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PERDIZES

Segurança é o principal problema para 38% dos entrevistados na área; população, que investiu em equipamentos, tem aparelho de comunicação com PM

Morador vira "olheiro" para ajudar polícia

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
O presidente do Conseg da Lapa, José Roberto Dela Rocca, com rádio usado para acionar a PM

DA REPORTAGEM LOCAL

Na região agregada de Perdizes, a preocupação com a onda de criminalidade transformou moradores e empresários em “olheiros” da PM (Polícia Militar).

Moradores e comerciantes da Lapa, um dos bairros da região pesquisada pelo Datafolha, usam um canal de comunicação direto com os policiais que trabalham na área para passar informações sobre pessoas e situações suspeitas.

O canal de comunicação foi criado depois que empresários e moradores bancaram a compra de rádios. Investiram em equipamentos para eles e para a PM.

Com o aparelho (parecido com um telefone celular), eles têm acesso imediato à polícia apertando um único botão.

Sem a iniciativa, eles dependeriam de acionar a polícia pelo telefone 190. Depois que o serviço é acionado, operadores entram em contato com policiais da área em que vive o morador.

Com o canal de comunicação que criaram há cerca de um ano, a ligação corta caminho e cai em uma companhia, batalhão ou destacamento da Polícia Militar da região do morador.

A regra é usar o aparelho para alertar a PM e, se for o caso, pedir ajuda. Ao todo, são 42 aparelhos _12 deles ficam com a polícia.

Filosofia

“A filosofia é ajudar a comunidade”, diz o presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) da Lapa, José Roberto Dela Rocca, 50. Ele disse que a idéia de adotar os aparelhos surgiu quando eles procuravam um meio de ajudar a polícia a fazer um trabalho preventivo na área em que moram e trabalham.

“O telefone 190 funciona muito bem, mas o que a gente quer mesmo é evitar o serviço. Se o usarmos, será por causa de um fato já ocorrido. Preferimos tentar evitar essa ocorrência por meio de um trabalho preventivo”, disse.

O Conseg não tem um monitoramento estatístico do número de vezes e situações em que o canal direto com a PM foi usado. Segurança é o principal problema da região para 38% dos moradores da área, segundo a pesquisa feita pelo Datafolha.

Essa porcentagem é oito pontos percentuais maior do que o índice médio de reclamação quanto à segurança na cidade de São Paulo, segundo a pesquisa.

Pelo levantamento, o número de moradores da região de Perdizes que reclama de segurança foi um dos que mais aumentaram em relação aos problemas apontados pelos moradores em um levantamento de 96. Há quatros anos, 31% apontavam segurança como problema do bairro. Este ano, a porcentagem de reclamação aumentou sete pontos.

Mobilização

“Quando vemos esses índices, nos sentimos mal. Sabemos que podemos fazer muita coisa para tentar melhorar essa situação, mas falta mobilização da sociedade”, diz a presidente do Conseg de Perdizes, Maria Apparecida de Barros Souzani.

No bairro não há o canal de comunicação com a polícia. Segundo a presidente do Conseg, eles estão tentando solucionar o problema da segurança convocando os moradores para discutir o assunto. “Quando você tem a massa, você consegue sensibilizar os órgãos competentes.”

“O problema é que o Conseg nem instrumentos têm para se comunicar com os moradores”, diz Maria Apparecida. Segundo ela, os representantes do conselho acabam, por exemplo, tendo de pagar as despesas para produzir material informativo aos moradores, pois o Conseg não recebe destinação de verbas para essa finalidade ou outra. (JOÃO CARLOS SILVA)


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