título foi decidido nos pênaltis --o Brasil venceu por 3 a 2.
Brasil e Itália disputaram sua quinta decisão de Mundial na história. A seleção canarinho também foi finalista em 1950, 1958, 1962 e 1970, e a Itália, em 1934, 1938, 1970 e 1982. Curiosamente, nas vezes em que os dois se encontraram em Mundiais, um acabou como campeão. Foi assim com o brasileiros em 1970 e 1994, e com os italianos, em 1938 e 1982.
A seleção do técnico Carlos Alberto Parreira foi alvo de críticas e desconfiança desde as eliminatórias. O Brasil fez campanha fraca no classificatório, em que perdeu seu primeiro jogo na história, contra a Bolívia. A classificação teve que ser decidida no último jogo, contra o Uruguai, no Maracanã. Se perdesse, o Brasil estaria fora. Parreira então atendeu aos apelos populares e convocou Romário, que até então vinha sendo preterido. A seleção venceu com dois gols do atacante. Na Copa, o time também foi criticado por seu jogo pragmático, em que deixou de dar espetáculo para jogar como os europeus.
Romário e Roberto Baggio fizeram para Brasil e Itália em 1994 algo semelhante ao que Maradona havia feio pela Argentina em 1986. Baggio foi decisivo nas vitórias italianas contra Nigéria (oitavas), Espanha (quartas) e Bulgária (semifinais), com cinco gols nos três jogos. Romário, pelo Brasil, só não fez gol nas oitavas, contra os EUA (fez a jogada que originou o gol de Bebeto) e na final. Foi decisivo nas quartas-de-final, contra a Holanda, com um gol na vitória por 3 a 2. Nas semifinais, fez de cabeça, em meio aos "gigantes" zagueiros suecos, o único tento. Ambos foram vice-artilheiros do Mundial. Na final, porém, a vantagem foi de Romário, que marcou na disputa por pênaltis, enquanto Baggio errou sua cobrança que selou a vitória brasileira --3 a 2.
A Copa do Mundo-1994 teve a melhor média de público na história das Copas. O público médio ficou em 68.991 torcedores por jogo, sendo que o número total chegou a 3.587.538. Em 52 jogos, foram marcados 141 gols, média de 2,71 por partida.
Na Copa dos Estados Unidos, aconteceu o gol de número 1.500 da história da competição. O tento histórico foi marcado pelo jogador argentino Claudio Caniggia na vitória da seleção de seu país por 2 a 1 sobre a Nigéria na primeira fase.
Oleg Salenko se tornou o recordista de gols em um único jogo de Mundial, ao marcar cinco gols da goleada da Rússia sobre Camarões por 6 a 1. Roger Milla, que fez o tento camaronês, tornou-se o jogador mais velho a marcar em Copas --42 anos.
Em homenagem ao piloto de F-1 Ayrton Senna, morto no mesmo ano em acidente em Imola, em San Marino, os jogadores exibiram, após a final contra a Itália, uma faixa que dizia: "Senna, aceleramos juntos. O tetra é nosso".
Pela primeira vez, foram disputados jogos de Copa do Mundo num estádio coberto, o Silverdome, em Detroit. O Brasil enfrentou ali a Suécia, na primeira fase, empatando em 1 a 1, gol de Romário. Foi o único jogo não vencido pela seleção.
História
ANDRÉ LUÍS NERYda Folha Online
| 2002 | 1998 | 1994 | 1990 | 1986 | 1982 | 1978 | 1974 | 1970 |
| 1966 | 1962 | 1958 | 1954 | 1950 | 1938 | 1934 | 1930 |
1994 - Estados Unidos
Classificação1º Brasil2º Itália 3º Suécia 4º Bulgária |
Artilheiros6 gols - Oleg Salenko (RUS/atacante)6 gols - Hristo Stoitchkov (BUL/meia) 5 gols - Romário (BRA/atacante) |
Folha Imagem
Jogadores brasileiros festejam conquista do tetra após triunfo nos pênaltis contra a Itália
Nas oitavas-de-final, contra os EUA, o escrete canarinho só conseguiu chegar ao gol da vitória, através de Bebeto, na metade do segundo tempo. Nas quartas-de-final, num dos melhores jogos do torneio, superou a Holanda por 3 a 2. Na semifinal, o Brasil voltou a encontrar a Suécia, mas, dessa vez, ganhou por 1 a 0, com um gol do artilheiro Romário.
