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Ansiedade de pais atrapalha crianças
Vestibular cerca ensino médio
Evite comparação com modelo velho
Escolas indicadas
por especialistas
Cobrança renova ensino público
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Evite comparação
com modelo velho
Pais
não devem procurar só escolas que usem métodos de sua época
Rogerio
Albuquerque/Folha Imagem
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Professor
do colégio Porto Seguro, em São Paulo, dá aula
para estudantes da 3ª série do ensino médio |
ANTÔNIO
GOIS E
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Não existe receita
de bolo na hora de escolher a escola do filho. Por isso mesmo, decidir
em que ambiente a criança passará metade de seu dia é
uma tarefa que tira o sono dos pais. As mudanças na educação
foram tantas nos últimos anos que, para dificultar a tarefa, o
modelo no qual os pais foram formados não serve mais de parâmetro.
Tentar avaliar a escola de hoje comparando com um modelo de 20 anos atrás
é um dos erros mais comuns, segundo educadores ouvidos pela Folha.
Querer procurar a melhor escola da cidade é outra falha bastante
comum dos pais por um simples motivo: ela não existe. O melhor
a fazer nessa hora é tentar achar a escola mais adequada ao perfil
do aluno e da família.
Criança não é máquina, em que você
aplica um método e tem um produto bonito. O que funciona é
aplicar uma proposta pedagógica que contemple não só
o raciocínio, a razão e a lógica, mas os sentimentos,
os afetos e os valores que a família traz, afirma Regina
de Assis, que foi relatora das diretrizes curriculares nacionais para
a educação infantil e ensino fundamental do Conselho Nacional
de Educação.
Os pais não devem procurar uma escola apenas porque ela tem
nome. Eles precisam ver se concordam com os valores da instituição.
Se querem uma educação que não tolha a criança,
não adianta colocá-la em um colégio extremamente
disciplinador, por exemplo, diz Sônia Bittencourt, coordenadora
pedagógica do Colégio Visconde de Porto Seguro, no Morumbi.
Na maioria das vezes, o problema da aprendizagem está na
escola. Ela pode até ser ótima, mas o perfil dela não
está servindo para a criança, diz Sílvia Amaral
de Mello Pinto, psicopedagoga e coordenadora do CAD (Centro de Aprendizagem
e Desenvolvimento).
Além de comparar os valores da escola com os seus, os pais também
devem ouvir a opinião dos filhos. A família cria uma
expectativa em cima da criança e, muitas vezes, projeta para ela
os mesmos caminhos pelos quais passaram o pai ou a mãe. A criança
não deve ser obrigada a estudar em uma escola apenas porque os
pais querem, diz Maria da Graça Bianchini, coordenadora do
colégio Albert Sabin.
O fato de o aluno se sentir bem na escola é essencial no seu rendimento.
A criança tem que se sentir feliz na escola. Para os pais,
esse fator pode não ter sido importante na educação
deles, mas hoje isso é fundamental para que a escola consiga desenvolver
um bom trabalho, diz Sônia Bittencourt.
A dificuldade de se adaptar ao novo ambiente foi o que levou Felipe Teixeira
Nunes, 10, a voltar para a escola onde estudava, mesmo com a mãe
preferindo que ele ficasse em outra.
Ele estudava no colégio Friburgo, que é longe de sua casa,
no Morumbi. Levar e ir buscar só o Felipe era desgastante.
Eu tinha algumas restrições à escola, então
resolvi tentar outra, afirma a mãe, a dona de casa Mara Leite
Cidade. Felipe foi estudar na Escola da Vila, mas não se adaptou.
Ele foi muito bem aceito, chegou a fazer amigos, mas não
conseguia acompanhar o ritmo, que era mais puxado, diz a mãe.
Hoje, Felipe voltou a estudar no colégio Friburgo. Fui apressada
ao mudar. Pensei muito em mim. Hoje sei que não existe escola perfeita.
A melhor é aquela em que meu filho se sente bem, diz Mara
Cidade.
Leia mais: Saiba como avaliar as escolas
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