Simulado
19/11/2006
Comentários sobre as questões de Português
1 - Resposta C. A frase em questão, "Eu não atendo bêbado", pode ser interpretada de duas maneiras. A intenção do médico, naturalmente, era dizer que não atende pessoas alcoolizadas. "Bêbado", na sua interpretação, é um substantivo que designa "pessoa alcoolizada", cuja função sintática na frase é objeto direto do verbo "atender". Na interpretação do "bebum", entretanto, quem estava bêbado era o médico. Ele considerou a palavra "bêbado" um adjetivo cuja função seria a de predicativo do sujeito, ou seja, o médico teria dito a ele que não atende "quando ele próprio está bêbado".
2 - Resposta B. Na frase do enunciado, a palavra "saudade" exerce a função sintática de núcleo do sujeito da locução verbal "começou a me agoniar"; na alternativa B, "saudade" também é núcleo do sujeito, agora do verbo "restar".
3 - Resposta D. No romance de Clarice Lispector, é retratada uma personagem que representa muitas pessoas que, na vida real, não têm a oportunidade de decidir o próprio destino. Por esse motivo, o narrador não "consegue" inventar livremente a história de Macabéa.
4 - Resposta D. O verbo "queixar-se" constrói-se normalmente com o pronome oblíquo átono em todas as pessoas gramaticais ("eu me queixo", "tu te queixas" etc.). Trata-se de um pronome fossilizado, ou seja, parte integrante do verbo.
5 - Resposta C. No fragmento "...só de mim sabidos", a locução "de mim" exerce a função sintática de agente da passiva. O eu lírico do poema afirma que as lembranças, os cheiros, os sabores, os esconderijos, os pecados e os signos são sabidos ou conhecidos apenas por ele.
6 - Resposta D. A frase final do texto, "Na medida em que a psiquiatria representa os interesses ou pretensos interesses dos sadios, podemos descobrir que, de fato, a violência em psiquiatria é preeminentemente a violência da psiquiatria", deixa claro que, segundo o autor, a violência está na base da psiquiatria, que ele acredita ser uma ciência a serviço dos considerados sadios. O autor relativiza os conceitos de saúde e doença mental.
7 - Resposta C. O autor parte do pressuposto de que a psiquiatria representa os interesses dos sadios. Com base nisso, estabelece uma relação de causa e efeito: como serve aos interesses dos sadios, a psiquiatria rotula os "loucos" e segrega-os, o que o autor considera um ato de violência.
8 - Resposta C. Em "violência da psiquiatria", a preposição "de" exprime idéia de pertencimento, como ocorre em "sutileza do raciocínio" (violência própria da psiquiatria/ sutileza própria do raciocínio). Em "copo de água", exprime conteúdo; em "vestido de festa", exprime finalidade; em "prédio de vinte andares", exprime tamanho, dimensão; em "desmaiou de fome", exprime causa.
9 - Resposta B. As duas estrofes finais deixam claro que o poeta não vê em sua poesia a propriedade de consolar ou mostrar apenas o que é belo; sua poesia é "uma pedra no meio do caminho", ou seja, ela não é facilmente digerível, ela nos obriga a refletir.
10 - Resposta A. Intertextualidade é o nome do recurso que, empregado com freqüência na literatura moderna, permite ao poeta fazer referência a outros textos, pressupondo que o leitor os conheça.
11 - Resposta D. "Taciturno" quer dizer "silencioso", "melancólico". Um acordo tácito é um acordo silencioso, subentendido entre as partes.
12 - Resposta E. Aluísio Azevedo assume uma atitude crítica diante das novas relações de trabalho que surgem com o desenvolvimento do capitalismo. Critica a ganância e o abandono de valores morais.
13 - Resposta C. Trata-se de uma relação de causa e efeito. O desejo de enriquecer de João Romão era tão grande que, em conseqüência disso, aceitava qualquer tipo de privação.
14 - Resposta D. "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, insere-se no Realismo-Naturalismo, do mesmo modo que "O Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós. Em ambos, é retratado o homem submisso a seus instintos e a degradação dos valores morais, temas caros a esse movimento literário.
15 - Resposta C. Na ordem direta, o sujeito deve iniciar o período. Sendo elíptico, como se verifica nos versos iniciais do poema, a primeira palavra deve ser o verbo. Em seguida, complementos ou predicativos e, depois, os adjuntos adverbiais.
16 - Resposta A. A figura de repetição enfática da conjunção chama-se polissíndeto. O termo vem da língua grega, na qual "poli-" quer dizer "vários" e "síndeto" quer dizer "conjunção".
17 - Resposta C. "Posto que", nesse conhecido poema de Vinicius de Morais, foi empregado com valor explicativo, no lugar de "já que" ("que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure"). O poeta quer dizer que não pode desejar que o amor seja imortal porque o amor é uma chama (está implícito que a chama um dia se apaga).
18 - Resposta E. A expressão "infinito enquanto dure" é um paradoxo, pois aquilo que não tem fim não pode ter duração limitada. A idéia de duração pressupõe a idéia de fim. Esse aparente contra-senso constitui o paradoxo. É o mesmo que ocorre quando Camões diz que o amor é um contentamento descontente. Na letra A, aparece o quiasmo (figura de inversão); na B, pleonasmo ("rir meu riso") e antítese (riso/ pranto// pesar/ contentamento); na C, metáfora ("mar" = "lírios de espuma"); na D, perífrase ("assento etéreo" = céu).
