IV - Novos imortais
Carlos Heitor Cony é eleito
como imortal da ABL
  CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
 
 
 
 


Veja a bibliografia
do escritor


Romances
O ventre (1958)
A Verdade de Cada Dia (1959)
Tijolo de Segurança (1960)
Informação ao Crucificado (1961)
Matéria de Memória (1962)
Antes, o Verão (1964)
Balé Branco (1965)
Pessach: a Travessia (1967)
Pilatos (1973)
Quase Memória (1995)
O Piano e a Orquestra (1996)
A Casa do Poeta Trágico (1997)
Romance sem Palavras (1999)
Crônicas
Da Arte de Falar Mal (1963)
O Ato e o Fato (1965)
Os Anos Mais Antigos do Passado (1998)
O Harém das Bananeiras (1999)
Ensaios biográficos
Chaplin (1965)
Quem Matou Vargas (1972)
JK - Memorial do exílio (1982)
Jornalismo
O Caso Lou (1975)
Nos Passos de João de Deus (1981)
Lagoa (1996)

Cine-romance
A Noite do Massacre (1975)
Contos
Sobre Todas as Coisas (1968)
(2ª edição com o título “Babilônia! Babilônia!”, 1978)
Quinze Anos (1965)
Infanto-juvenis (Ediouro)
Uma História de Amor
Rosa, Vegetal de Sangue
O Irmão que tu me Deste
A Gorda
Luciana Saudade
Adaptações (Ediouro)
Crime e Castigo (Dostoievski)
Moby Dick (H. Melville)
Viagem ao Centro da Terra (Julio Verne)
A Ilha Misteriosa (Julio Verne)
Um Capitão de Quinze Anos (Julio Verne)
As Aventuras de Tom Sawyer (Mark Twain)
As Viagens de Tom Sawyer (Mark Twain)
Huckleberry Finn (Mark Twain)
O Diário de Adão e Eva (Mark Twain)
Um Ianque na Corte do Rei Artur (Mark Twain)
Tom Sawyer Detetive (Mark Twain)
O Roubo do Elefante Branco (Mark Twain)
Ben-Hur (Lewis Wallace)
O Capitão Tormenta (Emilio Salgari)
Maravilhas do Ano 2000 (Emilio Salgari)
O Leão de Damasco (Emilio Salgari)
O Livro dos Dragões (Edith Nesbit)
Os Meninos Aquáticos (Charles Kingsley)
O Máscara de Ferro (Alexandre Dumas)
O Grande Meaulne (A. Fournier)
Taras Bulba (Nicolas Gogol)
Ali Babá e os Quarenta Ladrões (Mil e uma noites)
Simbad, o Marujo (Mil e uma noites)
O Califa de Bagdá (Mil e uma noites)
Aladim e a Lâmpada Maravilhosa (Mil e uma noites)
Pinóquio da Silva (Carlos Collodi)
Adaptações
(outras editoras)
O Ateneu (Raul Pompéia)
Editora Scipione
O primo Basilio (Eça de Queiroz)
Editora Scipione
Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida)
Editora Scipione

Com outros autores
Os Sete Pecados Capitais (Guimarães Rosa, Otto Lara Resende, Lygia Fagundes Telles, José Condé, Guilherme Figueiredo e Mário Donato)
Editora Civilização Brasileira (1964)

Os Dez Mandamentos (Jorge Amado, Marques Rebelo, Orígines Lessa, José Condé, Campos de Carvalho, João Antônio, Guilherme Figueiredo, Moacir C. Lopes e Helena Silveira)
Editora Civilização Brasileira (1965)
64 D.C. (Antônio Callado, Marques Rebelo, Stanislaw Ponte Preta, Hermano Alves)
Editora Tempo Brasileiro (1966)

Contos (Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Rubem Fonseca, Sérgio Sant’Anna Luis Vilela, Otto Lara Resende, José J. Veiga, Érico Veríssimo, Moacir Scliar, Samuel Rawet, Leon Eliachar, Elsie Lessa e Adonias Filho)
Livraria Francisco Alves (1974)

Fonte: ABL

 

O escritor Carlos Heitor Cony, 74, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, foi eleito no dia 23 de março imortal _nome dado aos acadêmicos_ da ABL (Academia Brasileira de Letras). Ele foi escolhido, com 24 votos, para ocupar a vaga da cadeira 3, que pertencia ao escritor e jornalista Herberto Sales, morto em agosto de 1999.

O filólogo (estudioso de idiomas) Leodegário de Azevedo Filho, 73, o mais forte opositor a Cony na eleição, teve 12 votos entre os 37 acadêmicos.

Um dos votos dados na ABL nesta tarde foi nulo. Nem todos os acadêmicos são obrigados a votar.

A votação aconteceu logo após o tradicional chá das quintas-feiras, os membros da instituição se reuniram. Cony era o favorito à vaga.

Disputa

Três outros candidatos disputaram a eleição. O mais forte oponente de Cony, no entanto, era o ilólogo Leodegário de Azevedo Filho.

Antes de saber do resultado, Cony pouco falou sobre as eleições de hoje e disse não acreditar no favoritismo. “Não sei quantos votos terei e admiro meu concorrente (Azevedo Filho), que além de seu valor como filólogo, é um homem extremamente cordial”, disse.

