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VILA CARRÃO

Morador já teve dois veículos furtados na área; cobrador de ônibus que foi assaltado duas vezes em 40 dias afirma que, se pudesse, mudaria de emprego


Assaltos frequentes apavoram a região

Luiz Carlos Murauskas
Rodrigo Pinheiro Toledo, acusado de assalto a ônibus, detido no 58º DP, na Vila Formosa

DA REPORTAGEM LOCAL

Quase metade dos moradores da área da Vila Carrão (zona leste de São Paulo) ouvidos pelo Datafolha considerou a segurança como principal problema da região.

Das 179 pessoas entrevistadas na área, 45% apontaram o combate à violência como prioridade. É o maior percentual atingido pelo item segurança entre as 19 áreas agregadas da pesquisa.

Com índice de mortalidade por homicídio que não ultrapassou 47 mortes por 100 mil habitantes em 99, a área da Vila Carrão _que inclui a Vila Carrão, a Vila Formosa, a Vila Aricanduva e o Parque São Lucas_ tem o furto e o roubo de carro e os assaltos a ônibus como principais ocorrências.

O furto e o roubo de veículos foi o único crime que cresceu em julho na área do 31º DP (Distrito Policial), na Vila Carrão, com 10% de aumento em relação ao mês anterior. Por dia, ocorrem de quatro a cinco casos. “Só tivemos um homicídio este ano”, disse o delegado Natanael da Silva Abreu, titular do 31º DP.

Nem a presidente do Conseg (Conselho de Segurança) da Vila Carrão, Irene Rodrigues Teixeira Ribeiro, escapou da ação dos ladrões de carro. No ano passado, ela teve o veículo roubado em frente de sua casa. Na semana passada, foi o carro do genro.

“A segurança é um problema de todo o país, não só da Vila Carrão”, afirmou Irene. “Isso mostra que na educação e na saúde estamos andando bem.”

Mas, questionada sobre qual seria seu voto na pesquisa Datafolha, a presidente do Conseg admitiu que escolheria a segurança como principal problema do bairro onde mora.

De novo

O ferramenteiro Ednaldo Maia de Lima, 30, teve anteontem o segundo carro furtado na Vila Carrão em sete anos. Os dois veículos foram levados durante o dia.

Lima saiu do emprego para almoçar em casa, por volta das 11h30, mas não encontrou o seu automóvel Voyage estacionado na rua. Em 1993, sua Brasília foi furtada em frente de sua casa, na Vila Aricanduva, por volta das 17h. O carro nunca foi encontrado e Lima não tinha seguro.

Os ladrões tinham tentado levar o Voyage por duas vezes. Na primeira, o ferramenteiro gritou ao ver o assaltante tentando arrombar o carro. O ladrão fugiu.

Na segunda vez, ladrões armados invadiram a empresa onde ele trabalha e levaram a chave de seu carro. O veículo só não foi roubado porque o motor engasgou.

“Não tenho dúvida nenhuma de que o furto de veículo é o principal problema da região”, afirmou.

Na área do 58º DP, na Vila Formosa, que registrou seis homicídios este ano, são os assaltos a ônibus que amedrontam os moradores. Durante um mês, o distrito registra de cinco a seis casos. Os ladrões não costumam levar mais do que R$ 200.

“Só não abandono o emprego porque não tenho outra opção”, disse um cobrador de 29 anos que não quis se identificar. Seu ônibus foi assaltado duas vezes nos últimos 40 dias. “Hoje, os moradores sobem no ônibus com muito medo”, afirmou o cobrador.

Prisão

Foragido do presídio de Franco da Rocha (Grande São Paulo), Rodrigo Pinheiro Toledo, 21, disse que decidiu assaltar ônibus depois de presenciar um desses roubos na Vila Formosa.

Preso anteontem por policiais do 58º DP, Toledo afirmou que assaltar ônibus é fácil. “As pessoas ficam com muito medo. É só dizer que é um assalto que elas vão tirando o dinheiro do bolso sem precisar pedir”, afirmou.

Toledo disse que costumava lucrar de R$ 100 a R$ 150 por roubo. “Dava para comer, me vestir e pagar o hotel”, disse o foragido, que confessou três assaltos a ônibus na região.

Ele sempre agia nos roubos com um amigo ou com a própria namorada, que também estão presos. Anteontem, Toledo foi reconhecido por quatro funcionários de uma empresa de ônibus. (GILMAR PENTEADO)

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