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01/07/2006 - 17h51

E tinha a França, e Zidane, de novo, no meio do caminho

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EDUARDO VIEIRA DA COSTA
Editor de Esportes da Folha Online, em Frankfurt
THIAGO BARROS RIBEIRO
da Folha Online

Mais uma vez a França, comandada por Zinedine Zidane, acabou com a caminhada brasileira numa Copa do Mundo. Hoje, em Frankfurt, a equipe francesa bateu o Brasil por 1 a 0, com gol de Henry, e se classificou para enfrentar Portugal, na próxima quarta-feira, em Munique, às 16h de Brasília.

Esta é a terceira vez que o Brasil vê sua participação em uma Copa encerrado pela França, marca que nenhuma outra seleção ostenta contra o time pentacampeão mundial. Em 1986, também nas quartas-de-final, a França venceu nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Em 1998, foi a vez de os franceses, Zidane à frente, fazerem 3 a 0 na final do Mundial.

Além disso, com o revés de hoje, o Brasil alonga um período sem vitórias diante da França que já dura desde 1992, quando fez 2 a 0, em Paris. De lá para cá, são cinco jogos, com três vitórias francesas e dois empates. A França também iguala Itália e Hungria, com duas vitórias sobre o Brasil em Copas.

A França foi bastante superior no primeiro tempo da partida de hoje. Depois de um início em que o Brasil ameaçou partir ao ataque, Zidane e seus companheiros dominaram as ações e estiveram mais perto do gol, que não saiu.

Na etapa final, o Brasil continuou mal e, aos 12min, Henry abriu o placar para a França, completando uma cobrança de falta de Zidane pela meia-esquerda. O Brasil ainda tentou partir ao ataque, mas, desorganizado, não conseguiu oferecer perigo e se despediu de maneira melancólica do sonho do hexa.

Com o triunfo, a França chega pela quinta vez às semifinais de uma Copa. Já o Brasil não conseguiu bater o recorde de chegadas consecutivas entre os quatro melhores de um Mundial. Se passasse pela França, a seleção brasileira estaria pela quarta vez seguida nas semifinais da competição.

Além disso, o Brasil perdeu a série de 11 vitórias em Copas, que se iniciara na estréia de 2002, contra a Turquia. A última derrota brasileira havia sido para a mesma França, na famigerada final de 1998.

O jogo

Carlos Alberto Parreira entrou em campo com Juninho no lugar de Adriano, deixando Ronaldinho mais à frente. E foi Juninho que teve a primeira chance, em cobrança de falta, aos 4min, que desviou na barreira e foi à escanteio.

O Brasil começou dominando a posse de bola por mais tempo e se mantendo no campo de ataque, enquanto a França esperava por chances de contra-ataques. Aos 11min, Ronaldo cabeceou mal um cruzamento de Ronaldinho, mandando para fora.

A França chegou aos 14min. Em lance confuso na área, Cafu mandou para escanteio. Na cobrança de Zidane, Dida saiu bem e Ribéry mandou o rebote longe do gol. Na seqüência, Ronaldo recebeu pela direita e cruzou rasteiro, mas a bola passou por Kaká.

Aos 26min, Lúcio fez sua primeira falta na Copa. Na cobrança, Zidane, que se destacava em campo, mandou longe. A essa altura, a França era melhor em campo e o Brasil abdicava do direito de atacar.

Aos 37min, surgiram as primeiras vaias para o time brasileiro, que não conseguia trocar três passes consecutivos. Um minuto depois, Zidane lançou de novo na área e Malouda completou de cabeça, para fora. Aos 41min, Malouda driblou Lúcio, entrou na área, mas Juan cortou o lance a tempo.

Num contra-ataque rápido, aos 44min, Zidane fez belo lance, deixando dois brasileiros para trás, e lançou Vieira. O meia partiu de direção ao gol e foi parado por Juan, que recebeu apenas cartão amarelo de Luis Medina Cantalejo.

Na cobrança, a bola tocou na mão de Ronaldo, que estava na barreira, dentro da área, mas o árbitro espanhol enxergou o atacante brasileiro fora da área e marcou falta. Zidane bateu na barreira e o primeiro tempo de domínio francês terminou em seguida.

O segundo tempo começou quente. Com menos de um minuto, Vieira cabeceou para fora um cruzamento de Zidane. Logo depois, Zé Roberto avançou pela esquerda e cruzou. Barthez escorregou, mas conseguiu desviar com a perna.

De tanto pedir, o Brasil tomou o seu gol, aos 12min. Zidane deu um belo lençol em Ronaldo e, em seguida, o Brasil fez falta. Na cobrança, o mesmo Zidane, melhor em campo, alçou à área e Henry apareceu sozinho por trás da defesa, apenas completando no alto, de pé direito, sem chances para Dida.

A França quase ampliou aos 16min, quando Ribéry fez boa jogada pela esquerda e cruzou por baixo. Juan desviou, tirando de Dida, e a bola quase entrou no gol brasileiro.

Perdendo, Parreira tentou mudar a história do jogo, colocando Adriano no lugar de Juninho e voltando à formação com a qual o Brasil havia iniciado o torneio.

O Brasil partiu ao ataque sem qualquer organização e quem chegou novamente foi a França, aos 25min, quando Zidane lançou Henry, que, da direita, passou para Ribéry. Dida saiu muito bem e abafou o chute.

Aos 30min, ficou latente a irritação brasileira com o domínio francês. Lúcio entrou violentamente em Henry, por trás, e recebeu cartão amarelo. Em seguida, entrou Cicinho, no lugar de um Cafu num de seus piores dias.

Aos 36min, Ronaldinho tocou de cabeça para Robinho, mas o atacante brasileiro, que acabara de substituir Kaká, completou por cima. Aos 40min, Ronaldo tentou de fora da área, mas a bola passou distante do gol de Barthez.

Aos 43min, Ronaldo sofreu falta na entrada da área e as esperanças brasileiras renasceram. Na batida, Ronaldinho chutou forte, mas a bola passou um pouco acima do gol.

Já nos acréscimos, Dida evitou o segundo francês e Ronaldo chutou bem de fora da área, obrigando Barthez a fazer sua primeira boa defesa no jogo. Não foi o suficiente para evitar a despedida do sonho do hexa.

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