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05/05/2006
-
10h54
da Folha de S.Paulo
O Pacaembu era até ontem um alçapão do Corinthians contra adversários estrangeiros na Libertadores, mas ficará para a história, a partir de ontem, como um palco de terror da acirrada competição.
A equipe paulista perdia por 3 a 1 para o River Plate, de virada, até os 38min do segundo tempo quando a torcida corintiana, revoltada com mais um tropeço internacional do clube, entrou em violenta batalha com policiais, arrombou um portão que separa o campo da arquibancada e chegou a invadir o gramado, causando assim a interrupção da partida.
O árbitro chileno Carlos Chandía teve que suspender o jogo, o que significa mais um adiamento no sonho corintiano de vencer a Libertadores --o time é ainda o único dos grandes de São Paulo que não tem a mais importante taça interclubes da América.
Os corintianos repetiram assim a eliminação de 2003, quando caíram diante do rival argentino também nas oitavas-de-final. Como há três anos, foram duas derrotas de virada --no jogo de ida neste ano, deu 3 a 2; em 2003, foram duas quedas por 2 a 1.
Mais que quatro derrotas para o River Plate em mata-matas, o tropeço de ontem teve caráter épico. Jamais o Corinthians tinha perdido para times gringos no Pacaembu em Libertadores. Eram 16 vitórias e um empate. O tabu e o mundo caíram na "casa corintiana".
Com o "Pacaembuzazo" --os 31.800 torcedores corintianos esgotaram com bastante antecedência os ingressos--, o River Plate avança para pegar o paraguaio Libertad nas quartas-de-final. O clube que hoje é treinado por Daniel Passarella segue vivo com seu tabu histórico. Sempre chega à final da Libertadores nos anos terminados em seis --foi vice-campeão em 1966 e em 1976 e acabou com a taça em 1986 e em 1996.
O fracasso corintiano desta vez teve contornos ainda mais retumbantes na medida em que o clube era tido como um dos grandes favoritos ao título devido ao investimento pesado feito pela MSI.
A equipe buscou vários reforços internacionais, com destaque para os argentinos Tevez, que esteve apagado ontem, e Mascherano, que não jogou por ter sido expulso no jogo de ida contra seu ex-clube. O fracasso figura como um dos maiores da história corintiana. Foi a maior derrocada desde que o Kia Joorabchian assumiu o controle de futebol do time.
Ontem, antes mesmo de o jogo começar, torcedores corintianos demonstravam nervos à flor da pele. Alguns choravam apenas por conseguir entrar no estádio. Com o jogo rolando, havia choro de tensão, pois o gol corintiano custava a sair (veio só aos 39min do primeiro tempo, com o time não apresentando bom futebol).
Houve choro de emoção com o gol de Nilmar, mas, quando o River Plate virou, não houve mais apoio da torcida ao time. A revolta tomou conta do Pacaembu. Enquanto milhares de torcedores deixavam o jogo com a partida em andamento, centenas entravam em choque com cerca de 50 PMs, em conflito que deixou pelo menos 26 pessoas feridas.
Vários veículos foram depredados nas cercanias do estádio. A tropa de choque foi acionada para proteger o ônibus dos torcedores argentinos no Pacaembu.
Uma cena semelhante havia acontecido há cerca de um ano com Daniel Passarella no comando do Corinthians --na ocasião, o time foi goleado por 5 a 1 pelo São Paulo. Mas agora a cena vira símbolo da obsessiva busca pela internacionalização corintiana.
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Noite de terror destrói estádio e tira Corinthians da Libertadores
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O Pacaembu era até ontem um alçapão do Corinthians contra adversários estrangeiros na Libertadores, mas ficará para a história, a partir de ontem, como um palco de terror da acirrada competição.
A equipe paulista perdia por 3 a 1 para o River Plate, de virada, até os 38min do segundo tempo quando a torcida corintiana, revoltada com mais um tropeço internacional do clube, entrou em violenta batalha com policiais, arrombou um portão que separa o campo da arquibancada e chegou a invadir o gramado, causando assim a interrupção da partida.
O árbitro chileno Carlos Chandía teve que suspender o jogo, o que significa mais um adiamento no sonho corintiano de vencer a Libertadores --o time é ainda o único dos grandes de São Paulo que não tem a mais importante taça interclubes da América.
Os corintianos repetiram assim a eliminação de 2003, quando caíram diante do rival argentino também nas oitavas-de-final. Como há três anos, foram duas derrotas de virada --no jogo de ida neste ano, deu 3 a 2; em 2003, foram duas quedas por 2 a 1.
Mais que quatro derrotas para o River Plate em mata-matas, o tropeço de ontem teve caráter épico. Jamais o Corinthians tinha perdido para times gringos no Pacaembu em Libertadores. Eram 16 vitórias e um empate. O tabu e o mundo caíram na "casa corintiana".
Com o "Pacaembuzazo" --os 31.800 torcedores corintianos esgotaram com bastante antecedência os ingressos--, o River Plate avança para pegar o paraguaio Libertad nas quartas-de-final. O clube que hoje é treinado por Daniel Passarella segue vivo com seu tabu histórico. Sempre chega à final da Libertadores nos anos terminados em seis --foi vice-campeão em 1966 e em 1976 e acabou com a taça em 1986 e em 1996.
O fracasso corintiano desta vez teve contornos ainda mais retumbantes na medida em que o clube era tido como um dos grandes favoritos ao título devido ao investimento pesado feito pela MSI.
A equipe buscou vários reforços internacionais, com destaque para os argentinos Tevez, que esteve apagado ontem, e Mascherano, que não jogou por ter sido expulso no jogo de ida contra seu ex-clube. O fracasso figura como um dos maiores da história corintiana. Foi a maior derrocada desde que o Kia Joorabchian assumiu o controle de futebol do time.
Ontem, antes mesmo de o jogo começar, torcedores corintianos demonstravam nervos à flor da pele. Alguns choravam apenas por conseguir entrar no estádio. Com o jogo rolando, havia choro de tensão, pois o gol corintiano custava a sair (veio só aos 39min do primeiro tempo, com o time não apresentando bom futebol).
Houve choro de emoção com o gol de Nilmar, mas, quando o River Plate virou, não houve mais apoio da torcida ao time. A revolta tomou conta do Pacaembu. Enquanto milhares de torcedores deixavam o jogo com a partida em andamento, centenas entravam em choque com cerca de 50 PMs, em conflito que deixou pelo menos 26 pessoas feridas.
Vários veículos foram depredados nas cercanias do estádio. A tropa de choque foi acionada para proteger o ônibus dos torcedores argentinos no Pacaembu.
Uma cena semelhante havia acontecido há cerca de um ano com Daniel Passarella no comando do Corinthians --na ocasião, o time foi goleado por 5 a 1 pelo São Paulo. Mas agora a cena vira símbolo da obsessiva busca pela internacionalização corintiana.
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