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22/06/2006
-
09h26
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, em Dortmund
A seleção brasileira faz o terceiro jogo na Copa do Mundo, contra o Japão, às 16h (de Brasília), em Dortmund, com uma dose de desconfiança em relação a Carlos Alberto Parreira.
Parte dos atletas está incomodada com a demora do técnico em mexer no time, seja na escalação ou só no modo de atuar. Também há desconforto porque o ouvem falar pouco dos problemas. E, principalmente, em como resolvê-los.
Em conversas com amigos, parte dos comandados descreve o chefe como apático diante das dificuldades enfrentadas pela seleção em campo.
Enxergam uma certa indecisão do treinador, que deixou para anunciar a equipe titular apenas hoje, no vestiário.
Contam que, pela reação de Parreira após os jogos, o técnico parece satisfeito com o time, que tem jogado mal, mas está garantido nas oitavas-de-final. Precisa só de um empate para assegurar o primeiro lugar sem depender do resultado da partida entre Croácia e Austrália.
Apesar de não admitirem publicamente, alguns jogadores querem substituições. Mas precisam de ajuda externa para colher dicas se elas acontecerão.
Após o jogo com a Austrália, por exemplo, ao menos um deles buscou informações na internet para tentar descobrir se Ronaldo seria mantido entre os titulares diante dos japoneses.
Alguns focos de insatisfação na seleção são claros. Pessoas ligadas a Ronaldo reclamam que toda a culpa sobre o desempenho ruim cai nas costas do atacante, enquanto Parreira e seu esquema, que não funciona, são poupados. O camisa 9 e Roberto Carlos foram alguns dos que menos gostaram de o técnico não dar folga ao grupo após a vitória contra a Austrália.
Juninho já disse estar se segurando para não reclamar da sua condição de reserva. Kaká não esconde a insatisfação com a falta de movimentação no ataque. Ronaldinho publicamente reclama do seu posicionamento. Preferia atuar como no Barcelona, mais adiantado.
Com o fraco desempenho até agora, a maioria dos atletas tem medo de sair da equipe e ver o time golear o Japão, o que poria suas vagas em risco.
Talvez por isso, alguns demonstravam ansiedade ontem, após o treino, para saber quem será escalado em Dortmund.
"Seria melhor já saber quem vai jogar, mas o treinador tem o direito de fazer isso, e temos que esperar. Ele só vai definir na hora do jogo", declarou Juninho, que ainda não entrou em campo na Copa.
Pouco depois, o preparador físico Moraci Sant'Anna dava uma demonstração de que há alguns ruídos na comunicação. Afirmou que a definição seria numa conversa com os atletas, ainda na noite de ontem.
O desconforto com as atitudes de Parreira começou logo após partida com a Croácia. Os jogadores estranharam o treinador ter demorado três dias para comentar os problemas do time. Só numa reunião feita dois dias antes do jogo contra a Austrália ele cobrou os erros.
A demora para o técnico reagir às dificuldades força os atletas a tentarem arrumar as coisas sozinhos, dentro de campo. Fizeram isso contra os croatas e também ante os australianos.
Entre os jogadores, a impressão é que a maioria está mais insatisfeita com o rendimento da equipe do que o técnico.
Por enquanto, ninguém queixou-se com Parreira. Até os mais experientes, como Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, temem entrar em rota de colisão com o comandante.
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RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, em Dortmund
A seleção brasileira faz o terceiro jogo na Copa do Mundo, contra o Japão, às 16h (de Brasília), em Dortmund, com uma dose de desconfiança em relação a Carlos Alberto Parreira.
Parte dos atletas está incomodada com a demora do técnico em mexer no time, seja na escalação ou só no modo de atuar. Também há desconforto porque o ouvem falar pouco dos problemas. E, principalmente, em como resolvê-los.
Em conversas com amigos, parte dos comandados descreve o chefe como apático diante das dificuldades enfrentadas pela seleção em campo.
Enxergam uma certa indecisão do treinador, que deixou para anunciar a equipe titular apenas hoje, no vestiário.
Contam que, pela reação de Parreira após os jogos, o técnico parece satisfeito com o time, que tem jogado mal, mas está garantido nas oitavas-de-final. Precisa só de um empate para assegurar o primeiro lugar sem depender do resultado da partida entre Croácia e Austrália.
Apesar de não admitirem publicamente, alguns jogadores querem substituições. Mas precisam de ajuda externa para colher dicas se elas acontecerão.
Após o jogo com a Austrália, por exemplo, ao menos um deles buscou informações na internet para tentar descobrir se Ronaldo seria mantido entre os titulares diante dos japoneses.
Alguns focos de insatisfação na seleção são claros. Pessoas ligadas a Ronaldo reclamam que toda a culpa sobre o desempenho ruim cai nas costas do atacante, enquanto Parreira e seu esquema, que não funciona, são poupados. O camisa 9 e Roberto Carlos foram alguns dos que menos gostaram de o técnico não dar folga ao grupo após a vitória contra a Austrália.
Juninho já disse estar se segurando para não reclamar da sua condição de reserva. Kaká não esconde a insatisfação com a falta de movimentação no ataque. Ronaldinho publicamente reclama do seu posicionamento. Preferia atuar como no Barcelona, mais adiantado.
Com o fraco desempenho até agora, a maioria dos atletas tem medo de sair da equipe e ver o time golear o Japão, o que poria suas vagas em risco.
Talvez por isso, alguns demonstravam ansiedade ontem, após o treino, para saber quem será escalado em Dortmund.
"Seria melhor já saber quem vai jogar, mas o treinador tem o direito de fazer isso, e temos que esperar. Ele só vai definir na hora do jogo", declarou Juninho, que ainda não entrou em campo na Copa.
Pouco depois, o preparador físico Moraci Sant'Anna dava uma demonstração de que há alguns ruídos na comunicação. Afirmou que a definição seria numa conversa com os atletas, ainda na noite de ontem.
O desconforto com as atitudes de Parreira começou logo após partida com a Croácia. Os jogadores estranharam o treinador ter demorado três dias para comentar os problemas do time. Só numa reunião feita dois dias antes do jogo contra a Austrália ele cobrou os erros.
A demora para o técnico reagir às dificuldades força os atletas a tentarem arrumar as coisas sozinhos, dentro de campo. Fizeram isso contra os croatas e também ante os australianos.
Entre os jogadores, a impressão é que a maioria está mais insatisfeita com o rendimento da equipe do que o técnico.
Por enquanto, ninguém queixou-se com Parreira. Até os mais experientes, como Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, temem entrar em rota de colisão com o comandante.
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