Educação

GUIA DA PÓS-GRADUAÇÃO

28/01/2007

Ciências agrárias: Tecnologia e energia abrem campo para especialização

Produção de biodiesel e de laranja pede profissional bem qualificado

MARIANA BERGEL
Colaboração para a Folha


Os campos da biotecnologia agrícola, da bioenergia e da citricultura são os que reservam as maiores promessas de bons frutos para quem quer se especializar em ciências agrárias. São áreas consideradas determinantes para destacar o Brasil na economia mundial.

"Já estamos ao lado das grandes potências em biotecnologia e temos tudo para tornar o país líder mundial", confirma o diretor da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), José Roberto Postali Parra. No ano passado, só a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) investiu R$ 125,3 milhões em biotecnologia.

Ele também revela que, hoje, graças a esse tipo de tecnologia, o Brasil é líder em agricultura tropical. O caso mais representativo é o da soja: originalmente de clima temperado, foi adaptada para vingar no país.

OS MELHORES

Mestrados e doutorados nota 7

Ciência de Alimentos
- Universidade Estadual de Campinas (SP)
- Universidade de São Paulo (SP)

Ciência Animal*
- Universidade Federal de Minas Gerais (MG)

Ciências Veterinárias
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)

Engenharia de Alimentos
- Universidade Estadual de Campinas (SP)

Genética e Melhoramento de Plantas
- Universidade Federal de Viçosa (MG)
- Universidade de São Paulo (SP), no campus de Piracicaba

Zootecnia
- Universidade Federal de Viçosa (MG)
- Universidade Estadual Paulista (SP), no campus de Jaboticabal
*só o doutorado
Com o crescimento da importância do agronegócio, o momento é propício para cultivar conhecimento --o número de pós-graduações é insuficiente, e as empresas não acham candidatos qualificados.

"Há uma lógica de mercado determinada pelo cenário internacional que gera grande demanda de conhecimento e de pessoas especializadas", diz José Oswaldo Siqueira, coordenador da pós-graduação em solos e nutrição de plantas da Universidade Federal de Lavras.

Apesar de as matrículas em cursos de pós em ciências agrárias aumentarem, em média, 12% ao ano, faltam profissionais com bom nível de conhecimento. "Empresas têm dificuldade de achar gente para suprir vagas", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Kleber Tomás de Resende.

"Os bons programas ainda são concentrados no Sul e no Sudeste do Brasil. As ciências agrárias são multidisciplinares por natureza: para ter uma boa lavoura, é preciso ter conhecimentos de química e de biologia vegetal", afirma Siqueira.

Tecnologia na laranja

No caso da bioenergia (fontes energéticas que vêm do campo), o desafio é produzir matéria-prima em grande quantidade, já que o país consome 40 bilhões de litros de óleo diesel por ano e a produção não chega a 1 bilhão de litros de biodiesel.

Até a tradicional citricultura abre espaço para especialização. Nessa seara, ganha quem se aprofunda na exploração dos recursos genéticos das plantas para fins agrícolas, como o controle de pragas e doenças. "São nichos de mercado que envolvem desde química profunda até procedimentos adequados de colheita e preocupação com o ambiente", conta Siqueira.

Na medicina veterinária, uma área em expansão é a de inseminação artificial. "Não há muitos especialistas capacitados", diz o professor da faculdade de veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rodrigo Costa Mattos.

Já em zootecnia e recursos pesqueiros, o desafio é superar as barreiras sanitárias e melhorar a confiabilidade dos produtos brasileiros, diz Resende.

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