Brasil
12/08/2006

Candidatos - Governador - São Paulo - Plínio de Arruda Sampaio

Jorge Araújo/Folha Imagem
Nome completo: Plínio de Arruda Sampaio
Nascimento: 26/07/1930, em São Paulo (SP)
Profissão: advogado, economista e professor universitário
Estado civil: casado com Marieta Sampaio desde 1965
Filhos: Plínio de Arruda Sampaio Junior, 47
Partido: PSOL
Veterano de 40 anos da política e membro histórico do PT até ano passado, quando saiu da legenda após divergências internas, o advogado Plínio de Arruda Sampaio foi um dos idealizadores do Partido dos Trabalhadores e é protagonista da trajetória da esquerda no país.

Sampaio começou na política aos 20 anos, no extinto Partido Democrata Cristão, mas antes disso, aos 15, já era militante do movimento Juventude Estudantil Católica e Juventude Universitária Católica. Formou-se em direito pela Faculdade do Largo de São Francisco e, logo depois, tornou-se promotor público.

Antes de completar 30 anos, foi nomeado pelo governador Carvalho Pinto (1958-1962) coordenador do Grupo de Planejamento, responsável pela elaboração do primeiro Plano de Ação Geral do Estado.

Eleito deputado federal pelo Partido Democrata Cristão (PDC), em 1962, foi relator do programa de reforma agrária do governo João Goulart. Por conta disso foi um dos primeiros cassados pela ditadura. Quando foi para o exílio, no Chile, já tinha quase 40 anos. Voltou ao Brasil em 1976, época em que começou a surgir a idéia de um partido socialista.

Ele retornou ao país com um "pacto" para criar um partido socialista democrático. Faziam ainda parte do acerto, idealizado no exterior, Almino Affonso e Fernando Henrique Cardoso. Ao desembarcarem no Brasil, procuraram por Jarbas Vasconcelos, Waldir Pires e outros integrantes da esquerda do MDB.

Foram três anos de articulação pelo país. O plano era de que FHC disputasse a eleição de 1978 em uma sublegenda dentro do MDB e, caso ultrapassasse a marca de 1 milhão de votos, teriam base para formar um partido. FHC recebeu 1,2 milhão de votos.

Tudo, porém, foi por água abaixo quando Sampaio ligou a televisão no dia seguinte e ouviu o discurso do sociólogo. Fernando Henrique dizia que a unidade da oposição era importantíssima e qualquer saída do MDB seria divisionismo. Sampaio conta que telefonou imediatamente para o colega desfazendo o acordo.

Na mesma época aceitou o convite para atuar na Europa como consultor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), entidade para a qual já tinha prestado serviços durante o exílio. O órgão o considera, até hoje, um dos maiores especialistas mundiais em reforma agrária.

Nesse meio tempo, Luiz Inácio Lula da Silva dava no Brasil os primeiros passos para fundar um novo partido de esquerda. Foi nessa época que José Álvaro Moisés procurou Sampaio com o pedido de que ele fizesse o estatuto do futuro Partido dos Trabalhadores. Mais uma vez, aceitou o convite.

Desde a fundação do PT, Sampaio estava em todas as assembléias, convenções, eventos de Comunidades Eclesiásticas, da CUT, do MST, das Pastorais da Terra, organizações que convergiram no PT. O objetivo era politizar as massas, que se interessavam pelas novas idéias, e ter a participação da base da sociedade nas decisões partidárias.

Em 1985 Sampaio se elegeu deputado federal novamente. Em 1989 ajudou a coordenar a campanha de Lula à presidência e, em 1990, concorreu ao governo estadual de São Paulo. Ficou em quarto lugar, com 12,1% dos votos, atrás de Paulo Maluf, Luiz Antônio Fleury e Mario Covas.

Além dos cargos políticos, da atuação na ONU e da promotoria pública, Sampaio é professor universitário e diretor do jornal Correio da Cidadania. Dentro do PT, foi ainda articulador de duas importantes campanhas, a Ação da Cidadania pela Ética na Política e da Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria, ao lado de Betinho, dom Luciano Mendes de Almeida e dom Mauro Morelli.

Rompimento

Arruda e um grupo de militantes históricos do PT anunciaram a migração para o PSOL em setembro do ano passado, depois da vitória nas eleições internas petistas de um grupo ligado ao deputado cassado José Dirceu.

Historicamente contrário aos artifícios do marketing para ganhar eleição, o advogado diz que vai para a eleição sem ressentimentos com o partido que ajudou a fundar. "Não tenho nada contra os meus amigos do PT, mas hoje estamos em campos opostos", diz, ao classificar a legenda como um partido de direita. "Ambos [PT e PSDB] são nossos adversários ideológicos, estão na direita. É preciso mostrar que há alternativa", diz.

O PSOL surgiu da expulsão de vários parlamentares petistas há três anos, após terem feito críticas públicas à política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva e terem votado contra a emenda da reforma da previdência. Uma das representantes mais visíveis desse grupo é a senadora Heloísa Helena (AL).

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