Pequim - 2008
Ruben Sprich/Reuters |
Nadador norte-americano Michael Phelps vibra após conquista de um dos seus oito ouros |
Após brigar de perto com os Estados Unidos pelo topo do quadro de medalha dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, a China montou um programa todo especial para, em casa, derrotar a potência norte-americana e terminar a Olimpíada de Pequim na primeira colocação na classificação para países.
A anfitriã teve um desempenho que foi muito além de todos os prognósticos iniciais. Foram nada menos que 51 medalhas de ouro, 21 de prata e 28 de bronze --saltou de 63 pódios (32 ouros) na Grécia para 100 medalhas em Pequim.
A tática adotada pelos chineses para superar a maior potência olímpica da história foi a de evitar o confronto direto com os seus principais adversários e acumular triunfos longe das áreas de supremacia norte-americana.
Os Estados Unidos perderam a primeira colocação no quadro, mas não deixaram cair a qualidade dos seus resultados, já que igualaram a marca de 36 ouros de Atenas-2004 e superaram as 102 medalhas no total dos Jogos anteriores --terminaram com 110.
Já o Brasil foi para a Olimpíada com a perspectiva de quebra de recordes. O governo federal e suas empresas investiram R$ 1,2 bilhão em esporte de alto rendimento no ciclo olímpico imaginando um salto no quadro de medalhas.
O investimento, no entanto, não teve o retorno esperado. O número de medalhas até subiu. Foram 15 pódios, contra dez de Atenas-2004. Mas os três ouros, quatro pratas e oito bronzes deixaram o país na 23ª colocação no quadro --havia sido o 16º quatro anos antes.
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Destaque
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Brasil
César Cielo (foto) foi o responsável pelo primeiro ouro olímpico da história do Brasil na natação. O velocista venceu os 50 m livre e faturou também o bronze nos 100 m. Maurren Maggi conquistou o título do salto em distância. A seleção brasileira feminina de vôlei também subiu ao topo do pódio. |
Curiosidades
- As autoridades chinesas lançaram foguetes com produtos químicos para evitar o perigo de chuva nas cerimônias de abertura e encerramento. Para isso, oito aviões decolaram de uma base na cidade de Zhangjiakou, na província de Hebei, que fica próxima a Pequim.
- A música cantada por uma menina durante a cerimônia de abertura foi, na verdade, dublada por outra garota, Lin Miaoke, 9. A intérprete da canção, Yang Peiyi, 7, foi considerada feia para participar da festa.
- Responsável por 32 medalhas de ouro na história dos Jogos, o boxe cubano passou em branco em Pequim. Os pugilistas da ilha caribenha deixaram a China sem nenhum novo título para adicionar a seus currículos.
- O técnico José Roberto Guimarães tornou-se o primeiro treinador a conquistar o ouro no vôlei nas duas categorias: masculino e feminino. Zé Roberto, que comandou o time de homens do Brasil na vitoriosa campanha em Barcelona-1992, ganhou em Pequim com o time de mulheres do país.
- A Federação Internacional de Ginástica decidiu investigar a vista das atletas locais devido às suspeitas de algumas ginastas estavam abaixo da idade mínima permitida. Para competir nos Jogos, o ginasta precisa completar 16 anos dentro do ano em que é disputada a competição.
- Fabiana Murer chegou à Olimpíada credenciada a uma medalha no salto com vara, mas protagonizou um dos casos mais curiosos do evento ao perder uma de suas varas durante a final da prova --o material foi encontrado posteriormente na Vila Olímpica, junto com os utensílios das competidoras do atletismo eliminadas das finais.
- A jogadora da seleção sueca de futebol Johanna Almgren disse ter recusado um pedido de casamento do brasileiro Ronaldinho durante a participação de ambos nos Jogos Olímpicos de Pequim.
- O sueco Ara Abrahamian em terceiro na categoria 84 kg de luta greco-romana, mas abandonou a medalha de bronze no chão como protesto pela atuação dos juízes em um dos seus combates. Ele acabou sendo desqualificado da competição após a atitude antidesportiva.