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19/06/2006
-
03h55
da Folha de S.Paulo
A vitória brasileira sobre a Austrália é notícia no mundo inteiro nesta segunda-feira. Nada mais normal. No entanto, o enfoque da mídia internacional não é o fato de a seleção ter alcançado a classificação antecipada. E sim o pobre futebol que voltou a apresentar.
"O Brasil derrotou a Austrália. É natural. O Brasil ganha quase sempre, dos bons e dos medíocres, mas voltou a jogar mal. O que também começa a ser natural", diz o jornal espanhol "El País".
"Convém ao Brasil perder um pouco. Do contrário continuará com seu jogo decepcionante", continua o jornal, "[O Brasil] é um time que não está armado para divertir nem para se divertir. Penou frente à Austrália, seleção formada por jogadores de times como a Basiléia, o Blackburn Rovers, o Crystal Palace e outras 'potências' do futebol".
Sobre Ronaldo , "não está num momento glorioso, mas não esteve entre os piores da equipe", disse o diário.
"[O segundo gol do Brasil] tirou do coma os 66.000 espectadores que compareceram ao estádio. Contudo, ainda perguntam pelo 'jogo bonito'", terminou o "El País".
Por sua vez, o também espanhol "Marca" enfatizou o futebol burocrático realizado pela seleção brasileira.
"O principal problema do Brasil é a lentidão em seu jogo. Durante a primeira metade jogou ao passo. Nem Ronaldinho, nem Kaká davam velocidade à bola e no futebol atual é muito difícil surpreender com o freio de mão puxado", diz o jornal.
Na opinião do "Marca", a opção tática do Brasil proporciona um jogo feio. E, novamente, apenas Kaká se salvou. "As chances de gol se contavam no conta-gotas. Uma de Ronaldo passada meia-hora de jogo, alguma infiltração espetacular de Kaká, o melhor do jogo, e disparos de longe dos australianos".
O "As", que chamou a situação do Brasil de "alarmante", optou por destacar a entrada de Robinho, que "animou a tarde de Munique", como salvação para o pobre futebol apresentado pela seleção.
"Alarmante o Brasil, já foram duas vezes, e não é casualidade. Mais do mesmo até que entrou Robinho e animou a tarde de Munique. O 'jogo bonito' está como Togo, quase de greve. E a equipe, a anos-luz da Argentina, da Espanha e do último jogo de Gana, com quem pode se encontrar nas oitavas", diz o jornal.
Política da boa vizinhança
Quem vê apenas a manchete do diário argentino "Olé", "Es Penta y espanta" ("É penta e espanta"), acha que as críticas à seleção brasileira serão mortais.
No entanto, dentro da reportagem, o jornal fez uma análise bastante condescendente da partida e da atuação brasileira. "Se com apenas uma ponta do diamante brilhando conseguiu a classificação diante dos adversários mais importantes, sem precisar de um terceiro jogo, seguramente as horas futuras trarão a alegria que o mundo inteiro espera a cada quatro anos".
O jornal enfatizou novamente a presença de Kaká e elogiou Robinho e Zé Roberto. "Esta vez, o salto de qualidade foi dado --além do sempre cumpridor Kaká-- por Zé Roberto, um dos que equilibram, e Robinho, que entrou para dar as boas vindas aos australianos ao futebol de primeiro mundo. Há uma leitura positiva: tão grande é o potencial do Brasil que pode ter no banco um tipo desses que ganham jogos sozinhos".
Os donos da casa
"Brasil sem charme nas oitavas-de-final" é o título do jornal alemão "Frankfurt Allgemeine".
"No primeiro tempo, o público presente viu, mais uma vez, somente um pouco da elegância e da leveza nos pés do futebol sul-americano", diz o jornal.
"O 'quadrado mágico' também não convenceu no segundo tempo", continua o diário, "mais uma vez, como no jogo contra a Croácia, somente Kaká deixou uma boa impressão".
O jornal ainda destaca a entrada de Robinho, que incendiou a partida, e de Fred, que sacramentou a vitória, apesar de ter jogado pouco tempo.
Já o tablóide alemão "Bild" critica a apresentação brasileira, concedendo um pequeno espaço em sua edição. "Um show de Mágica? Uma apresentação de Gala? De forma alguma. O Brasil decepcionou a todos com um samba pesado. Sem brilho, Ronaldinho e companhia venceram a Austrália por 2 a 0 e estão classificados".
Do outro lado do planeta
O jogo entre Brasil e Austrália aconteceu muito tarde pelo fuso australiano, por isso os jornais do país só vão repercutí-lo na edição de terça-feira.
No entanto, as versões eletrônicas destacaram a boa atuação da Austrália, classificada como "vencedora moral" da partida pelo site do "Sydney Morning Herald".
"Perder contra o Brasil, realmente não há do que se envergonhar. Alguns poderiam, inclusive, dizer que os Socceroos [como são conhecidos os jogadores da seleção australiana no país] ganharam a partida no plano moral: valentes, aventureiros e ofensivos, qualidades normalmente atribuídas ao Brasil", diz o jornal.
O "Daily Telegraph", por sua vez, diz que "os Socceroos caem por terra, mas não estão mortos". Já o "Australian" afirma que "os Socceroos caem depois de venderem muito cara sua pele".
