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01/07/2006 - 14h47

Portugal de Scolari derruba Inglaterra e volta às semis 40 anos depois

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THIAGO BARROS RIBEIRO
da Folha Online

E Luiz Felipe Scolari continua impossível em Copas do Mundo. Comandando a seleção de Portugal, o brasileiro sofreu muito, mas viu o goleiro Ricardo defender três pênaltis para Portugal vencer a Inglaterra nos pênaltis por 3 a 1, após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.

Com isso, a equipe portuguesa se coloca novamente, depois de 40 anos, entre os quatro melhores de um Mundial de futebol, volta a campo na próxima quarta-feira, às 16h de Brasília, em Munique, e será o adversário do Brasil por uma das vagas na final da Copa do Mundo, caso o time de Carlos Alberto Parreira supere a França, logo mais, em Frankfurt.

A única vez em que Portugal chegou tão longe numa Copa foi em 1966, quando o time era dirigido por outro brasileiro, Otto Glória, e tinha em Eusébio sua grande estrela. Curiosamente, naquela oportunidade foi a Inglaterra que tirou de Portugal o sonho de atingir a final, vencendo a semifinal por 2 a 1.

Para o treinador brasileiro, além da classificação, o jogo de hoje valeu também pela expansão de dois recordes absolutos entre técnicos. Agora, Scolari soma 19 jogos de invencibilidade à frente de Portugal e 12 jogos invictos em Mundiais. Porém, perdeu a seqüência de 11 vitórias seguidas, que vigorava desde a estréia do Brasil, em 2002.

O jogo de hoje começou bastante movimentado e, com menos de 20 minutos, tanto Portugal quanto Inglaterra já haviam criado boas chances de gol. Depois disso, porém, o ritmo do duelo diminuiu e não saíram gols até o final dos primeiros 45 minutos.

Na etapa final, a Inglaterra ficou com um jogador a menos aos 17min, quando Rooney foi expulso. Mas Portugal não conseguiu se aproveitar da vantagem numérica e o jogo foi à prorrogação.

Nos 30 minutos suplementares, Portugal tentou assumir uma postura mais ofensiva, mas não conseguiu criar lances de real perigo. A Inglaterra arriscou alguns contra-ataques, mas o jogo continuou sem gols até a disputa de pênaltis.

Simão começou batendo e fez o primeiro para Portugal. O goleiro Ricardo defendeu o chute de Lampard, mas, em seguida, Hugo Viana mandou na trave esquerda de Robinson. Hargreaves fez para a Inglaterra e empatou. Petit e Gerrard perderam as cobranças seguintes. Postiga colocou Portugal em vantagem e Carragher, que entrara apenas para bater, também teve seu chute espalmado por Ricardo. Por fim, Cristiano Ronaldo fez 3 a 1 e sacramentou a classificação portuguesa.

O triunfo português ratificou o rótulo de "freguês" que Sven-Goran Eriksson carrega contra o brasileiro. Esta foi a terceira vez que o treinador sueco foi eliminado por Scolari de uma competição importante. No comando do "English Team" e também nas quartas-de-final, Eriksson perdeu para o Brasil, na Copa-02 (2 a 1), e para Portugal, na Euro-04 (6 a 5 nos pênaltis, após empate de 2 a 2).

Campeã mundial jogando em casa, em 1966, a derrotada Inglaterra continua sem conseguir chegar a uma semifinal de Mundial desde 1990.

O jogo

A Inglaterra começou um pouco melhor e chegou primeiro, aos 6min, num cruzamento de Beckham para a área que o goleiro Ricardo interceptou. Aos 9min, Rooney chutou de fora da área e Ricardo novamente segurou bem.

Em seguida, foi a vez de Portugal ter duas oportunidades. Primeiro com Cristiano Ronaldo, que bateu de longe para defesa de Robinson. E depois, aos 12min, num lançamento de Figo para a área, em que a defesa inglesa falhou e Tiago não foi capaz de aproveitar a sobra, permitindo que Robinson ficasse com a bola.

O jogo era bem movimentado e, aos 17min, Gary Neville iniciou jogada pela direita, que Rooney não conseguiu concluir. Dois minutos depois, Cristiano Ronaldo avançou rápido pela esquerda, cortou para a direita e bateu por cima do gol inglês.

A partir dos 20 minutos, a profusão de jogadas perigosas acabou e a velocidade do jogo diminuiu, com as equipes se equivalendo no toque de bola. Apenas aos 39min, Figo voltou a criar pela esquerda, tentando mandar colocado no ângulo esquerdo do gol inglês, mas errando a pontaria. Logo depois, o goleiro inglês defendeu de forma estranha um cabeceio de Tiago.

A Inglaterra chegou de novo aos 45min, mas Ricardo defendeu com segurança um chute de Lampard de fora da área, no último lance um pouco mais agudo do primeiro tempo.

Sentindo dores no joelho, Beckham saiu de campo aos 6min da etapa final, substituído por Lennon. A seguir, aos 7min, Lampard, sozinho na área, desperdiçou uma cobrança de escanteio de Gerrard, mandando a bola longe do travessão português.

Aos 13min, Lennon fez bela jogada pela direita, entrou na área, mas Rooney completou muito mal o lance. Tanto que, em vez de ir para o gol, a bola sobrou para Joe Cole, que bateu por cima.

Rooney, que não fazia boa partida, fechou da pior maneira possível sua participação na partida, sendo expulso pelo argentino Horacio Elizondo, aos 17min, depois de pisão desleal em Ricardo Carvalho.

Portugal, então, chegou aos 23min, depois de um cruzamento de Figo, que Maniche completou para o gol, mas a bola esbarrou na defesa inglesa. Na sobra, o mesmo Figo mandou longe.

Embora com um a menos, a Inglaterra não se retraiu e, apenas depois dos 30 minutos, Portugal voltou a criar chances. Aos 33min, Figo tentou cruzar, mas a bola acabou indo ao gol. Robinson espalmou e, na sobra, Ferdinand travou outro chute português. Aos 36min, Hugo Viana chutou de fora da área e o goleiro inglês defendeu de novo.

Dois minutos depois, numa falta de longa distância, Gerrard exigiu trabalho de Ricardo, que segurou também o chute de Lennon, no rebote. A Inglaterra ainda teve uma ótima oportunidade, já nos acréscimos, mas o jogo foi mesmo à prorrogação.

No tempo extra, Portugal assumiu postura mais ofensiva, mas não conseguia criar real perigo a Robinson. Apenas aos 14min, Cristiano Ronaldo arriscou de fora e a bola assustou o goleiro inglês, passando um pouco acima do travessão.

Aos 2min do segundo tempo da prorrogação, Portugal chegou ao gol, mas o atacante Helder Postiga estava em posição irregular, bem marcada pelo trio de arbitragem. E, assim, o placar sem gols se manteve e a decisão ficou para os pênaltis.

Simão começou batendo e fez o primeiro para Portugal. O goleiro Ricardo defendeu o chute de Lampard, mas, em seguida, Hugo Viana mandou na trave esquerda de Robinson. Hargreaves fez para a Inglaterra e empatou. Petit e Gerrard perderam as cobranças seguintes. Postiga colocou Portugal em vantagem e Carragher, que entrara apenas para bater, também teve seu chute espalmado por Ricardo. Por fim, Cristiano Ronaldo fez 3 a 1 e sacramentou a classificação portuguesa.

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