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ITAQUERA

Para 8% dos moradores, transporte é o maior problema da região; as 300 linhas da SPTrans são consideradas insuficientes para a demanda


Espera por ônibus supera os 40 minutos

Almeida Rocha - 6.abr.2000/Folha Imagem
Ponto de ônibus lotado na zona leste; Itaquera tem o maior percentual de descontentamento com o transporte público da cidade, 8%

GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL

O vigilante Givaldo Gomes da Silva, 35, tem de pegar dois ônibus para chegar à empresa em que trabalha, no município de Guarulhos. Trabalha à noite, entra às 19h, mas chega sempre atrasado, mesmo deixando sua casa todo dia por volta das 16 horas.

A assistente contábil Andréia Aparecida Eusébio, 29, cruza a cidade para ir trabalhar. Usa ônibus e metrô todos os dias.

A líder comunitária Maria da Penha Nascimento dos Santos, que não quis revelar sua idade, diz que não dá para usar o metrô.

Givaldo, Andréia e Maria da Penha moram na região de Itaquera _zona leste da cidade de São Paulo_ e precisam usar transporte público.

Segundo a pesquisa do Datafolha, a região de Itaquera apresenta o maior percentual de descontentamento com o transporte público de toda a cidade. Para 8% dos moradores, esse é o principal problema do bairro.

A SPTrans (São Paulo Transporte) afirma que a região é servida por 300 linhas de ônibus _número que parece não ser o suficiente para atender a demanda.

“Moro em Guaianazes e o que mais tem por lá é perua clandestina, preenchendo a lacuna do atendimento da prefeitura. Elas cobram apenas R$ 1 e são uma opção mais em conta do que o ônibus”, diz Maria da Penha.

Para Givaldo da Silva, a lotação trouxe uma competição que pode ser prejudicial à população.

“Onde tem muita lotação, os ônibus circulam em intervalos menores. Mas onde não tem, eles somem. Um exemplo é o trajeto do Jardim Helena para a Penha. Nessa rota, que não tem lotação, o ônibus demora mais de 40 minutos para chegar”, afirma.

Andréia ainda vê um outro aspecto negativo. “As peruas não funcionam tão bem como transporte alternativo porque existem muitas lotações irregulares”, diz. O problema não se concentra somente nas peruas. “Todos os dias fico pelo menos 40 minutos no ponto de ônibus. Se for à noite, então, é pior. O motorista escolhe quem ele quer pegar”, afirma Givaldo da Silva.

Para ele, no fim-de-semana o problema é maior. “Se você quer pegar ônibus no sábado e no domingo, pode esquecer”. Andréia concorda. “No final de semana, as empresas de ônibus reduzem a frota”, reclama ela.

Os moradores da região de Itaquera também se queixam dos trens, um transporte de responsabilidade do governo do Estado.

“Quando o Covas abriu a linha que vai de Guaianazes até o Brás, ele fechou uma série de estações, como Itaquera, Artur Alvim, 15 de Novembro e Cidade Patriarca. Se você mora em Itaquera, tem duas opções. Ou ficar na fila para pegar a Kombi lotada que vai para Guaianazes ou anda por volta de 40 minutos”, diz Givaldo da Silva.

“Para mim, o que mais piorou no transporte nos últimos tempos foi o metrô”, diz Maria da Penha. “Os trens estão sempre lotados”, completa Andréia.



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