Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/07/2006 - 03h26

A Copa no Mundo: "Hermanos" comemoram queda do Brasil

Publicidade

da Folha de S.Paulo

"França deu a passagem de volta ao pentacampeão". Com essa manchete, o diário argentino "Clarín" comentou a eliminação dos rivais brasileiros e exaltou a presença do "mágico" Zidane.

Alegam que "a dor da derrota [da Argentina] para os alemães foi amenizada com a saída dos pentacampeões mundiais." Ironizam que alguns atletas argentinos encontraram um "santo remédio" para acalmar a dor da desclassificação chamado "Adeus Penta", em alusão ao time brasileiro detentor de cinco conquistas mundiais.

"Esta eliminação teve efeito de calmante aos argentinos e provou, entre outras coisas, que Ronaldinho nunca atuou no Brasil como joga no futebol espanhol."

E vão além: "Não é bom melhorar o humor com a desgraça alheia. Porém, o Brasil se tornou o melhor remédio para a derrota argentina. Esse remédio, aliás, estava em promoção e veio com um perfume francês."

O diário "Olé" é sarcástico e destaca em sua capa "MerdeAmarela" --trocadilho com o tradicional verde e amarelo brasileiro. "Os brasileiros pensavam que iriam conquistar o hexa sem jogar. Por favor! França os tirou do Mundial com um baile."

Reprodução

Capa do "Olé" deste domingo



"Vergonha. Um papelão histórico. A França passou por cima de uma equipe formada por estrelas de TV. Aliás, o Brasil ganhou de alguém nesse Mundial?", questiona o jonal argentino.

"Os brasileiros acreditaram. Acreditaram que eram os melhores do mundo antes de jogar e estavam preparando a sexta estrela em suas camisetas. Acreditaram que ninguém poderia vencê-los. Por favor! Tchau, Brasil."

O argentino "La Nación" deixa a ironia de lado e estampa em sua capa "Nocaute no campeão". Define a "experiente" França como um bom vinho: "quanto mais velho, muito melhor."

"Com uma carga emotiva nas costas e um conjunto motivado pelas glórias do passado, a França superou os brasileiros, último campeão e principal favorito, e se classificou às semifinais."

O diário argentino também faz coro com a maioria dos brasileiros e define como "pífia" a participação de alguns jogadores. "Ronaldinho não apareceu. Sem magia. Ronaldo perdeu o faro de goleador. Cafu e Roberto não estiveram a altura dos bons jogadores de quatro anos atrás."

Comemoração contida

Sob o título de "Eles conseguiram!", o jornal francês esportivo L'Équipe destacou a vitória francesa sobre os "franco-favoritos" sem muito ufanismo patriótico e até com uma certa surpresa.

"Um volume de jogo técnico considerável conduziu os "Bleus" a dominar o Brasil a ponto de humilhá-lo em seus pontos fortes". Para o jornal, os primeiros trinta minutos do 2º tempo entraram para a história dos melhores momentos da seleção da França.

O jornal lembra que ainda nada está ganho e que, há duas semanas, no ínício da competição, seria muito difícil imaginar que a equipe chegaria à fase semifinal. No entanto, a análise é de que o futebol do time evoluiu a cada jogo, especialmete depois da vitória por 3 a 1 contra a Espanha.

A atuação de Zidane foi considerada "encantadora". Já o Brasil foi "uma equipe incapaz de fazer a menor pressão" e Ronaldinho foi considerado a grande decepção. "O Brasil deve se perguntar o que fez para merecer ser eliminado por uma equipe que não conseguiu nem mesmo terminar em primeiro no grupo".

Por sua vez, o "Le Figaro" saiu com o título "Os Bleus derrubam o Brasil". O jornal também manteve uma postura sóbria, dizendo que a França eliminou o franco-favorito.

"Graças a um gol de Thierry Henry, a França obteve sua classificação para as semifinais da Copa do Mundo, contra o Brasil. Zidane, que não quer decididamente se aposentar, foi eleito o homem do jogo".

"O povo francês não aspira a outra coisa: reviver a euforia de 1998", acrescenta o diário.

Ao lembrar o ditado de que 'em time que está ganhando não se mexe' o "Figaro" lembra que Domenech manteve o time que entrou em campo contra a Espanha, enquanto Parreira reviu totalmente seu esquema.

Com o sub-título "Um Brasil pequeno", o jornal lembrou que Barthez passou uma noite bem tranquila. E disse para Portugal --próximo adversário da França-- tomar cuidado.

"Banho" do "rei"

O jornal espanhol "El País" destaca o "rei" Zidane, que comandou a seleção francesa na vitória sobre o Brasil. "Nem Ronaldinho, nem Ronaldo, nem Kaká; a estrela foi Zidane, autor de uma partida extraordinária que coloca a seleção francesa nas semifinais e deixa fora do Mundial os grandes favoritos", diz.

O diário "As" segue a mesma linha e, logo no título, já resume sua perspectiva da partida: "Ganhou o rei Zidane". "Obrigado maestro pela lição de ontem", agradece o jornal, que critica a seleção brasileira.

"Brasil, por outro lado, foi a mentira deste Mundial. Sua queda já está nos anais negros de sua história, enquanto comentaristas franceses afirmam que a partida desta noite foi a melhor de Zidane na Copa do Mundo".

Já o "Marca", que também faz uma apologia a Zidane, afirma que a vitória francesa rejuvenesceu sua seleção. "Os de Zidane vivem uma segunda juventude e o demonstraram colocando ponto final à aventura do Brasil, grande candidato a conquistar o título".

Para o diário, a seleção francesa deu um verdadeiro "banho de bola" na equipe comandada por Parreira. "Mas não foi sorte ou coisa do gênero, deram um autêntico banho de jogo e planejamento tático impedindo que o "jogo bonito" [referência ao slogan criado pela Nike para a seleção brasileira] que os brasileiros haviam exibido nas primeiras quatro partidas aparecesse na partida decisiva".

Freguês

Mais comedido, o diário inglês "The Observer" destaca a longa invencibilidade dos franceses sobre os brasileiros em jogos válidos pela Copa do Mundo. Desde 1958, quando derrotou os adversários na semifinal, o Brasil não ganha dos adversários.

"1986, nos pênaltis, e 1998, numa memorável partida de Zidane, além do 1 a 0, na Alemanha. Desta forma, faz muito tempo que o Brasil, ainda a equipe mais vencedora de Copas, não passa pelos franceses".

Em sua edição deste domingo, segue a mesma linha da maioria dos jornais internacionais e ressalta a apresentação dos "veteranos" Vieira e Zidane.

"Com o esforço das estrelas francesas, o Brasil terá que esperar mais quatro anos para alcançar o lugar mais alto do pódio pela sexta vez."


Especial
  • Leia cobertura completa da Copa do Mundo-2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página