Como em 1970, o adversário na decisão foi a Itália, que teve altos e baixos na Copa. Após ganhar apenas um jogo na primeira fase, a Azzurra eliminou Nigéria (oitavas), Espanha (quartas) e Bulgária (semifinal). A decisão, que foi marcada pelo equilíbrio, terminou 0 a 0, e, pela primeira vez, o título foi decidido nos pênaltis --o Brasil venceu por 3 a 2.
Brasil e Itália disputaram sua quinta decisão de Mundial na história. A seleção canarinho também foi finalista em 1950, 1958, 1962 e 1970, e a Itália, em 1934, 1938, 1970 e 1982. Curiosamente, nas vezes em que os dois se encontraram em Mundiais, um acabou como campeão. Foi assim com o brasileiros em 1970 e 1994, e com os italianos, em 1938 e 1982.
BRASIL
A seleção do técnico Carlos Alberto Parreira foi alvo de críticas e desconfiança desde as eliminatórias. O Brasil fez campanha fraca no classificatório, em que perdeu seu primeiro jogo na história, contra a Bolívia. A classificação teve que ser decidida no último jogo, contra o Uruguai, no Maracanã. Se perdesse, o Brasil estaria fora. Parreira então atendeu aos apelos populares e convocou Romário, que até então vinha sendo preterido. A seleção venceu com dois gols do atacante. Na Copa, o time também foi criticado por seu jogo pragmático, em que deixou de dar espetáculo para jogar como os europeus.DESTAQUES
Romário e Roberto Baggio fizeram para Brasil e Itália em 1994 algo semelhante ao que Maradona havia feio pela Argentina em 1986. Baggio foi decisivo nas vitórias italianas contra Nigéria (oitavas), Espanha (quartas) e Bulgária (semifinais), com cinco gols nos três jogos. Romário, pelo Brasil, só não fez gol nas oitavas, contra os EUA (fez a jogada que originou o gol de Bebeto) e na final. Foi decisivo nas quartas-de-final, contra a Holanda, com um gol na vitória por 3 a 2. Nas semifinais, fez de cabeça, em meio aos "gigantes" zagueiros suecos, o único tento. Ambos foram vice-artilheiros do Mundial. Na final, porém, a vantagem foi de Romário, que marcou na disputa por pênaltis, enquanto Baggio errou sua cobrança que selou a vitória brasileira --3 a 2.CURIOSIDADES
A Copa do Mundo-1994 teve a melhor média de público na história das Copas. O público médio ficou em 68.991 torcedores por jogo, sendo que o número total chegou a 3.587.538. Em 52 jogos, foram marcados 141 gols, média de 2,71 por partida.
Na Copa dos Estados Unidos, aconteceu o gol de número 1.500 da história da competição. O tento histórico foi marcado pelo jogador argentino Claudio Caniggia na vitória da seleção de seu país por 2 a 1 sobre a Nigéria na primeira fase.
Oleg Salenko se tornou o recordista de gols em um único jogo de Mundial, ao marcar cinco gols da goleada da Rússia sobre Camarões por 6 a 1. Roger Milla, que fez o tento camaronês, tornou-se o jogador mais velho a marcar em Copas --42 anos.
Em homenagem ao piloto de F-1 Ayrton Senna, morto no mesmo ano em acidente em Imola, em San Marino, os jogadores exibiram, após a final contra a Itália, uma faixa que dizia: "Senna, aceleramos juntos. O tetra é nosso".
Pela primeira vez, foram disputados jogos de Copa do Mundo num estádio coberto, o Silverdome, em Detroit. O Brasil enfrentou ali a Suécia, na primeira fase, empatando em 1 a 1, gol de Romário. Foi o único jogo não vencido pela seleção.
