moda / moda verão 2007
A outra mulher
por Camila Yahn e Vivian Whiteman
fotos Folha Imagem/AP/Reuters/Agência Fotosite
Verão após verão, as passarelas apresentaram a via sexy como único caminho da moda em tempos quentes. Mas, na próxima temporada, as mulheres verão o sol nascer com guarda-roupa e atitude renovados. A exposição agressiva do corpo dá lugar a outros tipos de poder: intelectuais e guerreiras invadem as praias tropicais e mostram os fundamentos dessa nova força feminina.
Dois lados de um mesmo desejo, essa outra mulher inicia sua revolução com um choque de cores sóbrias: branco, preto e tons pastel. No pólo mais introspectivo, aparecem elegantes pensadoras, confortáveis em seus vestidos soltos, curtos só o suficiente para libertar os movimentos. Na outra ponta, heroínas urbanas enfrentam o caos metropolitano munidas de coletes-armaduras, bojos reforçados, tecidos metalizados e peças emprestadas do guarda-roupa masculino. Da fusão entre as duas metades nasce a guerrilheira urbana, inteligente, forte e decidida a encarar a realidade de seu tempo.
Da utopia imaginada por essas lutadoras emerge o desejo de diversidade, que busca na África e nas culturas orientais as cores de um futuro mais harmônico. Deste sonho multicultural brotam grafismos e estampas que imitam plantas e animais. A cartela étnica pede tons vivos e, aí sim, as cores explodem por todos os lados. Os homens também mudaram e revelam desejos escondidos de cor, formas mais amplas e irreverência. Estariam eles apenas nos sonhos dessas mulheres?
Apesar da execução pobre de novidades, as passarelas da São Paulo Fashion Week e do Fashion Rio deixaram no ar algumas idéias a serem desenvolvidas. As próximas temporadas prometem.
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