Com agências internacionais
Especial
Leia cobertura completa da Copa do Mundo-2006
A Copa no Mundo: começa a ser natural o Brasil jogar mal
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A vitória brasileira sobre a Austrália é notícia no mundo inteiro nesta segunda-feira. Nada mais normal. No entanto, o enfoque da mídia internacional não é o fato de a seleção ter alcançado a classificação antecipada. E sim o pobre futebol que voltou a apresentar.
"O Brasil derrotou a Austrália. É natural. O Brasil ganha quase sempre, dos bons e dos medíocres, mas voltou a jogar mal. O que também começa a ser natural", diz o jornal espanhol "El País".
"Convém ao Brasil perder um pouco. Do contrário continuará com seu jogo decepcionante", continua o jornal, "[O Brasil] é um time que não está armado para divertir nem para se divertir. Penou frente à Austrália, seleção formada por jogadores de times como a Basiléia, o Blackburn Rovers, o Crystal Palace e outras 'potências' do futebol".
Sobre Ronaldo , "não está num momento glorioso, mas não esteve entre os piores da equipe", disse o diário.
"[O segundo gol do Brasil] tirou do coma os 66.000 espectadores que compareceram ao estádio. Contudo, ainda perguntam pelo 'jogo bonito'", terminou o "El País".
Por sua vez, o também espanhol "Marca" enfatizou o futebol burocrático realizado pela seleção brasileira.
"O principal problema do Brasil é a lentidão em seu jogo. Durante a primeira metade jogou ao passo. Nem Ronaldinho, nem Kaká davam velocidade à bola e no futebol atual é muito difícil surpreender com o freio de mão puxado", diz o jornal.
Na opinião do "Marca", a opção tática do Brasil proporciona um jogo feio. E, novamente, apenas Kaká se salvou. "As chances de gol se contavam no conta-gotas. Uma de Ronaldo passada meia-hora de jogo, alguma infiltração espetacular de Kaká, o melhor do jogo, e disparos de longe dos australianos".
O "As", que chamou a situação do Brasil de "alarmante", optou por destacar a entrada de Robinho, que "animou a tarde de Munique", como salvação para o pobre futebol apresentado pela seleção.
"Alarmante o Brasil, já foram duas vezes, e não é casualidade. Mais do mesmo até que entrou Robinho e animou a tarde de Munique. O 'jogo bonito' está como Togo, quase de greve. E a equipe, a anos-luz da Argentina, da Espanha e do último jogo de Gana, com quem pode se encontrar nas oitavas", diz o jornal.
Política da boa vizinhança
Quem vê apenas a manchete do diário argentino "Olé", "Es Penta y espanta" ("É penta e espanta"), acha que as críticas à seleção brasileira serão mortais.
No entanto, dentro da reportagem, o jornal fez uma análise bastante condescendente da partida e da atuação brasileira. "Se com apenas uma ponta do diamante brilhando conseguiu a classificação diante dos adversários mais importantes, sem precisar de um terceiro jogo, seguramente as horas futuras trarão a alegria que o mundo inteiro espera a cada quatro anos".
O jornal enfatizou novamente a presença de Kaká e elogiou Robinho e Zé Roberto. "Esta vez, o salto de qualidade foi dado --além do sempre cumpridor Kaká-- por Zé Roberto, um dos que equilibram, e Robinho, que entrou para dar as boas vindas aos australianos ao futebol de primeiro mundo. Há uma leitura positiva: tão grande é o potencial do Brasil que pode ter no banco um tipo desses que ganham jogos sozinhos".
Os donos da casa
"Brasil sem charme nas oitavas-de-final" é o título do jornal alemão "Frankfurt Allgemeine".
"No primeiro tempo, o público presente viu, mais uma vez, somente um pouco da elegância e da leveza nos pés do futebol sul-americano", diz o jornal.
"O 'quadrado mágico' também não convenceu no segundo tempo", continua o diário, "mais uma vez, como no jogo contra a Croácia, somente Kaká deixou uma boa impressão".
O jornal ainda destaca a entrada de Robinho, que incendiou a partida, e de Fred, que sacramentou a vitória, apesar de ter jogado pouco tempo.
Já o tablóide alemão "Bild" critica a apresentação brasileira, concedendo um pequeno espaço em sua edição. "Um show de Mágica? Uma apresentação de Gala? De forma alguma. O Brasil decepcionou a todos com um samba pesado. Sem brilho, Ronaldinho e companhia venceram a Austrália por 2 a 0 e estão classificados".
Do outro lado do planeta
O jogo entre Brasil e Austrália aconteceu muito tarde pelo fuso australiano, por isso os jornais do país só vão repercutí-lo na edição de terça-feira.
No entanto, as versões eletrônicas destacaram a boa atuação da Austrália, classificada como "vencedora moral" da partida pelo site do "Sydney Morning Herald".
"Perder contra o Brasil, realmente não há do que se envergonhar. Alguns poderiam, inclusive, dizer que os Socceroos [como são conhecidos os jogadores da seleção australiana no país] ganharam a partida no plano moral: valentes, aventureiros e ofensivos, qualidades normalmente atribuídas ao Brasil", diz o jornal.
O "Daily Telegraph", por sua vez, diz que "os Socceroos caem por terra, mas não estão mortos". Já o "Australian" afirma que "os Socceroos caem depois de venderem muito cara sua pele".
Com agências internacionais
Especial
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