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Kuerten é bi em Roland Garros e chega ao topo do mundo
da Folha Online
em São Paulo
Gustavo Kuerten conquistou neste domingo (11) o bicampeonato de Roland Garros, ao vencer o sueco Magnus Norman por 3 sets a 1, com parciais de 6/2, 6/3, 2/6 e 7/6 (8-6).
O resultado coloca o brasileiro como o número um do mundo, liderando o ranking da "corrida dos campeões", lugar que toma do sueco.
Depois de virar dois jogos que pareciam perdidos, contra Yevgeny Kafelnikov e Juan Carlos Ferrero, nas quartas e semifinais, Kuerten venceu Magnus Norman numa partida em que o brasileiro começou muito bem, dando a impressão de que venceria facilmente.
Foi uma mera impressão. Mesmo não tendo que correr atrás do resultado, Kuerten teve outra "maratona" duríssima pela frente, já que a partida duraria 3h43min.
No começo, Norman não se encontrou em quadra. Desde o início do jogo, o sueco não mostrou a frieza, a concentração e a perfeição nos golpes, que têm caracterizado o seu jogo na temporada 2000 e que o levaram a conquistar a primeira posição do ranking.
Sentindo o peso de sua primeira decisão em um torneio de Grand Slam, Norman iniciou sacando a partida e já teve seu serviço quebrado pelo brasileiro.
A quebra inesperada, logo no começo, deu muita tranquilidade a Kuerten que pôde abrir uma vantagem de 4/0. Com duas quebras na frente, o brasileiro não teve dificuldades para vencer o set com 6/2.
Norman errou muitas bolas no primeiro set, reflexo de sua falta de concentração. Foram 23 erros não-forçados e duas duplas faltas, contra apenas 12 erros de Kuerten e nenhuma dupla falta.
Na abertura do segundo set, Kuerten conseguiu nova quebra de saque, o que irritou Norman, levando-o a discutir com o árbitro de cadeira e arremessar sua raquete no chão.
Menos concentrado, o sueco perdeu muitos primeiros serviços (colocava em quadra só 48% das bolas), o que dificultava a sua reação na partida. Kuerten também não sacava muito bem, mas tinha a partida nas mãos e pôde vencer por 6/3, com facilidade.
No terceiro set, tudo mudou. Norman mudou sua tática e passou a atacar mais, arriscando muito e correndo atrás de todas as bolas.
A reação deu certo e o sueco quebrou pela primeira vez o serviço de Kuerten, abrindo uma vantagem que serviu para que fechasse o set em 6/2, em apenas 35min.
Contagiado pela reação, Norman voltou forte no quarto set. A partida equilibrou e ficou completamente aberta. Quebras para os dois lados e grandes jogadas foram a tônica do set.
Com 5/4, Kuerten chegou a ter duplo match-point e, numa bola duvidosa, o árbitro de cadeira adiou um pouco a comemoração.
Kuerten se irritou reclamou muito o ponto que lhe daria o bicampeonato.
Na sequência, conseguiria mais dois match-points, que não forma aproveitados. Por duas vezes, a bola de Norman saiu exatamente no mesmo local daquela que gerou a discussão com o árbitro. Nas duas vezes, Kuerten mostrou as marcas para o juiz, ainda reclamando da bola anterior.
O público que sempre apoiou o brasileiro, o vaiou pela primeira vez, em desaprovação à sua conduta. Logo depois, voltaria a arrancar os gritos de “Alez Guga!”.
Com 6/5, para Kuerten, o jogo foi para um longo game no serviço de Norman. Por diversas vezes a vantagem mudou de lado, e os dois tenistas arriscavam muito.
Kuerten teve mais quatro match-points desperdiçados e o game teve duração de 21min.
A partida foi para o tie-break e Kuerten venceu com 8-6. Na comemoração, invadiu as arquibancadas para ir abraçar seu técnico Larri Passos e sua avó, Olga Schlosser, seu talismã, que chegou a Paris no sábado, só para assistir seu neto conquistar o bicampeonato do Torneio de Roland Garros e chegar à primeira posição do ranking mundial.
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No pódio! |
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