|
Home
Segurança
Centro
Pirituba
Brasilândia
Vila
Maria
Santana
Jabaquara
Campo Limpo
Vila Mariana
Vila Prudente
Mooca
Vila Carrão
Sapopemba
Itaquera
Itaim Paulista
Perdizes
Penha
Rio Pequeno
Morumbi
Desemprego
|
|
MORUMBI
Em quatro
anos, preocupação com o transporte coletivo caiu de 16% para 3%; perueiros
aumentaram opções de condução
Ruas de terra ou esburacadas
provocam reclamações
Vania
Delpoio/Folha Imagem
|
|
Perueiros em terminal improvisado na rua Pasqualle Gualluppi, em
Paraisópolis, Morumbi
|
DA
REPORTAGEM LOCAL
No
passado, era a falta de transporte coletivo. Atualmente, a falta de pavimentação
tomou o lugar na lista de problemas da área do Morumbi, que compreende,
além desse bairro, o Butantã, a Vila Sônia e a Vila
Andrade.
Na pesquisa da Datafolha, 8% dos moradores reclamaram da falta de asfalto
ou da proliferação de buracos nas vias públicas da
região. Na pesquisa anterior, realizada em agosto de 1996, esse
índice atingia 5%.
Em compensação, o transporte deixou de ser uma dificuldade
para a população que vive nos bairros agregados do Morumbi.
Segundo a pesquisa, em 1996 esse item era apontado como o maior problema
por 16% dos moradores. Atualmente, apenas 3% se queixam do transporte.
Isso se deve, em grande parte, à frequência dos perueiros,
segundo os entrevistados.
A estudante Valquíria Brito dos Santos disse que, há quatro
anos, tomar uma condução para deixar o bairro era um exercício
de paciência. Segundo ela, os ônibus não passavam nas
proximidades e os moradores eram obrigados a caminhar alguns quilômetros
para chegar ao ponto.
Agora está mais fácil, porque as peruas passam na
esquina, disse Valquíria.
A SPTrans (São Paulo Transporte) não tem um levantamento
que mostre quantos perueiros atuam em cada região da cidade. Segundo
a assessoria de imprensa da SPTrans, essas informações estarão
disponíveis depois da licitação que tramita na empresa.
A concorrência pretende regularizar 4.042 lotações.
Há quatro anos, o número de perueiros na cidade era 4.000.
Hoje, ultrapassa 15.000, como admite o secretário municipal dos
Transportes, Getúlio Hanashiro. A frota de ônibus, por outro
lado, diminuiu. Em 1996, era de 12.059 ônibus. Atualmente, é
de 10.752.
As peruas circulam onde os ônibus não vão por causa
da falta de asfalto. Na rua Pasqualle Gualluppi, em Paraisópolis,
região do Morumbi, a população já encaminhou
vários pedidos de pavimentação à prefeitura,
mas até agora nada foi feito.
Mutirão
A rua, apesar do movimento de carros e pessoas, é toda irregular,
sem meio-fio nem sarjeta, e transitar por ali é como participar
de uma prova de resistência.
Para tentar amenizar o problema, pelo menos uma vez por ano, os moradores
da região se cotizam e jogam cascalho na rua.
O comerciante José Correa, 48, dono de um depósito de gás,
diz que a população é quem acaba fazendo o serviço
que caberia à prefeitura realizar.
Na mesma região, na rua Major José Mariotto Ferreira, o
asfalto foi feito, mas transformou-se em uma espécie de casca de
ovo. Em alguns lugares, abriram-se rachaduras e buracos, dificultando
a passagem das lotações.
José Brito, 29, lembra da época em que a pavimentação
chegou à rua. Batalhamos muito para conseguir isso aqui,
disse. Morador do local há 16 anos, ele acha que o bairro está
melhorando.
Embora a pesquisa tenha identificado a falta de segurança como
o principal problema da área, com 32% das reclamações,
Brito se sente seguro onde mora. Aqui é tranquilo. Dá
até para sair à noite sem problemas. Na pesquisa Datafolha
de 1996, 28% apontavam a segurança como principal problema.
Para Brito, a principal preocupação é o desemprego.
Ele é vigia, mas está desempregado há quatro anos.
Para sobreviver e criar a filha de 5 meses, vende salgadinhos que faz
em casa.
O desemprego foi apontado como principal problema por 7% dos moradores
da região do Morumbi. Em 1996, essa preocupação não
existia entre os habitantes do bairro.
Segurança
A falta de segurança incomoda, sobretudo, quem vive na parte nobre
do Morumbi.
Um morador que não quis se identificar disse que não se
sente seguro ao sair às ruas. Sempre que pára nos semáforos,
diz ele, tem a impressão de que, a qualquer momento, alguém
vai bater no vidro do carro com uma arma na mão.
A pesquisa mostra que 21% dos moradores do Morumbi já foram assaltados
nos últimos 12 meses, e o mesmo percentual afirma conhecer alguma
pessoa que foi assassinada nesse período.
As ruas, áreas ou pessoas na vizinhança do Morumbi são
evitadas por 57% da população depois do anoitecer.(CHICO
DE GOIS)
Leia também:
Problema
nº 2: Ações contra desemprego têm pouco efeito
|
|
|
|
|