Para o escritor, que no momento prepara uma biografia de José Lins do Rego, uma eventual derrota não seria “nenhuma fatalidade”. “A Lusitana continuará rodando”, disse.

Nos últimos anos, Cony ganhou o Prêmio Machado de Assis (o mais importante da ABL, concedido pelo conjunto de sua obra), o Jabuti (duas vezes: em 96, por “Quase Memória”. e, em 98, por “A Casa do Poeta Trágico”) e o Nestlé (em 97, por “O Piano e a Orquestra”).

Trajetória

Cony nasceu no Rio de Janeiro, em 1926, fez “humanidades” e o curso de filosofia no Seminário de São José. Estreou na literatura ganhando por duas vezes consecutivas o Prêmio Manuel Antônio de Almeida (em 1957 e 1958) com os romances “A Verdade de Cada Dia” e “Tijolo de Segurança”.

Paralelamente à carreira de escritor, trabalha na imprensa desde 52, inicialmente no “Jornal do Brasil” e, mais tarde, no “Correio da Manhã”, onde foi redator, cronista, editorialista e editor. Atualmente, faz parte do Conselho Editorial da Folha.

Amigo de Juscelino Kubitschek e de sua família, foi preso seis vezes entre 1965 e 1972, época da ditadura militar. Algumas prisões foram rápidas, com dez dias de duração, e outras mais longas, permanecendo 60 dias no cárcere. A justificativa é que integrava o grupo da editora Civilização Brasileira, onde se aglutinou a primeira resistência contra o regime militar.

O escritor ficou mais de 20 anos sem publicar uma obra. Dizendo-se vítima de um boicote patrocinado pelo PCB, Cony, que despontou como um talento literário nos anos 60, só voltou a publicar novidades em 95, com “Quase Memória”.

No total, Cony tem 13 romances: “O Ventre”; “A Verdade de Cada Dia”; “Tijolo de Segurança”; “Informação ao Crucificado”; “Matéria de Memória”; “Antes, o Verão”; “Balé Branco”; “Pessach: a Travessia”; “Pilatos”. Em 1995, depois de 23 anos sem publicar ficção, lançou “Quase Memória”, seguindo-se “O Piano” e a “Orquestra” (1996); “A Casa do Poeta Trágico”, em 1997 e “Romance sem palavras”, de 1999.

Escreveu três ensaios biográficos: “Chaplin”; “Quem Matou Vargas”; “JK: Memorial do Exílio”. Como cronista publicou: “Da Arte de Falar Mal”; “Posto Seis”; “O Ato e o Fato”.

Em 98, lançou uma coletânea de crônicas com o título “Os Anos Mais Antigos do Passado” e, recentemente, lançou mais um livro de crônicas, “O Harém das bananeiras”. Tem também um livro de contos publicado: “Babilônia! Babilônia!”.

O Editorial Extemporâneos (México) lançou a tradução espanhola de “Pessach: a Travessia”. Em Portugal foi lançada a edição portuguesa de “Informação ao Crucificado”. E a Gallimard (França) lançou a versão francesa de “Quase Memória”.

A produtora Skylight comprou da Companhia das Letras os direitos para a filmagem deste romance. Anteriormente, teve filmado o romance “Antes, o Verão”, com Jardel Filho e Norma Bengell nos papéis principais.

Em março de 98, durante o Salão do Livro em Paris, recebeu do governo francês, no grau de chevalier, a comenda da Ordre des Arts et des Letres.

No dia 28 de abril, Cony concorre, mais uma vez, ao Prêmio Jabuti na categoria romance, por “Romance sem Palavras”. Antes, foi o escolhido por duas vezes em 96, pela ficção “Quase Memória” e 98, por “A Casa do Poeta Trágico”. Ele é um dos favoritos.

Além disso recebeu o Prêmio Machado de Assis (o mais importante da Academia Brasileira de Letras devido ao conjunto de sua obra) e o Nestlé (em 97, por “O Piano e a Orquestra”).

Com uma frase, Cony pode descrever sua relação com as palavras: “Sou profundamente melancólico. Se não fosse a literatura, já tinha metido uma bala na cabeça.”

Colaborou André Tarchiani Savazoni, repórter da Folha Online
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Saiba quem
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Patrono: Adelino Fontoura
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Patrono:Artur de Oliveira
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Patrono: Basílio da Gama
Cadeira 5
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Patrono:Bernardo Guimarães
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Patrono:Casimiro de Abreu
Cadeira 7
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Cadeira 11
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Patrono:Fagundes Varela
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Cadeira 33
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Patrono: Raul Pompéia
Cadeira 34
João Ubaldo Ribeiro
Patrono: Sousa Caldas
Cadeira 35
Candido Mendes
Patrono: Tavares Bastos
Cadeira 36
João de Scantimburgo
Patrono: Teófilo Dias
Cadeira 37
Ivan Junqueira
Patrono: Tomás Antônio Gonzaga
Cadeira 38
José Sarney
Patrono: Tobias Barreto
Cadeira 39
Roberto Marinho
Patrono: Francisco Adolfo de Varnhagem
Cadeira 40
Evaristo de Moraes Filho
Patrono: Visconde do Rio Branco

Fonte: ABL
 

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