Resoluções - Português
da Folha OnlineComentários sobre as questões de Português
1 - Resposta C. A frase em questão, "Eu não atendo bêbado", pode ser interpretada de duas maneiras. A intenção do médico, naturalmente, era dizer que não atende pessoas alcoolizadas. "Bêbado", na sua interpretação, é um substantivo que designa "pessoa alcoolizada", cuja função sintática na frase é objeto direto do verbo "atender". Na interpretação do "bebum", entretanto, quem estava bêbado era o médico. Ele considerou a palavra "bêbado" um adjetivo cuja função seria a de predicativo do sujeito, ou seja, o médico teria dito a ele que não atende "quando ele próprio está bêbado".
2 - Resposta B. Na frase do enunciado, a palavra "saudade" exerce a função sintática de núcleo do sujeito da locução verbal "começou a me agoniar"; na alternativa B, "saudade" também é núcleo do sujeito, agora do verbo "restar".
3 - Resposta D. No romance de Clarice Lispector, é retratada uma personagem que representa muitas pessoas que, na vida real, não têm a oportunidade de decidir o próprio destino. Por esse motivo, o narrador não "consegue" inventar livremente a história de Macabéa.
4 - Resposta D. O verbo "queixar-se" constrói-se normalmente com o pronome oblíquo átono em todas as pessoas gramaticais ("eu me queixo", "tu te queixas" etc.). Trata-se de um pronome fossilizado, ou seja, parte integrante do verbo.
5 - Resposta C. No fragmento "...só de mim sabidos", a locução "de mim" exerce a função sintática de agente da passiva. O eu lírico do poema afirma que as lembranças, os cheiros, os sabores, os esconderijos, os pecados e os signos são sabidos ou conhecidos apenas por ele.
6 - Resposta D. A frase final do texto, "Na medida em que a psiquiatria representa os interesses ou pretensos interesses dos sadios, podemos descobrir que, de fato, a violência em psiquiatria é preeminentemente a violência da psiquiatria", deixa claro que, segundo o autor, a violência está na base da psiquiatria, que ele acredita ser uma ciência a serviço dos considerados sadios. O autor relativiza os conceitos de saúde e doença mental.
7 - Resposta C. O autor parte do pressuposto de que a psiquiatria representa os interesses dos sadios. Com base nisso, estabelece uma relação de causa e efeito: como serve aos interesses dos sadios, a psiquiatria rotula os "loucos" e segrega-os, o que o autor considera um ato de violência.
8 - Resposta C. Em "violência da psiquiatria", a preposição "de" exprime idéia de pertencimento, como ocorre em "sutileza do raciocínio" (violência própria da psiquiatria/ sutileza própria do raciocínio). Em "copo de água", exprime conteúdo; em "vestido de festa", exprime finalidade; em "prédio de vinte andares", exprime tamanho, dimensão; em "desmaiou de fome", exprime causa.
9 - Resposta B. As duas estrofes finais deixam claro que o poeta não vê em sua poesia a propriedade de consolar ou mostrar apenas o que é belo; sua poesia é "uma pedra no meio do caminho", ou seja, ela não é facilmente digerível, ela nos obriga a refletir.
10 - Resposta A. Intertextualidade é o nome do recurso que, empregado com freqüência na literatura moderna, permite ao poeta fazer referência a outros textos, pressupondo que o leitor os conheça.
11 - Resposta D. "Taciturno" quer dizer "silencioso", "melancólico". Um acordo tácito é um acordo silencioso, subentendido entre as partes.
12 - Resposta E. Aluísio Azevedo assume uma atitude crítica diante das novas relações de trabalho que surgem com o desenvolvimento do capitalismo. Critica a ganância e o abandono de valores morais.
13 - Resposta C. Trata-se de uma relação de causa e efeito. O desejo de enriquecer de João Romão era tão grande que, em conseqüência disso, aceitava qualquer tipo de privação.
14 - Resposta D. "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, insere-se no Realismo-Naturalismo, do mesmo modo que "O Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós. Em ambos, é retratado o homem submisso a seus instintos e a degradação dos valores morais, temas caros a esse movimento literário.
15 - Resposta C. Na ordem direta, o sujeito deve iniciar o período. Sendo elíptico, como se verifica nos versos iniciais do poema, a primeira palavra deve ser o verbo. Em seguida, complementos ou predicativos e, depois, os adjuntos adverbiais.
16 - Resposta A. A figura de repetição enfática da conjunção chama-se polissíndeto. O termo vem da língua grega, na qual "poli-" quer dizer "vários" e "síndeto" quer dizer "conjunção".
17 - Resposta C. "Posto que", nesse conhecido poema de Vinicius de Morais, foi empregado com valor explicativo, no lugar de "já que" ("que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure"). O poeta quer dizer que não pode desejar que o amor seja imortal porque o amor é uma chama (está implícito que a chama um dia se apaga).
18 - Resposta E. A expressão "infinito enquanto dure" é um paradoxo, pois aquilo que não tem fim não pode ter duração limitada. A idéia de duração pressupõe a idéia de fim. Esse aparente contra-senso constitui o paradoxo. É o mesmo que ocorre quando Camões diz que o amor é um contentamento descontente. Na letra A, aparece o quiasmo (figura de inversão); na B, pleonasmo ("rir meu riso") e antítese (riso/ pranto// pesar/ contentamento); na C, metáfora ("mar" = "lírios de espuma"); na D, perífrase ("assento etéreo" = céu).
