Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/06/2006 - 13h54

Em jogo de recordes, Brasil vence Gana e passa às quartas

Publicidade

EDUARDO VIEIRA DA COSTA
Editor de Esporte da Folha Online, em Dortmund
THIAGO BARROS RIBEIRO
da Folha Online

Em dia de recordes, o Brasil venceu Gana por 3 a 0 nesta terça-feira, pelas oitavas-de-final do Mundial-06, e assegurou presença na próxima fase do torneio. Com gols de Ronaldo, Adriano e Zé Roberto, a seleção aguarda o resultado do duelo entre Espanha e França, ainda nesta terça (às 16h de Brasília), para conhecer seu adversário de sábado, em Frankfurt.

Na partida de hoje, o Brasil começou jogando com o mesmo time titular dos dois primeiros jogos no torneio. Logo no início, aos 5min, o time se aproveitou de uma falha defensiva de Gana, que deixou Ronaldo frente a frente com o goleiro Kingson. Com um belo drible, o atacante fez o seu 15º gol em Copas, tornando-se o maior artilheiro da história dos Mundiais.

Depois do gol, Gana passou a ser bastante superior em campo, criando boas jogadas de ataque enquanto o Brasil tentava se aproveitar de contra-ataques. Num deles, já nos acréscimos, acabou saindo o segundo brasileiro. Adriano recebeu cruzamento de Cafu e, em posição irregular, completou para o gol.

Na segunda etapa, a tônica do jogo se manteve. Enquanto Gana mantinha a posse de bola por mais tempo mas não finalizava com precisão, o Brasil recuava e apostava nos contragolpes. Assim, saiu o terceiro, aos 39min, quando Zé Roberto completou um lançamento de Ricardinho.

Com o resultado, o time brasileiro, além de construir o placar mais elástico das oitavas-de-final, aumentou o número de vitórias consecutivas em Copas. Desde a derrota por 3 a 0 para a França, na final do Mundial-98, já são 11 triunfos consecutivos, recorde absoluto entre todas as seleções.

Além disso, a seleção manteve a tradição de vencer todos os adversários africanos que cruzam o seu caminho em Copas sem tomar qualquer gol. Com o de hoje, são cinco triunfos em cinco jogos --as outras vitórias foram contra o Zaire (3 a 0, em 1974), a Argélia (1 a 0, em 1986), Camarões (3 a 0, em 1994) e Marrocos (3 a 0, em 1998).

Os jogadores brasileiros também aproveitaram a partida para amealhar marcas históricas. Além do recorde de Ronaldo, o gol de Adriano foi o 200º da história do Brasil em Copas e o lateral-direito Cafu se tornou o brasileiro com o maior número de jogos (19) e o jogador com mais vitórias (16) em Mundiais.

Já a seleção ganense, embora se mostrasse bastante confiante antes do confronto com o Brasil, não conseguiu repetir os melhores desempenhos africanos em Mundiais, conseguidos por Camarões e Senegal, sétimos colocados em 1990 e 2002, respectivamente.

O jogo

O Brasil abriu o placar em sua primeira boa jogada, aos 5min. Kaká carregou pela meia esquerda e encontrou Ronaldo sozinho em meio à defesa ganense. O atacante avançou, aplicou um belo drible no goleiro Kingson e se tornou o maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols.

Embora os ganenses marcassem forte no meio-campo, o posicionamento em linha de sua defesa facilitava metidas de bola dos brasileiros. Assim, aos 13min, Adriano recebeu livre, em posição irregular não anotada pelo trio de arbitragem, mas falhou ao tentar driblar o goleiro, sendo ainda advertido pelo árbitro Lubos Michel com cartão amarelo por simular um pênalti.

O primeiro chute de Gana veio aos 18min, quando Draman se aproveitou do rebote de uma falta pela esquerda e, da intermediária, mandou no meio do gol, facilitando o trabalho de Dida.

Depois do gol, Gana passou a ficar mais tempo com a posse de bola e a ser melhor no jogo, criando jogadas ofensivas enquanto o Brasil apenas se aproveitava de contra-ataques. Aos 24min, Amoah recebeu sem marcação, na entrada da área, mas errou o chute, que passou à esquerda do gol brasileiro.

Aos 28min, nova chance africana, outra vez com Amoah, que recebeu pela esquerda da área e virou para o gol. Dida defendeu fácil. Logo depois, o Brasil quase chegou, depois de um escanteio que Lúcio cabeceou para o meio da área e o goleiro Kingson não conseguiu segurar.

Gana assustava com freqüência. Aos 35min, Asamoah Gyan se aproveitou de cruzamento pela direita, ganhou de Lúcio, mas bateu por cima do gol. Aos 42min, a melhor chance africana. O zagueiro Mensah subiu sozinho após escanteio e cabeceou para baixo. Dida, no susto, defendeu com o pé direito.

Aproveitando-se do posicionamento defensivo equivocado de Gana e da ajuda da arbitragem, o Brasil fez o segundo, aos 46min. Lúcio passou para Kaká, que tocou para Cafu. O lateral-direito cruzou e Adriano, em clara posição de impedimento, completou para as redes, fazendo o gol de número 200 do Brasil em Mundiais e finalizando o primeiro tempo.

Na volta para a etapa final, Gilberto Silva substituiu Emerson, mas a característica fundamental do jogo não mudou. Gana continuou dominando a posse de bola e pecando nas finalizações. E o Brasil se utilizando do mau posicionamento defensivo ganense para criar perigo. Aos 12min, Ronaldinho passou para Roberto Carlos, que invadiu a área e chutou forte, em cima de Kingson.

Aos 16min, Parreira colocou Juninho no lugar de Adriano. Mas Gana continuou melhor e chegou aos 24min, quando Appiah passou para Asamoah Gyan, que bateu e obrigou Dida a espalmar bem, no canto esquerdo. O goleiro ainda se recuperou antes que Amoah pudesse aproveitar o rebote.

Voltando às más atuações dos dois primeiros jogos, o Brasil, satisfeito com o placar construído, fechava-se em seu campo e não criava qualquer jogada de qualidade, sendo vaiado pelos torcedores. Aos 34min, mais uma vez Asamoah Gyan chegou na área e chutou para defesa de Dida.

Aos 36min, depois de Pantsil quase fazer o terceiro brasileiro, cabeceando contra seu próprio gol, Gyan, na jogada subseqüente, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso, acusado de se jogar na área, tentando um pênalti.

Aos 39min, o Brasil chegou ao terceiro. Ricardinho, que substituiu Kaká muito bem, lançou Zé Roberto. Em posição legal, o meia deu um leve toque para tirar o goleiro Kingson da jogada e apenas tocou para o gol vazio.

Nos últimos cinco minutos, o Brasil criou outras três boas oportunidades, com Ronaldo, Cafu e Juan, mas não ampliou. O time, que era vaiado até poucos instantes atrás, ainda ouviu gritos de "olé" e deixou o campo sob aplausos das arquibancadas.

Leia mais
  • Cafu vira "rei" de vitórias e brasileiro com mais jogos em Copas
  • Ronaldo se isola como maior artilheiro da história das Copas

    Especial
  • Veja a ficha técnica e o lance-a-lance de Brasil 3 x 0 Gana
  • Quem foi o melhor jogador do Brasil na vitória sobre Gana?
  • Leia cobertura completa da Copa do Mundo-2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página